Eduardo Dâmaso faz aviso importante antes do Benfica - Sporting | OneFootball

Na véspera do decisivo dérbi entre Sporting e Benfica, Eduardo Dâmaso escreveu um artigo, onde apela ao regresso do futebol à sua essência mais pura e apaixonada. Com ambos os clubes de Lisboa empatados com 78 pontos, o confronto tem tudo para ser explosivo, mas o diretor geral editorial adjunto do CM/CMTV prefere destacar a história e a beleza do duelo.

“O Dérbi, a religião e o Deus” é o título do artigo onde Eduardo Dâmaso evoca a escrita de Manuel Vásquez Montalbán, um dos maiores cronistas do futebol, para refletir sobre o significado do desporto-rei. “Manuel Vásquez Montalbán produziu, a par de Galeano, Marias e outros, alguns dos melhores textos de sempre sobre futebol. Também sobre outras coisas mas, no que aqui nos chama, sobre futebol”, escreveu Dâmaso no jornal Record.

Recordando a obra “Fútbol: Una religión en busca de um Dios", Dâmado cita passagens marcantes de Montalbán para ilustrar a transição do futebol de paixão pura para um espetáculo de interesses comerciais, “Todos simbolizam o mágico caleidoscópio de emoções que nos leva do futebol de rua ao tempo da construção de um espetáculo transcendente, assente no poder do dinheiro da televisão e das grandes multinacionais, nos estádios feitos catedrais, no endeusamento de jogadores, presidentes e empresários.”

Mas é na última parte do texto que Eduardo Dâmaso deixa o seu apelo mais direto aos adeptos de ambos os clubes: “Mesmo assim, deixo aqui os meus votos à tribo que procurará, amanhã, os seus deuses de verde e vermelho. Vão ao dérbi, apreciem o jogo e os artistas, aplaudam as suas fintas, respeitem os seus erros, ainda que sofram, mas façam a festa do futebol.”

Com uma última mensagem clara contra a violência, Dâmaso conclui: "Não se deixem levar pelas hordas organizadas em claques e grupúsculos de violência. Regressem aos tempos em que, apesar da paixão concentrada no ‘tribunal’ de Alvalade e no Terceiro Anel da Luz, prevalecia a arte dos que driblavam de costas, dos que marcavam golos com a franja ou se disfarçavam de poste. O futebol era uma enorme festa e não um grito arrepiante de ódio. Divirtam-se, isolem os bárbaros!"