Gazeta Esportiva.com
·20. November 2024
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A Seleção Brasileira encerrou 2024 com um empate de 1 a 1 com o Uruguai, pela 12ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Após o jogo, o técnico Dorival Júnior fez um balanço da temporada.
Na visão do treinador, a equipe está evoluindo. Ele destacou que ainda tem muito chão pela frente, mas que a Amarelinha está no caminho certo.
“De um modo geral o trabalho vem melhorando. Vejo isso nas colocações dos jogadores e em campo. Nas últimas partidas, tivemos um bom volume, criamos oportunidades, poderíamos ter uma sorte melhor. Um gol apenas nos daria a possibilidade de finalizar essa etapa na segunda colocação, mesmo em um momento que, de repente, se olha e fala que pouca coisa mudou. Eu entendo que muitas coisas mudaram”, disse.
“Acredito que estamos no caminho. Queremos o resultado, mais do que ninguém. Estamos bem próximos disso. Agora precisamos de paciência para seguir buscando a equipe ideal, que nos de uma segurança um pouco maior”, ampliou.
O Brasil fecha o ano na quinta colocação das Eliminatórias, com 18 pontos, seis a mais que a Venezuela, primeira fora da zona de classificação.
Agora, a Seleção volta a campo apenas em 2025. A próxima data Fifa será em março. Os desafios serão contra Colômbia, em casa, e Argentina, fora. Questionado se ainda estará no comando até lá, Dorival jogou a responsabilidade para a direção da CBF.
“Quem pode responder é o diretor de futebol, o Rodrigo, e o presidente. Todos estão vendo e acompanhando o dia a dia dos trabalhos. Acredito que a avaliação de trabalho é feita dessa forma. No Brasil, nós somos resultadistas, essa é a realidade. Sei disso mais do que ninguém. Vivi dos resultados nos clubes. Sempre consegui entregar coisas boas porque confiaram e acreditaram”, pontuou.
“O trabalho está sendo realizado. Ninguém sai de um processo de mudanças, praticamente conhecendo uma casa do zero, para um percentual satisfatório sem que exista trabalho e repetição. O que eu vejo é que as coisas estão caminhando, evoluindo, mesmo que as pessoas às vezes não queiram enxergar, mas está acontecendo. A evolução vem sendo feita, jogadores entendendo o que a gente quer, tentando transformar em atitudes em campo. Os resultados, infelizmente, encobrem um pouco daquilo que vem acontecendo, mas eu tenho uma confiança muito grande que nós estamos em um caminho promissor e que resultados ainda serão melhores”, completou.
Falando especificamente do empate de 1 a 1 com o Uruguai, o treinador elogiou a postura da Seleção, porém reconheceu que faltou um pouco mais de precisão.
“Tivemos volume, criamos oportunidades, mas não traduzimos no que seria o ideal. Pelas condições apresentadas, pela forma que atuamos, o primeiro tempo que tivemos, aguardávamos um resultado diferente. O que vejo é que tivemos paciência na primeira etapa de buscar, nos momentos certos, as trocas de passes, mesmo sendo uma marcação consistente. Conseguimos jogar com aproximações, mas faltaram momentos finais, as infiltrações finais para ter condições de uma definição mais direta”, analisou.
“Concordo plenamente que nós precisamos ser mais incisivos, mais diretos e que as finalizações aconteçam. Podem ter certeza que nós buscamos. Jogamos contra uma equipe altamente qualificada e muito segura. Tivemos coisas boas ao longo de todo ano, um processo de evolução. Ainda não é ideal, eu tenho consciência disso, sei que precisaremos ainda mais, porém nós estamos melhorando”, finalizou.
Análise do jogo “O jogo ficou muito franco no segundo tempo, muito aberto. Não é aquilo que nós queremos e nem o que trabalhamos. Porém, foi o desenho da partida. A equipe uruguaia se defendeu muito bem, teve méritos nisso, nós procuramos criar por dentro e por fora, tivemos passagens, mudamos as laterais do campo, buscamos ultrapassagens com dois atacantes pelo lado esquerdo, com o Estêvão pela direita. Estamos buscando esse equilíbrio para que a equipe possa continuar criando sem que sofra tanto. O primeiro tempo foi bem diferente, foi um jogo mais equilibrado, com a nossa posse de bolas e nós buscamos transformar em jogadas agudas. Acredito que tivemos um bom volume e a criação de algumas boas oportunidades. Acredito que seja um processo. Vamos transformando aos poucos e tentando fazer com que melhore a cada momento”
Queda na tabela “Nós, brasileiros, sempre olhamos para o lado negativo das coisas. Eu falo isso de um modo geral, não apenas no esporte. Quando assumimos, estávamos na sexta posição, agora estamos na quinta. Também não estaria satisfeito se, nesse momento, nós fôssemos o segundo colocado com um gol que fizéssemos ou na partida anterior ou nessa. Porque eu acho que ainda estamos em um processo. E mesmo com a segunda colocação nesse instante, se vier acontecer, nós não estaríamos tranquilos e satisfeitos, ao contrário. Ainda estamos buscando uma melhora. Ela vem acontecendo. Isso é muito claro. A equipe vem incorporando, vem acreditando. Precisa ainda de um equilíbrio maior. Acho que nós tivemos coisas boas ao longo do ano, muito mais do que coisas negativas. É natural que os resultados, de repente, encubram tudo isso. Com os pés no chão, ainda precisamos de muito, mas as coisas estão acontecendo. A confiança é grande”
Vaias na Fonte Nova “Foi por conta do resultado, até porque o público apoiou do começo ao fim. As vaias no final do primeiro tempo foram mínimas. Entenderam a luta, a dedicação, a entrega que estava acontecendo. Entendemos perfeitamente, mas não interferiram em momento nenhum, deram segurança para nós jogarmos, nos passaram tranquilidade, estiveram presentes. Acho que está de parabéns o público. Estamos sentindo esse carinho do torcedor. É nossa obrigação dar uma resposta ainda mais rápida”