João Rafael Koehler reage duramente à renegociação da dívida do FC Porto anunciada por AVB | OneFootball

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·14. November 2024

João Rafael Koehler reage duramente à renegociação da dívida do FC Porto anunciada por AVB

Artikelbild:João Rafael Koehler reage duramente à renegociação da dívida do FC Porto anunciada por AVB

Em post na rede social X, ex-Twitter, João Rafael Koehler reagiu duramente à operação de renegociação da dívida do FC Porto, por parte da atual direção presidida por André Villas-Boas.

Ainda não se conhecem os detalhes todos do financiamento hoje anunciado, mas já há aspetos muito óbvios: o FC Porto não se está a financiar mais barato nem melhor, está é a financiar-se a um prazo maior, para quem vier a seguir tenha de resolver. Senão, repare-se: a Euribor está hoje abaixo de 2,5% enquanto em abril estava em 3,8%. Ou seja, esta taxa hoje anunciada equivale a uma taxa semelhante acima de 7% em Abril, considerando as diferenças de Euribor. Em 2023, a administração anterior, tão criticada, lançou uma emissão de obrigações a 6,25% e dois anos antes, a 4,75%. Portanto, a taxa de hoje é semelhante às anteriores na realidade, mas nessas operações o prazo era de dois ou três anos, não 25 anos, com juros acumulados e insustentáveis. Em poucas palavras, o financiamento atual é semelhante em taxas a anteriores, mas é imensamente pior em termos de prazo. Não é só pior, é terrivelmente pior. Mesmas taxas, pior prazo, mais juros, menos sustentabilidade, futuro muito mais hipotecado: uma irresponsabilidade. Por outro lado, não vai parar de aumentar o prazo em que este Presidente promete resolver os problemas? Primeiro falava-se num mandato, depois eram precisos 12 longos anos, e já vamos em 25 anos? Um quarto de século? Não haverá limite para a vergonha? Em 2049 estarão os nossos filhos a pagar este financiamento apresentado como se fosse uma solução, quando mais parece a criação de problemas maiores e com prazos que, sobretudo com este nível de juro acumulado, parecem mais uma anedota do que uma proposta séria. O comunicado deixa-nos outras preocupações: então nem todo o dinheiro é para pagar a dívida, uma parte é para investir? Não há gestão, criatividade e energia para aumentar as receitas do clube para afrontar investimento? É aumento de dívida outra vez? Será que já se percebeu que estamos a falar de pagar quase 100 milhões só em juros? É esta a (in)capacidade desta liderança? Fazer um empréstimo a um quarto de século, ainda para mais para gastar mais dinheiro que não é estritamente necessário, sem se explicar porquê, onde e em que dimensão? Quanto ao investimento, eu nunca faria mais dívida. Eu fazia diferente: Apostava forte na internacionalização do clube, criava um banco digital baseado na massa adepta, aumentava as receitas televisivas a sério, jogava ao ataque. Isto é jogar à defesa. Infelizmente, pagar os 115 Milhões em 25 anos é hipotecar o clube com custos financeiros desproporcionais por mais de duas décadas, que correm o risco de tornar o descalabro desportivo duplo da última semana uma triste nova normalidade.

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