Leonardo Jardim fala sobre escolha pelo Cruzeiro e sua visão do futebol brasileiro: “Os campeões tem talento e intensidade” | OneFootball

“Tive na Europa muitos anos, depois nos últimos três anos fiz um tour pelos países do Golfo, Catar, Arábia Saudita, Emirados dos Árabes, e sempre tive um objetivo de treinar no Brasil. Em janeiro minha esposa teve um problema de saúde, tive que sair dos Emirados e nessa saída no fim do mês apareceu o Cruzeiro. Falei com o Pedro, Alexandre, apresentaram um projeto interessante, sabendo que o Maior de Minas tinha um projeto em mãos e aceitei. Não é uma questão financeira, é uma opção de vida vir ao Brasil, o país do futebol, e sem dúvida é o país com mais talento do mundo.”

“Sobre o clássico, o que posso dizer é que teve dois momentos, antes e depois da expulsão. Sempre difícil jogar com um a menos. O adversário, por isso, ganhou bem. Queremos fazer melhor no futuro, fica uma experiência do que não queremos repetir no futuro. Precisamos ser mais competentes e ter uma equipe melhor que consiga dar os resultados que a torcida e a direção querem e merecem.“

“Quando começamos a nos falar, há 12 dias, eu tive a preocupação e fazer um estudo do clube, em relação ao elenco. Mas tem uma coisa que sempre falei com Alexandre e com o presidente, que quero tomar decisões depois de trabalhar um pouco com eles, porque uma coisa é ver vídeos, outra é sentir no campo a qualidade e o perfil de cada jogador. Normalmente costumo fazer o trabalho de casa e por isso estou a vontade.”

“O futebol brasileiro, nos últimos anos, principalmente as equipes que ganharam os campeonatos e a Libertadores, a grande diferença foi a intensidade. Essas equipes conseguiram ter talento e intensidade nos jogos. Foi o caso do Palmeiras, do Flamengo, e agora com o Botafogo. É nessa área que acredito, ter mais intensidade, mais agressividade, porque os campeões têm talentos, mas também precisam da outra parte, que é intensidade de jogo. Esta é a minha visão sobre o futebol brasileiro nos últimos anos, porque foi o que acompanhei mais.”

“A minha atitude em relação as equipes, com certeza é que tenho que me adaptar ao elenco que temos. Sobre o jogo, gosto de uma equipe que tenha a bola, mas também com transição rápida quando tiver espaço, que tenha uma mudança de lado quando nos pressionarem nos corredores. Que seja uma equipe compacta defensivamente, que consiga pressionar o adversário… temos que trabalhar essas várias ideias nos jogos, porque o jogo tem variantes, com momentos em que temos mais controle, outros temos que sair em transição e essas ideias temos que começar a trabalhar e hoje já começamos. Não acredito somente numa ideia que temos que manter independente do que o resultado está a fazer. O jogador tem que ter essa cultura tática de perceber qual o momento e o timing pra tomar as melhores decisões em relação ao plano de jogo.”

Não é a primeira vez que faço 65 jogos na temporada, mas temos que ter cuidado, principalmente com as viagens porque o Brasil é um país muito grande, com deslocamentos grandes. Temos que gerir bem o elenco, ter várias funções dentro do grupo, e essa é a nossa ideia. Não acredito em 11 jogadores, acredito em um plantel. Já falei com os jogadores sobre querer competitividade dentro do grupo, tendo mais de uma solução para cada posição, não podemos depender só de onze jogadores. Sabemos que a torcida quer que joguem sempre os mesmos, mas temos que montar uma equipe competitiva, com soluções para superar esse calendário e o número de jogos em todas as competições, com uma equipe fresca que ambicione sempre os melhores resultados e os títulos. Não quer dizer que vamos ganhar, mas vamos lutar. São situações completamente diferentes. Vamos brigar com os outros pelos objetivos.”

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