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Zerozero

·25 May 2025

Do-dobradinha!!

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O Benfica chegou a ter mão e meia na Taça, mas o inevitável Gyokeres levou o jogo para prolongamento e, aí, foi o seu substituto (?), o jovem Conrad Harder quem vestiu a capa de herói. O dinamarquês, de cabeça, fez a reviravolta do Sporting, que venceria por 1-3 e alcançaria a tão aguardada dobradinha.

O dia era de festa da Taça, logo com um dérbi lisboeta. Do lado encarnado, Bruno Lage promovia algumas surpresas, dando a titularidade a Bruma e Dahl - além de Samuel Soares, já anunciado -, com Di María e Aursnes a começarem no banco de suplentes. Do lado leonino, Rui Borges tinha como principal surpresa a titularidade de St. Juste na defesa.


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Espaço para mais

Apresentado em 5x2x3, sem bola, porque com ela era bem mais dinâmico e diferente -, o Benfica construía de forma diferente. Carreras era um lateral assumido - apesar de ser o central da esquerda -, Dahl posicionava-se como extremo e Akturkoglu deambulava para o meio, nas costas de Pavlidis. Num primeiro momento, apesar disso, o Sporting estava mais confortável, aproveitando os movimentos interiores de Trincão para criar triangulações - Pote começou muito agarrado à ala.

A emoção inicial começou na baliza do Sporting. Primeiro, aos 13', o Benfica viu um penálti revertido, por fora de jogo de Kokçu no início da jogada. Depois, aos 20', Pavlidis aproveitou uma perda de bola infantil de Debast e atirou ao poste. As primeiras reações e suspiros chegavam das bancadas de um Jamor que parecia uma autêntica bandeira de Portugal.

Quiçá devido a este par de sustos, o Sporting recuou ligeiramente as linhas - assumiu um 5x4x1, com Gyokeres excessivamente sozinho na frente - e isso deixou o Benfica mais confortável (e com mais tempo) com bola. Contudo, os encarnados estavam algo dependentes das arrancadas de Carreras e Bruma nas respetivas alas e ia faltando ligação no último terço - apesar do bom trabalho de Pavlidis como «pivot».

O Sporting, por sua vez, apenas cresceu quando Pote apareceu no interior e trouxe outras dinâmicas, mas sem perigo.

O inevitável está lá

Estava tudo em aberto, mas o Benfica teve uma entrada fulminante na segunda parte e em menos de cinco minutos fez estremecer a sua metade do estádio por duas vezes, com direito a explosão de alegria e tochas, embora a segunda tenha sido falso alarme. Primeiro, aos 47 minutos, Kokçu rematou colocadíssimo de fora da área e fez o 1-0. Dois minutos depois, Bruma combinou com Pavlidis à entrada da área, entrou na mesma e fez mesmo o segundo.

Contudo, depois de minutos de ansiedade de parte a parte, este último foi anulado por uma falta no arranque da jogada.

O mote estava dado e o bicampeão era obrigado a ser bem mais atrevido do que visto até então. O Sporting tentou claramente assumir as rédeas e intensificou dinâmicas com bola, mas a opção tática de Bruno Lage ia resultando, não dando grandes espaços no último terço. Além disso, notava-se que o Benfica ia tentando baixar o ritmo sempre que possível, tanto com bola, como em algumas assistências a jogadores.

Aqui, começava a dança dos bancos de suplentes. Lage refrescava, tentando apostar na transição. Rui Borges colocava a «carne toda no assador» - não estivéssemos no Jamor -, com a entrada de Quenda e Harder. Os últimos 15 minutos - 25, com a compensação - foram, no entanto, muito pouco jogados. Entre várias paragens para assistência a jogadores do Benfica e um Sporting mais desesperado que racional, houve pouca emoção dentro das quatro linhas.

Tudo parecia mais do que resolvido, mas o inevitável aconteceu. Ou melhor, apareceu. No último suspiro, aos 90+9, Gyokeres arrancou pela direita, entrou na área e acabou travado por uma falta infantil de Renato Sanches. No frente a frente com Samuel Soares, o sueco não perdoou e levantou metade do estádio com estrondo. Teríamos mesmo prolongamento.

Foi Harder, mas foi

Com, pelo menos, mais 30 minutos de jogo, o ímpeto das bancadas tinha mudado drasticamente. Apesar do claro cansaço dos jogadores, os adeptos leonino pareciam, agora, incansáveis. Nada, mas mesmo nada, os controlou quando, aos 99 minutos, Conrad Harder respondeu ao cruzamento milimétrico de Trincão na esquerda e fez o 1-2.

Di María ainda veio a jogo, na sua despedida do Benfica, mas o desespero do Benfica falou sempre alto de mais e o Sporting aproveitou, até que, aos 120+1, Trincão fechou a vitória leonina por 1-3. A aguardada dobradinha - Taça e campeonato -, que fugia há 23 anos, chegava.

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