A Juventus perdeu para o PSV, caiu na Champions League e voltou a ser questionada | OneFootball

Faz pouco menos de seis anos desde que a Juventus disputou uma fase além das oitavas de final da Liga dos Campeões. Na última ocasião, foi eliminada em Turim pelo Ajax, sensação na temporada 2018-19. Agora, em 2025, no novo formato da competição, pela segunda vez consecutiva, a Velha Senhora não conseguiu ficar entre as 16 equipes finalistas do torneio. Com a vantagem no placar, o time de Thiago Motta sofreu a virada na prorrogação e, de forma precoce, deu adeus ao sonho europeu mais uma vez. No jogo de volta da nova fase de playoffs da Liga dos Campeões, o PSV Eindhoven foi muito superior aos italianos, ganhou por 3 a 1 e conseguiu uma merecida classificação, virando o confronto e construindo um placar agregado de 4 a 3.

Em boa fase, com uma inédita sequência de quatro vitórias seguidas na temporada e embalada pelo triunfo no Derby d’Italia contra a Inter, no último fim de semana, a equipe de Turim foi a campo motivada. Na escalação inicial, Locatelli e Kelly entraram nos lugares de Thuram e Savona. Além do bom momento, a Juventus levava a vantagem no confronto após vencer por 2 a 1 na ida, em casa. Para a volta, Peter Bosz, treinador do PSV, promoveu Boscagli no lugar de Obispo na zaga.

Se as notícias eram positivas para os bianconeri, logo veio o primeiro revés da noite. Renato Veiga, contratado para suprir as baixas por lesão no setor defensivo, sentiu um problema muscular antes dos 15 minutos e precisou sair. Cambiaso entrou para ocupar a lateral esquerda, enquanto Kelly foi deslocado para a zaga ao lado de Gatti.

A Juventus até teve a eliminatória sob controle no primeiro tempo, mas derreteu após sofrer o primeiro gol (ANP)

Demorou um pouco até que os times criassem alguma oportunidade perigosa. O primeiro a tentar foi Kolo Muani, aos 17 minutos, cabeceando por cima do gol holandês após cruzamento de Weah. Pouco depois, depois de um período de posse no campo ofensivo, Locatelli encontrou Cambiaso na entrada da área. O lateral finalizou sem muito perigo, mas obrigou Benítez a trabalhar pela primeira vez.

A primeira grande chance da partida saiu dos pés italianos. Koopmeiners achou Kolo Muani dentro da área, mas o atacante, ao tentar driblar o goleiro, perdeu a posse e desperdiçou a jogada. Locatelli também arriscou de fora da área, porém a bola passou longe do alvo.

Apesar da pressão inicial do PSV, a Juventus controlou bem o primeiro tempo, mantendo um jogo cadenciado e explorando os espaços deixados pelo adversário. A segunda etapa, porém, foi diferente. Os holandeses voltaram ao gramado com outra postura, sabendo que precisavam correr atrás do prejuízo, e já iniciaram a metade final pressionando.

Três minutos depois do fim do descanso, a bola ficou viva na área bianconera até sobrar para Perisic, que finalizou rasteiro e exigiu boa defesa de Di Gregorio. Saibari tentou no rebote, mas chutou na rede pelo lado de fora. A Juventus respondeu com Kolo Muani após passe de McKennie, só que a finalização do francês não foi boa.

O belo gol de Weah foi apenas uma miragem para os bianconeri, que foram dominados pelo PSV (Arquivo/Juventus FC)

Após esse período de pressão do PSV, a reação chegou. Lang carregou pelo flanco esquerdo, encontrou Perisic livre e o croata, assim como na ida, marcou para empatar o confronto – ex Inter e carrasco da Juve, o versátil jogador anotou o seu sexto gol sobre os bianconeri. O segundo tento quase veio na sequência, com Gatti salvando de cabeça uma finalização de De Jong, enquanto Lang também assustou ao chutar ao lado da baliza.

A Juventus, até então segura defensivamente, sentiu o golpe. Enquanto Thuram e Mbangula se preparavam para entrar, aos 63 minutos, a equipe teve uma falta na lateral esquerda. Koopmeiners cruzou para a área e, após corte parcial da zaga, Weah acertou um belo voleio para recolocar os italianos em vantagem no agregado. O lance foi revisado pelo VAR devido a um possível impedimento de Kelly, mas o gol foi confirmado.

A Juventus até retomou certo controle do jogo, mas, com a entrada de Til no lugar de Schouten, aos 71, o PSV voltou a dominar. Perisic encontrou De Jong na área, o centroavante segurou e serviu Saibari, autor do gol que levou a decisão para a prorrogação. Nos minutos finais, Di Gregorio evitou a derrota no tempo normal ao defender finalização de Lang. Para o tempo extra, Motta fez mais mudanças, incluindo a entrada de Vlahovic no lugar de Kolo Muani.

A Juventus sofreu muito na reta final do confronto e viu sua classificação escorrer pelos dedos. Aos 98 minutos, Bakayoko cruzou para a área, Gatti efetuou um desvio mortal e Di Gregorio não conseguiu segurar bola. Na sobra, Flamingo, ex-zagueiro do Sassuolo, aproveitou para marcar o terceiro do PSV. Apática, a equipe italiana não conseguiu reagir. No final da primeira parte da prorrogação, Vlahovic ainda acertou a trave, mas foi a última grande chance da partida.

Na prorrogação, os italianos criaram poucas chances (Arquivo/Juventus FC)

O pouco que a Juventus criou saiu de jogadas individuais, como o lance de Thuram aos 112 minutos, que arrancou sozinho, invadiu a área, mas finalizou por cima. No fim, Mauro Júnior encontrou Til na cara do gol e Di Gregorio evitou um placar ainda mais dilatado, que simbolizaria de forma ainda mais acentuada o vexame da Velha Senhora.

Fim de jogo, e fim da Liga dos Campeões para a Juventus. Apesar do bom momento e da vantagem conquistada na ida, Motta cometeu erros e agora precisa lidar com a lesão do recém-chegado Veiga, que aparenta ser séria. Quantas vezes na temporada a Velha Senhora jogou apenas um tempo? Contra PSV, Napoli, Milan… Se não fosse pelo desgaste físico e mental, as ambições dos bianconeri poderiam estar em um patamar mais elevado neste momento. Falta constância dentro de uma mesma partida e também na sequência de compromissos.

O que resta para a Juventus é buscar uma vaga na próxima edição do torneio e tentar chegar longe na Coppa Italia, que, realisticamente, é a derradeira chance de título na temporada. Sem tempo para lamentar, a equipe volta a campo no domingo (23) contra o Cagliari, pela Serie A, e, três dias depois, enfrenta o Empoli, em Turim, pelas quartas do mata-mata nacional. Enquanto isso, o PSV aguarda o sorteio das oitavas da Liga dos Campeões para saber se enfrentará Arsenal ou Inter, único time italiano ainda vivo na competição.