Fio Tricolor: Venda de William Gomes – Revelação de Problemas! | OneFootball

(Foto: Rubens Chiri | São Paulo FC)

A venda de William Gomes ao Porto por 12 milhões de euros (cerca de R$ 74,5 milhões) reforça mais uma vez o enorme potencial de Cotia, mas também expõe um problema crônico na administração do São Paulo: a subvalorização de seus jovens talentos. Enquanto rivais negociam suas promessas por cifras inflacionadas, muitas vezes desproporcionais ao desempenho dos atletas, o Tricolor segue vendendo seus principais ativos por valores que dificilmente refletem seu real potencial de mercado.

Além disso, é fundamental destacar a incoerência nos discursos sobre a valorização da base. Recentemente, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, menosprezou os jogadores formados em casa, insinuando que a base não seria essencial para um clube grande. No entanto, basta observar os principais clubes do mundo para entender que investir na formação de atletas não apenas fortalece o time tecnicamente, mas também gera grandes receitas. Ignorar isso é um erro estratégico grave.

(Foto: Reprodução | São Paulo FC)

Visão Interna Que Preocupa

Por mais que a venda de William tenha garantido um bom valor aos cofres do São Paulo, é impossível não questionar se o clube poderia ter conseguido mais. O jogador tem apenas 18 anos e já mostrou grande potencial, marcando três gols em 20 partidas pelo profissional. Além disso, a inclusão de 20% sobre uma venda futura ameniza a perda, mas não elimina a sensação de que o Tricolor continua negociando seus jovens abaixo do que realmente valem.

Enquanto isso, os rivais fecham acordos milionários com suas promessas. Basta lembrar das vendas recentes de atletas que, tecnicamente, não demonstraram muito mais do que William, mas ainda assim foram negociados por valores muito superiores. Essa discrepância precisa ser analisada com seriedade, pois não se trata de um caso isolado, mas de um padrão recorrente que compromete o futuro financeiro do clube.

(Foto: Marcos Ribolli | Globo Esporte)

Negociações Infundadas

Outro ponto que merece atenção é a política de empréstimos e rescisões no São Paulo. Nos últimos anos, o clube tem adotado estratégias, no mínimo, questionáveis ao liberar jovens jogadores por valores baixos ou até mesmo rescindir contratos sem uma compensação adequada. Esse cenário se repete frequentemente e levanta dúvidas sobre a real capacidade da diretoria de gerir os talentos formados em Cotia.

Apesar de a atual situação financeira do São Paulo exigir criatividade nas negociações, não se pode tratar a venda de jogadores abaixo do mercado como uma solução viável a longo prazo. Pelo contrário, essa prática enfraquece o time e impede que o clube se aproveite ao máximo do trabalho realizado na base. Se Cotia é um dos maiores patrimônios do São Paulo, o clube precisa tratá-la como tal.

Chegada de Wendell: Ponto “Positivo”

A negociação com o Porto trouxe um ponto positivo: a chegada antecipada de Wendell. O lateral-esquerdo, que já havia assinado um pré-contrato, agora reforçará o elenco imediatamente, suprindo uma carência no setor. No entanto, essa compensação não pode servir como justificativa para aceitar valores abaixo do esperado na venda de uma joia da base.

Se há algo que a gestão precisa aprender com os erros do passado, é que não basta apenas formar bons jogadores, mas também saber valorizá-los na hora de negociá-los. O São Paulo perdeu talentos por valores baixos, vendo-os brilhar em outros clubes e aumentando a frustração da torcida.

A mudança desse cenário exige uma reavaliação profunda na maneira como o clube lida com suas promessas. Se o São Paulo continuar aceitando propostas abaixo do potencial de seus jogadores, perderá vantagem no mercado. Se o objetivo é se manter competitivo, é essencial mudar essa mentalidade.

Jovens Promessas Salvam Clubes

Com o futebol globalizado e jovens negociados por fortunas antes de se firmarem, o São Paulo não pode mais se dar ao luxo de errar. Se os rivais conseguem vender suas promessas por valores elevados, por que o Tricolor não pode fazer o mesmo?

Portanto, está mais do que na hora de virar essa chave. O clube deve ver a base como um pilar estratégico para seu crescimento, não apenas como uma fonte emergencial de recursos para cobrir dívidas. Caso contrário, o São Paulo continuará perdendo suas joias por preços abaixo do esperado, comprometendo não só o presente, mas também o futuro da equipe.