MundoBola Flamengo
·17. Januar 2025
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·17. Januar 2025
Seja na terra, seja no mar, a história do Mais Querido é uma das mais ricas do Brasil em personagens, símbolos, mascotes e torcida. Um dos maiores símbolos do rubro-negrismo é o Manto Sagrado.
O uniforme rubro-negro é a vestimenta que une mais de 50 milhões de torcedores apaixonados pelo Flamengo e já passou por diversas versões até o Rubro-Negro atual que conhecemos.
Nesta matéria, o MundoBola Flamengo traz para você a história por trás dos mantos do futebol: papagaio vintém, cobra-coral e o tradicional rubro-negro, além de uma breve explicação sobre a era azul e amarelo do clube e o primeiro uniforme branco de 1937.
O Flamengo não nasceu rubro-negro. Na fundação do “Grupo de Regatas do Flamengo" as cores azul e amarelo foram escolhidas como forma de homenagem às águas da Baía de Guanabara e as riquezas brasileiras, principalmente o ouro.
Contudo, as cores foram trocadas em 1896, quando o Flamengo tinha pouco mais de um ano de existência. A troca para o vermelho e preto ocorreu, pois os tecidos azul e amarelo eram caros, importados da Europa e possuía fraca resistência à salinidade das águas e o calor intenso que faz no Rio de Janeiro.
Notícia da troca das cores - Foto: Reprodução / Jornal O Paiz (24/11/1896)
Outro fator relacionado a troca das cores foi o fato do Flamengo ter sido chamado de "Clube do Bronze", pois não conseguiu vencer uma única regata em 1895.
O tecido rubro-negro era um produto nacional, logo, era mais barato para o clube, além de ser resistente e não desbotar com facilidade, diferente do azul e amarelo. O Flamengo começou suas atividades no futebol apenas em 1912, logo, utilizou as cores rubro-negras desde o início.
Foi a primeira camisa usada pelo futebol do Flamengo. Tem esse apelido, pois lembrava uma pipa, conhecida na época como papagaio, que custava 1 vintém (moeda equivalente a 20 réis). O design do uniforme do futebol era diferente do utilizado pelos remadores do clube, que vestiam o rubro-negro tradicional.
Mas por que eram diferentes? Na época existia uma leve "rixa" entre remo e futebol. Assim, os remadores do clube não permitiam que o uniforme usado pela equipe de futebol fosse igual aos deles. Dessa forma, o clube teve que fazer um design diferente para a nova modalidade.
Flamengo em segundo jogo de sua história - Foto: Revista Careta (Colorizada por Daniel Lira)
A camisa quadriculada rubro-negra não caiu nas graças da torcida e do próprio time, pois achavam que o uniforme dava azar e não gostavam do apelido "papagaio vintém", visto que remetia a um "brinquedo" barato da época.
Diz a lenda, que o zagueiro do Flamengo Píndaro de Carvalho foi um dos responsáveis pela disseminação da fama de azar que a camisa tinha, atribuindo o fracasso nos Campeonatos Cariocas de 1912 e 13 a ela. A camisa foi utilizada até o final de 1913, sendo substituída pela "cobra-coral".
A papagaio vintém foi relançada anos depois, no centenário do clube em 1995, como terceiro uniforme do Flamengo no ano. O problema é que fama de azarenta voltou junto com ela. No ano, ela foi utilizada em nove partidas, sendo quatro empates e cinco derrotas.
Em 2015, a Adidas produziu outra edição da camisa. Na sua estreia, o Flamengo perdeu para o Botafogo por 1 a 0.
A papagaio vintém foi substituída em 1913 pela cobra-coral, uma camisa com listras horizontais em vermelho e preto e pequenas listras brancas. O nome se deve à semelhança com a serpente.
A cobra-coral foi o uniforme do primeiro título da história do Flamengo no futebol: o Campeonato Carioca de 1914, conquistado em final contra o Fluminense por 2 a 1, com gols de Alberto Borgerth e Riemer.
Flamengo com a cobra-coral - Foto: O Malho
Contudo, a camisa tinha um problema: suas cores deixavam o uniforme parecido com a bandeira da Alemanha na época, que virou inimiga mundial durante a Primeira Guerra. Para evitar polêmicas, em 1916 o Flamengo fez um simples ajuste: tirou as pequenas listras brancas da camisa.
Segundo site Fla Estatística, a cobra-coral teve um retrospecto positivo. Em 49 jogos com a camisa, o Flamengo tem 31 vitórias, 13 empates e apenas 5 derrotas. O primeiro jogo com a cobra-coral foi um 3 a 0 contra o Fluminense. O último foi uma derrota de 3 a 2 contra o Bangu.
A retirada das pequenas listras brancas fez com que o uniforme de futebol ficasse igual ao oficial do clube utilizado pelo remo, que autorizou o uso da camisa depois do presidente Raul Ferreira Serpa convencer os remadores do clube.
A primeira partida do Flamengo com o novo modelo de camisa foi uma vitória por 3 a 1, em amistoso contra o São Bento-SP.
Ao longo dos anos, o uniforme sofreu algumas alterações, além da adição do CRF, selos e outros detalhes estampados, como a numeração, colocada nas costas em 1948.
Primeiro jogo com o manto Rubro-Negro - Foto: O Imparcial
Em 1980, a Adidas começou a ser a fornecedora de material esportivo do Flamengo, levando a logo para o lado direito do peito. A parceria durou até 1992, quando a Umbro substituiu a Adidas, ficando até o meio de 2000.
Em 2000, a Nike chegou com uma novidade no uniforme principal: a adição do escudo completo no lugar do CRF. A parceria durou até 2009, quando a brasileira Olympikus se tornou fornecedora do Rubro-Negro após o clube passar por problemas judiciais com a empresa norte-americana.
A era Olympikus durou até o meio de 2013, quando depois de 21 anos a Adidas retornou ao Flamengo, parceria que segue até os dias atuais.
O Rubro-Negro carioca só teve um segundo uniforme em 1937. Na época, o técnico húngaro Izidor “Dori” Kürschner, que veio ao Flamengo para modernizar o futebol brasileiro, pediu a criação de um segundo uniforme branco devido à fraca iluminação dos jogos a noite.
O objetivo de Dori Kürschner era facilitar a visão dos jogadores dentro de campo. A primeira camisa branca do Flamengo tinha duas listras horizontais, uma vermelha e outra preta na altura do peito com o escudo do clube no meio.
O Manto Sagrado foi utilizado pela primeira vez contra o América-RJ pelo Campeonato Carioca, uma vitória de 3 a 2 com direito a um hat-trick de Leônidas da Silva, um deles de bicicleta.
Primeira camisa branca do Flamengo - Foto: Reprodução / Museu Flamengo
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