Leonino
·19. Februar 2025
Fernando Peres: O maestro do Sporting com personalidade vincada
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Leonino
·19. Februar 2025
Fernando Peres da Silva nasceu a 18 de janeiro de 1943 e foi um dos grandes nomes da história do Sporting, destacando-se como médio ofensivo entre 1965 e 1972. Com uma grande técnica e visão rapidamente se tornou uma peça-chave na equipa leonina, impondo-se como o verdadeiro “patrão” do meio-campo, termo que hoje em dia é recorrentemente utilizado.
O seu percurso começou no Belenenses, onde se afirmou como um dos jovens mais promissores do futebol português. Em 1964, ainda antes de se transferir para o Sporting, fez a sua estreia pela seleção nacional, marcando um golo frente à Inglaterra. O seu talento rapidamente chamou a atenção dos leões, que garantiram a sua contratação em 1965. Na primeira passagem pelo Sporting, Peres foi peça-chave na conquista do campeonato nacional de 1965/66, sob o comando de Otto Glória. A sua capacidade de jogar entre linhas e descaído para o lado esquerdo permitiu-lhe somar 11 golos na campanha vitoriosa. Apesar de integrar a convocatória para o Mundial de 1966, não chegou a ser utilizado.
Após desentendimentos com a direção leonina, saiu em 1968 para representar a Académica, aproveitando a lei estudantil. No entanto, a sua ligação ao clube de Coimbra durou apenas uma época e, assim, acabou por regressar Alvalade, em 1969. Voltou a ser um dos jogadores mais influentes, contribuindo para a conquista do campeonato nacional de 1969/1970 e da Taça de Portugal em 1970/1971.
Com a camisola do Sporting, Peres disputou um total de 267 jogos e marcou 73 golos, deixando uma marca inesquecível na história do Clube. Na seleção, jogou em 27 ocasiões, sendo que 23 dessas internacionalizações aconteceram enquanto jogador do Sporting. Em 1972, integrou a equipa que disputou a Mini Copa no Brasil, destacando-se entre os melhores jogadores portugueses da época.
Fora das quatro linhas, a sua forte personalidade trouxe-lhe alguns desafios. Em 1973, após um desentendimento entre um dirigente leonino e o treinador Fernando Vaz, Peres tomou uma posição em defesa do técnico. A atitude em causa não foi bem recebida pela direção do Sporting, que lhe apresentou uma proposta de renovação que este considerou ser inaceitável. Como represália, o clube utilizou a “Lei da Opção” para impedir a sua transferência para outro clube, obrigando-o a ficar um ano sem jogar.
Durante esse período afastado dos relvados, iniciou a sua experiência como treinador, assumindo o comando do Peniche. No entanto, a mudança na Presidência do Sporting trouxe uma nova oportunidade. João Rocha, o então presidente, facilitou a sua saída para o Brasil, onde assinou pelo Vasco da Gama. Em terras canarinhas, sagrou-se campeão em 1974, conquistando ainda mais reconhecimento pelo seu talento, agora no estrangeiro. Apesar desse sucesso, as saudades da família falarm mais alto. Em 1975, regressou a Portugal para representar o Porto, mas as lesões dificultaram a sua afirmação. Pouco depois, voltou ao Brasil para defender as cores do Sport Recife, onde conquistou o Campeonato Pernambucano antes de encerrar a sua carreira como jogador.
Já retirado dos relvados, Fernando Peres deu continuidade à carreira de treinador, passando por clubes como União de Leiria, Vitória de Guimarães e Estoril, onde conseguiu a promoção ao primeiro escalão. Mais tarde, regressou ao Sporting, como adjunto de Pedro Rocha, numa fase conturbada do Clube. Também trabalhou no futebol saudita, colaborando com Artur Jorge. Nos últimos anos, manteve-se ligado ao futebol através da Sporting TV, onde participou como comentador no programa “Especial Jornada”, canal em que o presidente Frederico Varandas irá falar esta sexta-feira, dia 21 de fevereiro. Fernando Peres morreu a 10 de fevereiro de 2019, aos 76 anos.
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