Leonino
·31. Mai 2025
Rui Borges emociona-se ao recordar tragédia familiar e faz revelação sobre bicampeonato do Sporting

Leonino
·31. Mai 2025
Rui Borges emociona-se ao falar do avô Zé Pedro, primeira pessoa em quem pensou após ser campeão no Sporting
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Rui Borges esteve este sábado no Alta Definição, da SIC. Em entrevista a Daniel Oliveira, o técnico que levou o Sporting à conquista da dobradinha recordou o avô Zé Pedro, por quem sente um grande amor, revelando ter sido a primeira pessoa em quem pensou após vencer a Liga Portugal Betclic.
Rui Borges: "Foi a pessoa que mais me custou perder"
"(Saudades) Do meu avô. Foi a primeira pessoa que perdi. Saudades tenho do meu avô. Significou muito, acima de tudo a maneira de ser própria, a forma tranquila de viver, sem grandes luxos, simples no seu caráter e personalidade. Foi a pessoa que mais me custou perder. Sinto a presença dele todos os dias, tenho-o tatuado no braço. Era sapateiro. Tem-me ajudado muito. Quando fomos bicampeões foi a primeira pessoa que me veio à cabeça. Deve estar orgulhoso. Claro que adoro todos os meus avós, foram muito rapidamente nos últimos anos. Mas ele marcou-me porque tínhamos uma ligação muito forte", disse o treinador do Sporting.
Questionado sobre o que o avô sentiria ao ver o neto bicampeão, Rui Borges não escondeu: "Acho que deve estar muito orgulhoso, mas não sonhava com isso. Deve estar orgulhoso. Tenho pequenas atitudes que me marcam muito. Para ele ir às compras com 80/90 trazer rebuçados de mentol era uma coisa do outro mundo. Enchia-me de felicidade. As pessoas eram mais frias, sei que em alguns momentos foi frio para com os meus primos, mas tinha uma relação mais própria comigo. Para mim era muito claro. Essas pequenas demonstrações de carinho diziam muito. Era um gosto enorme ouvir as suas histórias".
Rui Borges: "Acho que não quis ir sem se despedir do neto"
O técnico do Sporting recordou ainda o trágico dia em que perdeu o avô e os últimos momentos que passaram juntos: "A minha mãe disse-me 'o avô está sempre a perguntar por ti'. E eu respondi 'já passo aí em casa'. Passei lá, vi-o durante uns 20 ou 30 minutos, falei com ele um bocadinho. A minha mãe só dizia 'hoje o avô não está bem, só pergunta por ti...'. Estive com ele um bocadinho, fui para casa e, passado umas horas, a minha mãe liga-me a dizer que ele estava a passar mal. E isso marcou-me. Acho que não quis ir sem se despedir do neto... Só isso. Tenho muitas saudades dele".
"Foi uma conversa normal. Ele estava mais triste, mas tive um bocadinho perto dele. Longe de mim pensar que era a última vez que estaria com ele. Mas marcou-me porque sinto que ele esperou por mim. Há coisas que não se explicam. Esperou por mim só para me ver, a pessoa mais importante. O meu avô tem uma presença diferente. Foi uma pessoa que trabalhou imenso, esse é o maior exemplo que posso ter, a simplicidade e humildade. Para mim é um herói. Peço muito ao meu avô Zé Pedro", recordou Rui Borges.