Enquanto uns veem um canto, outros veem uma oportunidade | OneFootball

Apesar do empate a duas bolas frente ao Bayern München (2-2), o Internazionale carimbou o passaporte dourado para as meias-finais da Liga dos Campeões. No Stadio Giuseppe Meazza, a eficácia ditou o rumo dos acontecimentos.

Depois da vitória suada na primeira batalha, os comandados de Inzaghi voltaram a mostrar uma grande personalidade, não se deixando afetar pelo tento cooncedido. As bolas paradas foram a arma secreta escolhida para completar a missão.

Um presságio interessante

A turma bávara, face ao prejuízo na eliminatória, entrou com vontade de reverter a difícil situação. Michael Olise, logo aos 4', combinou com Thomas Müller e finalizou com um remate em arco. A tentativa do internacional inglês tinha selo de golo, mas Benjamin Pavard, com um carrinho exímio, tirou o pão da boca ao camisola '17'. No entanto, os nerazzurri não se limitaram a deitar sobre a almofada.

Aos 33', Hakan Çalhanoglu deu uso à sua característica primordial, enchendo o pé num belo remate de meia distância. Para desalento do médio turco, o esférico passou ligeiramente ao lado da baliza à guarda de Jonas Urbig, que controlou a trajetória da bola... com o olhar.  A formação da casa, movida pelos seus adeptos, continuou a aproximar-se, com frequência, à baliza adversária, mas o conjunto pintado a azul e preto soube lidar, tranquilamente, com as incursões germânicas.

Foi no final do primeiro tempo que os die roten começaram a colocar em prática a sua avalanche ofensiva, com Leroy Sané em grande plano. O extremo, fruto da sua acrescida velocidade, conseguiu provocar múltiplos transtornos a Matteo Darmian. Aos 38', o '10' teve uma oportunidade dourada para abrir a contagem, porém, o volley não saiu com a perfeição que certamente pretendia. A bola descansou, suavemente, nas mãos seguras de Yann Sommer.

O intervalo abriu a Caixa de Pandora

No entanto, após o descanso, o suspeito do costume apareceu, depois de passar em branco na Allianz Arena. Na sequência de uma transição rápida, a bola sobrou para Leon Goretzka, que, prontamente, serviu Harry Kane. O ponta de lança, com um toque subtil, arranjou espaço para premir o gatilho. O excelente remate cruzado deixou o guardião suíço pregado ao chão.

A vantagem do Bayern não durou muito tempo. Na sequência de um canto cobrado por Federico Dimarco, a bola sobrou para os pés de Lautaro Martínez. O letal matador, sem pensar duas vezes, disparou de primeira, em zona privilegiada. O tento do argentino foi celebrado efusivamente em todo o estádio, inclusive pelos atletas que estavam no banco de suplentes. Inter novamente em vantagem nos quartos.

Três minutos depois, a cambalhota no resultado. Novo canto, novo golo. Çalhanoglu, com muita classe, colocou a bola na área, já Benjamin Pavard entrou de rompante e desferiu um cabeceamento violento para o fundo das redes. Os pupilos de Kompany não baixaram a cabeça e, na reta final do encontro, foram recompensados com uma réstia de esperança.

Seguindo a toada, novo canto, novo golo, desta vez para o conjunto de branco. Aos 76', Gnabry, com um cruzamento a régua e esquadro, encontrou Erik Dier ao segundo poste. Apesar do ângulo apertado, o golpe de cabeça do ex-Tottenham sobrevoou o guarda-redes helvético e repousou dentro da baliza.

A equipa de Munique colocou o pé no acelerador para os instantes finais, mas a mira dos intervenientes não esteve particularmente afinada. Nota mais para Sommer, que fez uma enorme intervenção num dos últimos lances da partida, travando o remate à queima-roupa de Kingsley Coman. Alegria de uns contrastou com a notória frustração de outros.