AVANTE MEU TRICOLOR
·25. Dezember 2024
AVANTE MEU TRICOLOR
·25. Dezember 2024
Meia-atacante faz trabalhos físicos no Reffis antes do anúncio (Rubens Chiri/SPFC)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Oscar chegou. O tão sonhado meia-atacante que desde fevereiro negocia com o presidente Julio Casares o retorno ao Morumbi após 14 anos teve o retorno confirmado na terça-feira (24), como o autêntico dono da posição de armador. No imaginário, o camisa 10. Mas e de fato? O craque vai usar o emblemático número?
A resposta é simples: não. Oscar sabe melhor do que ninguém que o número 10 do São Paulo tem dono certo: Luciano.
Nem mesmo outra estrela que desembarcou no Morumbi recentemente, o colombiano James Rodríguez, conseguiu tomar do atacante a camisa. Restou ao gringo se contentar primeiro com o número 19. E depois a 55.
Mas não é algo nem que Oscar faça questão, importante salientar.
Nos últimos anos, o meia-atacante desfilou nos gramados chineses utilizando a 8, número que utilizava na base são-paulina por conta de um velho ídolo tricolor, Kaká.
É uma alternativa, visto que o atual dono da 8, o argentino Giuliano Galoppo está de malas prontas para deixar o Morumbi em 2025. Resta saber o destino: Boca Juniors e Santos disputam a contratação.
Existe outra alternativa, contudo. A camisa 11. Muito provavelmente ela também ficará vaga por conta da saída de Nestor para o Bahia (o negócio está mais do que encaminhado). O número também tem ligação com Oscar, que o usou nos tempos de Internacional, Chelsea e Seleção Brasileira.
O meia-armador usar a camisa 8 não é um negócio assim tão estranho no São Paulo. Paulo Henrique Ganso, por exemplo, ostentou o número nos anos que vestiu o manto tricolor, assim como grandes ídolos ao longo da história, como o próprio Muricy Ramalho, Gérson, Everton e Pita.
Oscar dos Santos Emboaba Júnior nasceu em Americana, no interior de São Paulo, e iniciou a sua trajetória nas categorias de base do Tricolor. Pelo time principal, disputou 14 partidas e integrou o elenco que conquistou o Campeonato Brasileiro de 2008 antes de seguir para o Internacional, onde foi campeão da Recopa Sul-Americana (2011) e do Campeonato Gaúcho (2011 e 2012).
Em 2012, Oscar chegou ao Chelsea e fez parte de uma geração vitoriosa do clube inglês, resultando nas conquistas da Liga Europa da UEFA (2012/13), da Premier League (2014/15 e 2016/17) e Copa da Liga Inglesa (2014/15).
Durante o período na Europa, o meia acumulou diversas convocações para defender a Seleção Brasileira, sendo campeão Copa das Confederações FIFA (2013).
Então, em 2017, o atleta foi negociado com o Shanghai, da China, clube que defendeu até o retorno ao Tricolor. A passagem pelo futebol chinês foi marcada por atuações decisivas, títulos, gols e assistências: ao todo, balançou as redes 76 vezes e deu 110 passes certeiros para gols. Pelo Shanghai, Oscar ergueu os troféus da Superliga Chinesa 2018, 2023 e 2024 e da Supercopa da China (2019).
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR apurou, o meia de 33 anos aceitou a oferta são-paulina de reduzir seus vencimentos para que se enquadrem na nova realidade financeira do clube.
O AMT revelou em fevereiro o sonho do presidente Julio Casares em repatriar uma das maiores joias já formadas por Cotia. Era também um desejo pessoal do próprio Oscar, cujo filho, são-paulino, tinha o sonho de vê-lo atuar no Morumbi.
Faltavam alguns detalhes no decorrer do ano para que o acerto ocorresse. E o principal deles, a forma como Oscar seria recepcionado pelos tricolores, acabou sendo resolvida de maneira fácil. Os últimos dias foram de muita empolgação e mensagens de carinho ao jogador e seus familiares por parte dos torcedores.
Nos últimos dias, inclusive, os indícios foram dados, com a mulher do meia, sua irmã e outros familiares respondendo os torcedores e deixando o caminho aberto para o retorno.
Na última semana, a 'ESPN' chegou a cravar que Oscar havia decidido não jogar no São Paulo, preferindo ir aos EUA. Dias depois, contudo, o próprio Casares falou à imprensa que a esperança continuava. A resposta dos familiares aos torcedores praticamente encerrou qualquer informação de que seriam eles, os parentes, que estavam contrários ao seu acerto com o Tricolor.
Ainda conforme a reportagem apurou, Oscar passou os últimos dias conversando com o técnico Luis Zubeldía e outros jogadores são-paulinos. Ouviu as melhores referências possíveis.
Chegou a conversar até mesmo com o técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior, que lhe garantiu que seu nome seria observado em caso de boas atuações pelo Tricolor, clube pelo qual o treinador foi campeão da Copa do Brasil em 2023.
Oscar chega para suprir a demanda do clube do Morumbi por um meia-atacante. Ele estava livre no mercado desde o término de seu contrato com o Shangai Port, da China, onde passou os últimos oito anos como um dos atletas mais bem pagos do mundo.
Em sua última temporada na China, Oscar teve ótimos números. Foram 39 jogos, 16 gols marcados e incríveis 29 assistências. Seu último jogo é recente, quando esteve em campo no empate em 1 a 1 do Shangai com o Gwangju, no dia 3 de dezembro.
Pelo Tricolor, Oscar fez 14 partidas, com três assistências anotadas. Cria de Cotia, ele deixou o São Paulo em junho de 2010 após ação na Justiça. Ele havia disputado um jogo em 2008, aos 16 anos, e trezes em 2009. No fim daquele ano, o estafe do jogador entrou na Justiça contra o clube alegando que ele havia sido coagido a assinar um contrato de cinco anos e alegando atrasos. Assim, conseguiu sua liberação, levando o jogador ao Internacional naquele ano.
A batalha judicial levou anos, mas em 2012 as partes chegaram a um acordo, e o Inter pagou R$ 15 milhões ao São Paulo. Depois, Oscar jogou no Chelsea, da Inglaterra, e em 2016 foi à China.
Na Seleção Brasileira, Oscar foi campeão da Copa das Confederações em 2013 e esteve na campanha do Brasil na Copa do Mundo de 2014, marcando o gol de honra nos 7 a 1 contra a Alemanha.