Vozes do Gigante
·11 de febrero de 2025
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O ex-atacante uruguaio Diego Forlán chegou ao Inter carregado de boas expectativas em 2012. Dois anos antes, ele havia sido eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de Seleções, disputada na África do Sul. Forlán tinha 33 anos quando foi contratado pelo Colorado. Uma das lembranças dele tem a ver com as dificuldades logísticas enfrentadas por clubes que estão localizados foram da região mais central do Brasil.
“Hoje em dia já viajam mais em voo fretado. Nós, não. Na minha época viajamos em voos comerciais. Ficávamos muito tempo dentro do avião. Sorte dependendo de quem ficava do teu lado no voo. Me lembro de uma vez que fomos jogar pela Copa do Brasil. Fomos jogar na fronteira com o Peru. Vocês não imaginam o que foi a viagem. Dependendo de para onde vai, os aviões são menores e com menos espaço. Eu sou pequeno. Fui com dois grandalhões do lado. Não podia nem me mexer. Além disso, tem que ir a Brasília, tem a espera, ficar no aeroporto. Isto foi algo que acabou me desgastando naquele ano”, afirmou o ex-Inter em entrevista concedida à rádio El Espectador, do Uruguai, na segunda-feira (10). Ele fez menção ao duelo da primeira fase da Copa do Brasil de 2013, quando o Inter foi ao estado do Acre para enfrentar o Rio Branco e venceu por 2 a 0, inclusive com um gol do próprio Forlán.
Diego Forlán permaneceu no Inter até o final da temporada 2013, quando foi para o Japão, onde jogou por duas temporadas pelo Cerezo Osaka. Antes de se aposentar dos gramados, o destacado atacante também defendeu as camisas do Peñarol, do Uruguai, clube do qual é confesso torcedor; Mumbai City, da Índia; e Kitchee, de Hong Kong. Antes do Colorado, ele havia defendido as camisas da Internazionale, da Itália; dos espanhóis Atlético de Madrid e Villarreal; do Manchester United, da Inglaterra; e do Independiente, da Argentina. No Inter, Forlán foi campeão gaúcho em 2013 e artilheiro da competição.
Para a temporada 2023, outro atacante uruguaio de renome internacional chegou ao Rio Grande do Sul: Luis Suárez passou a ser jogador do Grêmio. Forlán alertou o compatriota sobre as dificuldades logísticas para clubes da região Sul: “lhe digo: ‘bom, dê de presente para a tua mulher e para a tua família uma foto tua e um porta-retrato’. Ele dava risada. Eu disse: ‘tu vais ver, presta atenção no que te digo. É divino. Porto Alegre é muito boa. Grêmio, Inter, são tremendas equipes, mas é difícil”.
O ex-jogador do Inter também refletiu sobre a perda de espaço dos times gaúchos na lista de campeões nacionais: “tem uma estatística de por que as equipes do Sul, tanto Inter quanto Grêmio, faz muito tempo que não saem campeãs do Brasileirão. É pelas distâncias. Sempre saem as de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. (…) Estão no centro do país. A partir dali, só pegam um voo para o Sul, Norte, Noroeste e o resto”.