Sem glória, mas com honra | OneFootball

Triunfo justo, suado e de tremendo dissabor para o SC Braga (1-0). Frente à líder da fase de liga, Lazio, os Gverreiros do Minho demonstraram personalidade diante um dos principais protagonistas da Liga Europa, mas acabaram eliminados da fase seguinte da prova face aos vários resultados verificados entre as equipas que ombreavam pela passagem na cauda da zona apuramento.

Entrada com tudo e lâmina do capitão

Para um desafio onde as baixas se fizeram notar - Bruma e Vítor Carvalho à cabeça -, Carlos Carvalhal manteve a estrutura assente no 4-2-3-1 vista frente ao Boavista e fez entrar João Moutinho, Roger e El Ouazzani, perante uma Lazio com algumas mudanças, mas sem prescindir de figuras como Taty Castellanos ou Adam Marusic.

Início de jogo com o SC Braga ligado à corrente como a circunstância exigia, com a segurança da circulação e a objetividade rumo à baliza de Mandas a ficar prontamente traduzida no golo de Ricardo Horta na primeira investida de real perigo.

Com o flanco direito bem ativado por força da boa dinâmica entre Roger Fernandes e Victor Gómez, o capitão dos minhotos só teve de finalizar colocado para que a chama da passagem se acendesse em definitivo. Surpreendia-se a Lazio, talvez demasiado cómoda com a condição classificativa...

No entanto e num abrir e fechar de olhos, o conjunto biancocelesti subiu as linhas inicialmente bastante recuadas e na expetativa e o perigo rondou Hornicek. Se num primeiro momento, Paulo Oliveira policiou com grande sucesso a tentativa de Tchaouna, à segunda foi a vez de Pedro Rodríguez - com uma cobrança de livre - quase demonstrar o porquê de estar na alta roda do futebol há mais de década e meia.

Ao contrário de outras ocasiões, os sinais de melhoria laziale não afetaram a organização bracarense e, mesmo sem o ímpeto inicial, os Gverreiros foram capazes de equilibrar. Ainda assim, percebia-se que só a espaços e pelo corredor direito - ou pela tendência de Ghärbi  em fugir da esquerda para o meio - os pupilos de Marco Baroni eram incomodados. Do lado oposto, Pedro Rodríguez descia, vezes sem conta, para apoiar na criação antes das bolas saírem na largura ou profundidade de Tchaouna. Ao intervalo, havia razões para Carvalhal esboçar um sorriso já que, com a conjugação de resultados provenientes dos restantes jogos, a sua equipa constava no 24º e último lugar de acesso ao playoff.

Loucura total

No reatamento, o primeiro sinal mais até foi dos comandados de Marco Baroni, que fizerem temer por uma reentrada cabal e em busca de contrariar a desvantagem. Contudo, os bracarenses voltaram a assumir a postura dos instantes iniciais da etapa inicial e, a reboque de uma segurança pouco vista esta temporada a jogar e casa, remeteu a Lazio aos seus útlimos 30 metros.

Esse bom período em que Roger, Chissumba e companhia se evidenciaram, traduziu-se em duas situações de perigo. Solicitado em ambas, El Ouazzani não aproveitou, desperdiçando situações de ouro para uma vantagem mais confortável.

Por fim, a formação romana foi capaz de reagir, Gustav Isaksen obrigou Hornicek a sacudir com urgência, com os minutos seguintes a obrigarem a um resguardo defensivo mais atento. Da Sérvia, o golo do FC Porto atirava os arsenalistas para fora do playoff, complicando as contas que ainda metiam muitas outras equipas ao barulho.

Até ao final e com o jogo bem mais disputado no coração do que na razão, Tijjani Noslin e Fisayo Dele-Bashiru ameaçaram o empate, enquanto Ricardo Horta falhou o chapéu a Mandas e Gabri Martínez foi apanhado em fora de jogo no momento de um 2-0 que não chegou a acontecer.

No balanço final, ficou o amargo de boca por um resultado que acabou por ser curto - mais um golo e o apuramento confirmava-se -, mas, ao contrário de outras ocasiões, a comunhão com os adeptos foi total, já depois de momentos de impasse e stress natural de quem esperava boas notícias de outras partes do Velho Continente.