Adepto do Sporting denuncia brutalidade policial durante festejos: "Fiquei com a cara modificada" | OneFootball

Adepto do Sporting denuncia brutalidade policial durante festejos: "Fiquei com a cara modificada" | OneFootball

Icon: Leonino

Leonino

·23 May 2025

Adepto do Sporting denuncia brutalidade policial durante festejos: "Fiquei com a cara modificada"

Article image:Adepto do Sporting denuncia brutalidade policial durante festejos: "Fiquei com a cara modificada"

A noite de celebração do 25.º título do Sporting terminou em violência para alguns adeptos. Marcelo Monteiro foi brutalmente agredido pela polícia de intervenção, enquanto aguardava a passagem do autocarro da equipa, na zona do Saldanha. O estudante de 25 anos acabou por perder um dente e ser atingido por uma bala de borracha no peito, garantindo ter acontecido sem qualquer provocação ou ameaça evidente à ordem pública.

"Estava com os restantes adeptos junto ao Atrium Saldanha à espera da equipa porque, antes de seguirem para o Marquês, o autocarro ia sempre lá passar, era esse o trajeto. O autocarro estava a aproximar-se, ainda não o conseguíamos alcançar com a vista, mas sabíamos que se estava a aproximar porque o corpo de intervenção da polícia começou a fazer um perímetro de segurança para impedir que os adeptos se chegassem ao autocarro", disse, ao Notícias ao Minuto.


OneFootball Videos


Marcelo recorda o episódio, lembrando que os adeptos foram "subindo a estrada, à medida que o autocarro avançava", mas "de um momento para o outro" tudo mudou. "Um polícia salta para cima de mim, dá-me um pontapé e eu caio ao chão. E, atenção, que eu estava numa zona em que não vi ninguém com artefactos pirotécnicos, pelo menos as pessoas que me rodeavam. Sei que houve muita pirotecnia, como tochas e foguetes, mas naquele momento, quem me rodeava não tinha nenhum artefacto pirotécnico", continuou o adepto do Sporting.

"Foi nessa altura que eles começaram a ser mais agressivos, tanto que, como referi, deram-me um pontapé e eu caí ao chão, levei com um cassetete na boca, ainda me consegui levantar, depois de levar mais uns pontapés, porque já estavam dois ou três [polícias] a bater-me. Consegui levantar-me e no momento em que me levanto, ainda levei com uma bala de borracha no peito. Após isso, dispersei com o resto da multidão, que aquilo ficou caótico", admitiu Marcelo.

"O Estado tem de se responsabilizar por isto"

Marcelo afirmou ter feito queixa do sucedido, uma vez que o tio é advogado e está a tratar do processo. "Infelizmente, não vou conseguir identificar ninguém, porque a polícia de intervenção anda sempre protegida com capacetes e golas. O Estado tem de se responsabilizar por isto", referiu.

"Isto baixa muito a minha autoestima. Acabei por ficar com a cara um pouco modificada. A falta de dentes é notória… Felizmente isto não implica continuar a estudar para os exames da faculdade e futuros trabalhos, mas condiciona a minha imagem, porque eu sou uma pessoa muito ligada à moda e acaba por ser um pouco frustrante para mim", atirou, revelando não ter presenciado o que se sucedeu com Bernardo Topa - adepto que perdeu um olho devido a um disparo da PSP: "Não vi nada do que aconteceu ao Bernardo, que estava no Saldanha também e reside da mesma zona que eu [Oeiras]. Eu mandei-lhe uma mensagem a expressar o meu apoio e solidariedade".

View publisher imprint