Zerozero
·21 January 2025
Zerozero
·21 January 2025
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
Depois de uma curta passagem por Inglaterra, Luís Freitas teve a sua segunda experiência no estrangeiro na Islândia, ao serviço do Sindri. Do país nórdico, o extremo guarda boas memórias.
«O clube estava na 3ª divisão. Eu fui para lá exclusivamente para jogar futebol porque o clube deu-me condições para isso, mas a verdade é que também tinha a possibilidade de trabalhar, que foi o que aconteceu. Principalmente nos três meses de verão. Tive um part-time num hotel, trabalhava lá de manhã para ganhar algum dinheiro extra e à tarde treinava. Pontualmente, tendo em conta que a Islândia é um país piscatório, ajudávamos na descarga do peixe. O clube tinha um acordo com um companhia de pesca e os jogadores tinham esse part-time, principalmente os estrangeiros. Uma vez por semana, os barcos chegavam ao porto e nós estávamos lá duas/três horas a ajudar a descarregar. O peixe vinha em caixotes e nós tínhamos de ajudar para depois seguirem de empilhador», começou por dizer, dando ainda mais pormenores:
«Foi algo diferente. Quando um jogador vai para o estrangeiro, vai não só pela experiência, mas também para fazer com que compense financeiramente. Havia tempo livre, portanto aproveitávamos para fazer estes trabalhos extra. Era algo ótimo para o espírito de grupo do plantel.»
Ainda que os meses que passou na Islândia tenham sido positivos, Luís Freitas revelou, no entanto, que teve de 'suar' para chegar ao país. «Tive de fazer três escalas para chegar à Islândia, não foi nada fácil. Passei uma noite no aeroporto e dei por mim a pensar que parecia que ia para o outro lado do mundo, mas a verdade é que a Islândia não é assim tão longe. Fiz escala em Frankfurt, sendo que cheguei lá tarde e tinha um voo cedo no dia seguinte. Depois fui para Viena, segui para outro país nórdico que já não me lembro e daí é que fui para Reiquiavique. Por fim, ainda tive de fazer uma viagem de cinco/seis horas de carro até Höfn, a cidade do clube», rematou.