Por Dentro do Galo: conheça o CIGA | OneFootball

Para inaugurar o “Por Dentro do Galo”, o Atlético realizou uma apresentação completa e detalhada do trabalho do CIGA (Centro de Informação do Galo). É a primeira etapa desse ciclo de encontros da imprensa, influenciadores e sócios Galo Na Veia com diversos setores do Clube.

Gerente de Mercado do CIGA, Rodrigo Weber conduziu uma palestra no auditório do futebol profissional, na Cidade do Galo. O evento teve a presença de 31 jornalistas, além de seis torcedores do GNV Forte e Vingador.

O trabalho, os projetos, a maneira de atuar, exemplos práticos e a missão do CIGA foram apresentados em duas horas de uma conversa livre. O departamento atua de forma interna e externa, abordando aspectos do mercado (compra e venda de atletas), análise de desempenho e banco de dados. Ele é composto por 13 profissionais, além de observadores.

“O CIGA é um departamento que trabalha baseado em evidências, cujo objetivo principal é a tomada de decisão operacional do clube. Trabalhamos em grupos. Compra e venda de atletas, desenvolvimento dos jogadores, estratégia de jogo”, disse Weber.

Áreas do CIGA:

Gerente – Rodrigo Weber Análise de Desmepenho – Gustavo Nicoline Mercado – Pedro Picchioni Analytics – Rodrigo Picchioni

Ecossistema tecnológico

O CIGA conta com 12 softwares que vão desde dados de evento, vídeos, relatórios de scout, análise e edição de vídeo, dados de contrato, consultoria de tática individual que acompanha jogos dos atletas emprestados e jogadores destacados na base, relacionamentos de mercado.

Existência do CIGA

Qual clube vai ser o campeão brasileiro de 2025? Foi com essa pergunta que Rodrigo Weber começou a apresentação de atuação do CIGA. O fator mais preditivo de sucesso esportivo é o investimento. E esse parâmetro está cada vez mais desnivelado e desproporcional.

Como superar obstáculos? Buscar a eficiência máxima. Um estudo aponta que 49% do sucesso esportivo pode ser atribuído ao investimento, os outros 51% é da eficiência operacional. Em média, clubes super eficientes conseguem superar a própria expectativa em até seis pontos.

Exemplo: em 2021, o Atlético somou 21 pontos a mais do que havia sido projeto no estudo do CIGA, tamanha foi a eficiência operacional do clube naquele Brasileirão. “Nossa missão é entregar a direção do Atlético os caminhos para tomar as melhores decisões possíveis, o que é feito através de estratégia, que é baseada em evidências e fatos”.

Planejamento estratégico do Galo

Modelo de jogo: controle total através de agressividade com e sem bola

É o alicerce do planejamento estratégico. O modelo de jogo é criado através de evidência. Ele permite o desenvolvimento e a potencialização de ativos (base a profissional).

Rodrigo Weber: “Se eu sei a maneira que eu quero jogar, eu contrato um treinador que é alinhado a esse pensamento e que será capaz de desenvolver os nossos jogadores dentro desse modelo de jogo, além de atuar no mercado atrás de atletas com o perfil que se encaixe nisso”.

O CIGA detém 10 componentes que têm relação com o sucesso esportivo, sendo cinco com bola e cinco sem bola. Isso permite criar índices ofensivos e defensivos para jogos, equipes, treinadores, e isso nos auxilia na criação do modelo de jogo ideal.

Como o CIGA opera?

Os processos do CIGA são baseados em evidências. São quatro segmentos: análise de jogo, análise de equipe, identificação de reforços e análise de jogador.

“Não tem achismo, são estudos, exemplos anteriores, práticas utilizadas com sucesso por outras equipes. Não temos a pretensão de ser inventor de nada” – Rodrigo Weber.

Análise de jogo

É análise da própria equipe e a performance do time ao longo da temporada. Pegando a final do Campeonato Mineiro como exemplo, o relatório pós-jogo aborda aspectos do modelo de jogo, medir o quanto o modelo de jogo do Atlético foi aplicado jogo a jogo.

Mapa de finalizações, probabilidade de vitória do jogo, análise aprofundada, a expectativa de gol. É uma métrica matemática que coloca qual a probabilidade de gol em cada finalização da partida.

O CIGA apresentou dados da partida de ida da final do Campeonato Mineiro, quando o Atlético venceu o América por 4 a 0. Nesse jogo, as finalizações do Galo criaram uma “expectativa de gol” de 2,76, contra 0,16 do América.

Outro dado interessante apresentado é o estudo de cobranças de pênalti de um batedor, demonstrando o padrão da “batida de segurança” de um determinado atacante que atuou no Mineiro de 2025, com todas cobranças registradas na carreira profissional desse citado atleta.

CIGA no mercado

Rodrigo Weber explicou como funciona o mapeamento de jogadores no mercado internacional da bola, e a busca por atletas que se encaixam no Atlético, tanto na parte dentro das quatro linhas, como fora do campo (cabe no orçamento? como é o perfil pessoal do atleta?).

O primeiro passo é fazer a construção da base de dados, através de vídeos e análise. Em 2024, foram 6,6 mil jogadores observados através de vídeos, e dados de 38 ligas. O gerente de mercado do CIGA fez a seguinte comparação:

“O mercado de jogadores é como se fosse um oceano, cada jogador é um peixe. Nosso oceano tem mais de 50 mil jogadores na base de dados. Todos esses jogadores a gente avalia através de vídeo e dados. A análise aprofundada é o segundo filtro, o que seria a nossa piscina”.

Análise aprofundada:

“O próximo filtro, que é o shortlist, seria uma banheira. Nesse processo, há a observação in loco, checagem de contexto, histórico de lesões (protocolo elaborado pelo nosso DM) e a viabilidade financeira. A última etapa da nossa participação na contratação é apresentar o projeto do Atlético para os jogadores” – Rodrigo Weber.

Rodrigo Weber citou alguns exemplos práticos de jogadores que foram contratados pelo Atlético e como foi feito o processo. Hipoteticamente falando, se o Galo nota a carência de um atacante canhoto no elenco, então o CIGA já tem mapeado alguns nomes, e inicia o processo do oceano-piscina-banheira. Nesse caminho, os filtros são utilizados para retirar, por exemplo, todos os atacantes destros.

As contratações de Paulinho (fim de contrato), Gustavo Scarpa (desejo de retornar ao Brasil) e Rodrigo Battaglia (recomendação do treinador) foram usadas para a exemplificação do trabalho. Todos eles passaram pelo processo de análise do CIGA, que entrega o relatório para a direção decidir se realiza a contratação ou não.

Obviamente, a viabilidade financeira da operação (custo dos direitos econômicos e do contrato) é um filtro fundamental. A parte do “projeto do Galo” foi fundamental, por exemplo, para o Atlético conseguir a contratação do zagueiro Lyanco, que na época, tinha proposta de outro clube da Série A. Ao ver o detalhamento dos planos estratégicos do Atlético e, no fim da apresentação, uma montagem sua com a camisa alvinegra, Lyanco abriu um sorriso e se identificou com aquilo proposto, revelou Weber na reunião com a imprensa.

Na reta final da apresentação, Weber revelou quais foram os objetivos traçados pelo CIGA para o Atlético atuar no mercado de transferência na montagem do elenco desse início da temporada 2025.

Fique “Por Dentro do Galo” – A expectativa é que aconteçam 10 edições do “Por Dentro do Galo” até dezembro. Entre os próximos departamentos convidados para apresentarem os seus trabalhos estão o Departamento Médico, Logística, Fisiologia e Fisioterapia, Comercial, Categoria de Base, Futebol Feminino, entre outros.

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