MundoBola Flamengo
·26. Dezember 2024
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O capitão Fábio Luciano ficou marcado por ser uma liderança do antigo elenco rubro-negro, e era quem colocava a cara a tapa quando os torcedores iam cobrar o time nos treinos. Mas a confusão em 2008, com direito a bomba lançada no gramado, não foi a única vez que o ex-zagueiro precisou conversar os torcedores. O ex-atleta, aliás, revela que isso acontecia quase todo dia no Flamengo.
Fábio Luciano participou do Charla Podcast e disse que a torcida estava presente quase sempre nos treinos do clube, e por isso, tinha sempre que conversar com os rubro-negros.
"Eu tinha reunião quase todo dia com a torcida. As pessoas nem sabiam. Eu cheguei a pedir para fazer uma reforma numa sala na Gávea só para falar com os caras. Eles tinham acesso ao outro portão, tinha um caminho para seguir. Mas dava para falar com eles antes de chegar no grupo", inicia.
De tantas conversas, Fábio Luciano passou a ter uma sala para se reunir com os torcedores. Além disso, o próprio elenco apoiava a ida do capitão para segurar os torcedores.
"Eu chegava na porta da Gávea, sempre com um sorrisão. 'Po, capitão, os caras estão aí. Querem falar com jogador'. Tem o resultado, tem o cara que viu um jogador onde não devia estar. 'Tem uma sala abandonada, bota água, liga o ar, deixa os caras lá. Eu vou, e o que der para eu filtrar, eu filtro. Vamos tentar contornar, eu falar com eles, pressionar um pouco'. Tinha vez que horário de treino, 'cadê o capitão?; 'Deixa o capitão lá que ele está segurando os caras'", relata.
Em 2008, cerca de 3 flamenguistas de torcidas organizadas foram a um treino na Gávea, quase desencadeando uma briga generalizada. Isso porque Bruno, Juan e Ibson chegaram a partir para cima dos torcedores organizados após uma bomba caseira lançada em campo, mas um alambrado separava as partes. Fábio Luciano se lançou dentro da região onde os torcedores estavam e conseguiu impor respeito, também respeitando e minimizando a situação.
"Esse dia da invasão estava mais pesado, a gente já sabia que teria alguma coisa. Eles invadiram pelo portão que sempre entravam e se posicionaram atrás do gol. Ali percebi que ficaria mais pesado. Vi que ia dar confusão. Continuamos treinando. Tem um escanteio, bola parada, eles jogaram uma bomba de estilhaço", conta, antes de continua:
"Fui porque ia dar uma merda gigante. Já tinha presenciado torcida revoltada, mas os jogadores também estavam. Ia dar porradaria. Foi um clima que achei que daria uma briga. Tem coisa que fica fora do controle. Decisão rápida, quer saber de uma coisa, eu vou falar com esses caras",
Pinheiro, que trabalha até hoje na segurança do Flamengo, tentou impedir, segundo conta o ex-zagueiro.
"Quando eu fui, o Pinheiro não queria que eu fosse. 'Tá maluco, vai entrar no meio dos caras?; 'Abre, eu vou entrar, você já tranca e segura os caras. Deixa que eu converso'. Lembro que pensei, 'que Deus me proteja, só não posso levar um tapa'. Minha esposa estava grávida ainda. Não apanhei lá e quase que apanhei em casa. Ela ficou muito nervosa. Não posso negar que na torcida, eles sempre me respeitaram. Ninguém ameaçou. Os caras ficaram ali, deixa o capitão falar", finaliza.