“Não se troca de treinador como quem come tremoços” é opinião unânime de Jorge Amaral e Nuno Encarnação | OneFootball

Nuno Encarnação, um adepto fervoroso do FC Porto, manifesta apoio à decisão de André Villas-Boas em manter Vítor Bruno à frente da equipa, mesmo após duas derrotas seguidas, uma na Allianz Cup, frente ao Sporting (0-1), e outra na Liga Betclic, contra o Nacional (0-2).

Segundo o comentador da CMTV, o mais relevante, neste momento, é que haja um diálogo construtivo entre o presidente e o treinador, em vez de mudanças abruptas. “Não se muda de treinador como se come tremoços. O que considero que é expectável é que presidente e treinador partilhem impressões sobre alguns erros que o próprio treinador tem cometido”, argumenta Encarnação, em declarações ao jornal Record, acrescentando que “este voto de confiança traz ainda mais responsabilidade ao treinador e aos jogadores” do FC Porto.

Quando questionado se a crise pode ser superada apenas com “conversas”, o comentador expressa: “Têm de demonstrar aos adeptos, nos jogos cruciais, contra o Sporting e o Benfica, que este voto de confiança foi a decisão correcta”, conclui Nuno Encarnação.

Jorge Amaral: “É necessário haver mudanças estruturais e de mentalidade”

Jorge Amaral, ex-guarda-redes do FC Porto, também se mostra a favor da continuidade de Vítor Bruno como treinador da equipa. No entanto, ele defende que são necessárias mudanças estruturais no plantel e na formação portista. “Os sinais estão à vista. Há jogadores fora das suas posições, alguns com níveis de confiança muito baixos e, no geral, quando joga fora, a equipa apresenta níveis de agressividade bastante reduzidos”, descreve o também comentador da CMTV.

Assim, Amaral acredita na continuidade de Vítor Bruno, “se for acompanhada por uma mudança de atitude e por alterações estruturais”, o que, na prática, implica “colocar os jogadores em melhor forma e nas posições adequadas”, sugere o adepto portista, admitindo que o mercado de janeiro pode ser um factor de… clarificação. “Os ajustes em janeiro devem ser muito incisivos e cirúrgicos. Não creio em grandes mudanças”, revela.

Segundo o entendimento do antigo guarda-redes, “o que é necessário resolver são os níveis de ambiente interno”. E como se pode alcançar isso? Afastando “jogadores que possam estar descontentes por não serem uma opção ou por desejarem sair”, diz. Aspectos que, na opinião de Jorge Amaral, “podem comprometer uma segunda volta que se pretende vitoriosa”.

Antes de concluir a troca de impressões, o ex-futebolista deixa uma certeza. “Este campeonato será decidido pelos resultados entre os três grandes, uma vez que existe uma diferença abissal em relação aos outros. Se o FC Porto – como aconteceu com o Nacional – acreditar que esses jogos estão ganhos à partida, a situação complica-se”, admite Amaral, referindo-se, por fim, à derrota (0-2) sofrida no domingo na Choupana.

“O FC Porto poderia ter iniciado a construção da possibilidade de ser campeão nacional, uma vez que, à excepção do Sp. Braga, recebe todos os seus adversários directos no Dragão. Também sabemos que o FC Porto não teve um bom desempenho contra os rivais fora de casa. Esperemos que o Dragão seja um bom estímulo, mas, repito, é necessário haver mudanças estruturais e de mentalidade”, conclui Jorge Amaral.