Jogada10
·7. April 2025
Comentarista de arbitragem justifica expulsão de zagueiro do Cruzeiro por ‘questão tática’, mas contesta

Jogada10
·7. April 2025
A expulsão do zagueiro Jonathan Jesus, do Cruzeiro, aos 20 minutos da derrota para o Internacional, também não convenceu o comentarista de arbitragem Paulo César de Oliveira. O lance em questão gerou forte contestação por parte da cúpula celeste e levantou questionamentos ao profissional da Globo, que sequer considerou falta na jogada. Com menos um por praticamente todo duelo, a Raposa sofreu revés por 3 a 0 para os colorados no Beira-Rio, pelo Brasileirão.
Segundo o ex-árbitro, não houve sequer falta no lance que originou a expulsão. “Wesley domina a bola, tem a aproximação do Jonathan Jesus e tem um contato com ele. O Marcelo marca a falta fora da área e aplica o cartão vermelho, não pela natureza ou intensidade da falta, mas sim pela questão tática. Ele entende que o zagueiro evitou uma situação clara de gol. Mas o ponto aí é que não houve a falta”, afirmou Paulo César durante o ‘Fechamento SporTV’.
O comentarista enfatizou que trata-se de um contato absolutamente normal, algo que, conforme ele próprio definiu, faz parte da dinâmica do jogo. “O futebol é um esporte de contato físico, eu vi essa jogada por vários ângulos. Tem esse contato do Jonathan Jesus, mas em nenhum momento ele faz a alavanca, ele dá tranco. Um contato absolutamente normal”, completou.
A interpretação do árbitro, que classificou o lance como uma infração tática, não foi acompanhada por boa parte dos torcedores e comentaristas. O Cruzeiro, por sua vez, não demorou a se posicionar. A diretoria celeste comunicou que enviará um ofício à Comissão de Arbitragem solicitando explicações formais sobre o lance.
O lance aconteceu quando o atacante Wesley, do Internacional, recebeu a bola em direção ao gol e foi interceptado por Jonathan. O árbitro Marcelo de Lima Henrique inicialmente sinalizou cartão amarelo. Entretanto, após breve conversa com a cabine de vídeo, modificou a punição para vermelho, justificando a decisão com base na regra do “dogso” – sigla em inglês para “impedir clara oportunidade de gol”.
Na comunicação divulgada pela CBF, a árbitra de vídeo Daiane Muniz afirma ter identificado um “contato imprudente” entre os jogadores. “Pela câmera 4 baixa, eu consigo, claramente, ver um contato imprudente do jogador 34. Aqui, no toque entre os joelhos, é o momento que impacta. Está confirmado o dogso, porque eu tenho o outro defensor, mas ele está atrás da linha da bola e não tem condições de disputar com o atacante, que tem domínio, velocidade, distância curta à meta e só o goleiro à frente”, explicou Muniz.
A diretoria celeste formalizou reclamação à Comissão de Arbitragem da CBF após a expulsão de Jonathan Jesus. O lance, considerado polêmico, motivou críticas contundentes por parte do dono da SAF do clube, Pedro Lourenço – único representante a conceder entrevista após a partida. Segundo ele, o clube se sente prejudicado recorrentemente pelas decisões do VAR e exige tratamento igual das autoridades do futebol brasileiro.
Além disso, o clube divulgou uma nota oficial classificando a arbitragem de Marcelo de Lima Henrique como marcada por “arrogância, má vontade e falta de capacidade”. No comunicado, o clube mineiro reforça que a decisão de campo influenciou diretamente no resultado e questiona o uso da tecnologia em lances determinantes. O CEO do clube, Alexandre Mattos, também se manifestou nas redes sociais e considerou a expulsão um “assalto a mão armada”, aumentando o tom de insatisfação institucional.