oGol.com.br
·22 March 2025
Conheça os desafios de Bahia e Fortaleza na Libertadores

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·22 March 2025
De maneira inédita, o futebol nordestino tem dois clubes representantes na fase de grupos da Copa Libertadores. De volta à competição após 36 anos, o Bahia precisou passar por duas fase até garantir seu retorno total. Já o Fortaleza vai para sua terceira participação nos últimos quatro anos e segue se estabelecendo firme no cenário interinacional.
Bahia e Fortaleza conheceram nesta semana os adversários na fase de grupos, e como esperado, não terão facilidades. O próximo desafio é chegar na fase mata-mata e o desempenho precisa ser rápido, já que os jogos acontecem em apenas dois meses - abril e maio - antes do início da Copa do Mundo de Clubes da Fifa.
Sem mais delongas, o Fora do Eixo traz curiosidades e opiniões dos adversários das equipes nordestinas na Libertadores.
O Bahia caiu no que para muito está sendo chamado de 'Grupo da Morte'. O Tricolor dificilmente escaparia de um duelo com brasileiros e enfrentou um que não é cabeça de chave: o Internacional. O pote 1 ficou com o Nacional, equipe de maior história no Uruguai. A outra vaga é do Atlético Nacional de Medellín. Todos os adversários são campeões da Libertadores e somam juntos 7 títulos.
A vida do Bahia não é fácil, em um grupo sem equipe que pode ser considerada a mais frágil e com todos despontando na briga pelas duas vagas nas oitavas de final. O Tricolor, no entanto, tem uma temporada até aqui perfeito, com classificação nas fase prévias da Libertadores, liderança na Copa do Nordeste e até aqui vantagem na final do Campeonato Baiano contra o rival Vitória.
Além disso, há espaço para um feito histórico, já que em 1989 foi eliminado na Fonte Nova para o Internacional. 36 anos depois, a reestreia será em casa e contra o próprio Colorado.
Internacional: No grupo do Bahia, o Internacional parece surgir como a equipe mais provável de ficar com a primeira posição. O Colorado tem voado baixo sob o comando do técnico Roger Machado (ex-Bahia) e neste ano conquistou o Campeonato Gaúcho depois de sete títulos seguidos do rival Grêmio. Invicto na temporada, o Inter conta com o meia Alan Patrick como grande pilar, mas o elenco segue oferecendo boas soluções, como Valencia, Borré e Bernabei.
Nacional: Tricampeão da Libertadores, o Nacional vem do título da Supercopa do Uruguai conquistado em janeiro com vitória diante do Peñarol. No momento também é o quinto colocado da Liga Uruguaia Apertura. O elenco conta com Nico López (ex-Internacional) como grande nome e o chileno Eduardo Vargas (ex-Galo) como novo centroavante, além dos conhecidos Coates, Otero e Polenta. A equipe é comandada por Martín Lasarte, uruguaio de 63 anos e ex-técnico da seleção chilena, Al-Ahly, Real Sociedad. A equipe gosta de jogar de maneira ofensiva e tem alto índice de finalizações, mas sofre com problemas defensivos e tomou gol em quase todos os jogos que disputou.
Atlético Nacional: O time colombiano conquistou sua primeira Libertadores justamente em 1989, ano de última participação do Bahia. É o atual campeão da Liga Colombiano Finalización, da Copa da Colômbia e da Supercopa da Colômbia. Dominante no seu país, não passa das oitavas de final da Libertadores desde o título de 2016. O elenco contém nomes conhecidos no futebol internacional, como o goleiro Ospina (por ano da seleção colombiana), os meias Matheus Uribe e Edwin Cardona e os atacantes Billy Arce e Alfredo Morelos. O lateral Camilo Cândido, que passou pelo Bahia em 2023, também é titular. O Atlético lidera a Liga Colombiana Apertura e tem o melhor ataque da competição disparado.
Opinião Fora do Eixo: A vida do Bahia não é fácil, principalmente levando em consideração a pouca experiência recente na Libertadores e o calendário insano dos próximos meses. O Tricolor encontra Internacional e Atlético Nacional em ótimos momentos recentes após anos ruins e ainda tem o cabeça de chave Nacional podendo complicar. O Esquadrão precisa da força da Fonte Nova (onde nunca perdeu na competição) para conquistar pontos em um grupo que promete ser equilibrado.
O Fortaleza caiu no Grupo E e tem desafios pela frente (apesar de menores do que o Bahia). O cabeça de chave é o Racing, justamente a pior opção no momento para o Tricolor, que não poderia enfrentar os brasileira. A chave conta ainda com o chileno Colo-Colo, adversário recente do time cearense, e o colombiano Atlético Bucaramanga.
Com a lupa de 2024, o Fortaleza seria disparado o principal concorrente do Racing e brigaria até mesmo pela liderança da Libertadores, mas o início de temporada do time de Vojvoda é - mais uma vez - ruim. São 5 derrotas em 14 jogos e 10 gols sofridos. Já foram duas derrotas para o rival Ceará e o impacto de perder para o Sousa ainda é sentido.
O Tricolor está na sua terceira participação na Libertadores na história, a terceira desde 2022. Na estreia teve sua melhor temporada, indo até as oitavas de final. Já em 2023 caiu na fase prévia e sequer chegou aos grupos.
Racing: Adversário do Fortaleza já na estreia, o Racing é de longe a equipe estrangeira que desponta como perigo a hegemonia dos brasileiros na Libertadores. A equipe comandada pelo experiente Gustavo Costas superou Cruzeiro e Botafogo com facilidade nos últimos meses para conquistar a Sul-Americana e a Recopa. O elenco tem o goleador Adrian Martinez, o cada vez mais adaptado Vietto (ex-Atlético de Madrid, Sevilla e Al Hilal) e um meio de campo forte com Almendra, Nardoni e Zaracho. No entanto, o início na Liga Argentina Apertura é ruim, com 5 derrotas em 10 jogos e apenas o nono lugar no Grupo A.
Colo-Colo: Os atuais campeões chilenos são comandados pelo argentino Jorge Almirón, finalista da Libertadores 2023 com o Boca Junios e que está na sua segunda temporada no clube. O treinador sabe jogar a competição, mas a equipe patina nesse início de temporada, com 3 derrotas em sete jogos no Apertura. O grande perigo é o centroavante Javier Correa, mas a criação não tem sido o destaque da equipe. O elenco conta ainda com experientes Isla e Vidal, mas o destaque fica para o meio Cláudio Aquino, contratado junto ao Vélez. Colo-Colo e Fortaleza já se enfrentaram em 2022, também na fase de grupos. O Tricolor venceu no Chile por 4 a 3, mas perdeu no Brasil por 2 a 1.
Atlético Bucaramanga: atual campeão da Liga Colombiana Apertura (na primeira conquista da história), o clube aparece como o grande azarão do grupo. O aumento de nível é evidente nos últimos anos, inclusive com o retorno à Libertadores após 27 anos, mas o Bucaramanga não empolga. O início de 2025 é ruim, com apenas uma vitória em 11 jogos, derrota na Supercopa da Colômbia e a 17ª posição na Liga. O ataque tem média inferior a 0,5 gol por jogo e a defesa está sendo vazada facilmente.
Opinião Fora do Eixo: Com o Atlético Bucaramanga muito provavelmente na lanterna do grupo e Racing disparando para a liderança, o Fortaleza briga pela segunda vaga do grupo junto com o Colo-Colo. A equipe brasileira é melhor que a chilena, mas precisa voltar a apresentar um bom desempenho sob o comando de Vojvoda. O teto do Tricolor é grande, o bastante até a brigar pela liderança, mas as atuações recentes estão longe de chegar nesse nível. Não pode vacilar.