O Milan evoluiu, derrotou o Girona e se colocou entre os melhores da Champions League | OneFootball

Vivendo um período de mudanças e evolução com a chegada de Sérgio Conceição ao comando, o Milan recebeu o Girona podendo, pela primeira vez, chegar ao G8 da Liga dos Campeões. Com o apoio de sua torcida e ânimos renovados após a troca de técnico, o time italiano chegou como favorito à partida, ainda mais considerando a baixa pontuação dos espanhóis, que já não tinham muito pelo que lutar na competição. No fim das contas, com o triunfo magro, por 1 a 0, os rossoneri asseguraram um lugar no mata-mata do torneio e se aproximaram da vaga direta nas oitavas.

Nas cinco partidas iniciais do treinador português no Diavolo, três vitórias, um empate e uma derrota, com direito a dois triunfos em clássicos. As primeiras etapas dos rossoneri, nesse período, foram um fator de preocupação, o que se inverteu nas metades complementares dos jogos. Os visitantes desejavam explorar essas fragilidades enquanto o time da casa buscava corrigir os erros e a falta de atenção inicial.

A temporada milanista é de muitos altos e baixos, o que já comprometeu as chances de título na Serie A, ao mesmo tempo que rendeu a conquista da Supercopa Italiana, passando por suas duas maiores rivais. Também tem sido marcante o bom desempenho em jogos grandes, no geral, o que permitiu que o Milan chegasse embalado na sétima rodada da Champions League, buscando a quinta vitória seguida em nível continental.

Sérgio Conceição mandou sua equipe a campo em um 4-2-3-1, com Fofana e Bennacer protegendo a defesa e dando total liberdade a Reijnders, um dos principais jogadores da temporada, para chegar ao ataque e escolhendo Musah para ser o atacante pelo lado direito, aumentando o poder de marcação. Já Míchel montou seu time em um 4-3-2-1, com muita pegada e qualidade no meio de campo e apostando em Bryan Gil e Tsygankov para explorar as costas de Emerson Royal e Hernandez.

Logo no começo de jogo, problemas para os rossoneri, com o lateral brasileiro se lesionando após dividida com Bryan Gil e tendo que ser substituído por Calabria, o que significa maior capacidade defensiva, mas menos poder de fogo. Contudo, os mandantes começaram em cima, criando diversas oportunidades, com Rafael Leão, Reijnders, Hernandez e Musah, que foram parados por Gazzaniga e pela trave.

O Milan conseguiu controlar o Girona e saiu de San Siro vitorioso (Getty)

O grande volume do Diavolo esbarrava em um problema que vem desde o início da temporada: a falta de eficiência. O jogo era dominado e o primeiro tento parecia maduro. Contudo, nas poucas vezes em que o Girona chegou, levou muito perigo ao gol milanista, forçando Maignan a defesas extremamente difíceis, mostrando mais uma vez seu altíssimo nível.

Quando as coisas estão mais difíceis é que os craques mais precisam aparecer e foi o que Rafael Leão fez aos 37 minutos. Após receber o passe em profundidade de Bennacer, o português, marcado por jogar sorrindo, foi quem deu alegria ao torcedor, ao dar dois cortes para tirar David López da jogada e finalizar sem dó, não dando nenhuma chance para o goleiro. Foi o primeiro gol marcado na etapa inicial pelo time desde a chegada de seu novo técnico.

Já nos acréscimos do primeiro tempo, mais um grande susto à defesa italiana, em uma jogada muito bem trabalhada que culminou na finalização de Herrera e uma fantástica intervenção de um goleiro que precisa estar nas discussões sobre o principal arqueiro da temporada. Maignan salvou o Milan novamente e garantiu o resultado positivo no intervalo. Apesar de uma partida de alto nível dos mandantes, que vêm apresentando mais qualidade e competitividade sob o comando de Sérgio Conceição, a fragilidade defensiva segue sendo uma questão a ser corrigida. Para a etapa complementar, nenhum dos treinadores mexeu no próprio time.

O segundo tempo começou mais equilibrado, com os espanhóis tentando crescer na partida e criar oportunidades, porém sofrendo com o poderoso e veloz contra-ataque dos italianos. Aos 56, após uma ótima inversão de Krejci, Bryan Gil efetuou um belíssimo chute para encontrar as redes. Entretanto, o joelho do meia-atacante estava à frente do penúltimo defensor e o tento foi anulado por impedimento.

Em lance de plasticidade, Rafael Leão decretou a vitória rossonera (Getty)

Ainda que não seguisse construindo tantas chances de gol, o Milan passou a ter mais controle do jogo, evitando que o Girona chegasse com perigo. Ao mesmo tempo, assustando ao explorar a velocidade e a recomposição defensiva pouco eficiente do adversário. Ainda assim, os rossoneri não aproveitavam estas oportunidades para aumentar o placar, mantendo o jogo vivo.

Sem grandes acontecimentos, a segunda etapa foi um dos períodos em que o Diavolo demonstrou maior consistência defensiva em toda a temporada. Diferentemente dos primeiros 45 minutos, em que agrediu muito, mas também sofreu, o time manteve o jogo frio na maioria do tempo, levando até o final a vantagem mínima.

Com a derrota, o Girona, que já tinha uma chance muito remota de conseguir se classificar para os playoffs, foi oficialmente eliminado da Liga dos Campeões. Já o Milan chegou ao sexto lugar da fase de liga e depende apenas de si para se classificar diretamente para as oitavas de final. Na última rodada, uma vitória simples na Croácia, sobre o Dinamo Zagreb, que visa ficar entre os 24 melhores, bastará aos rossoneri – que ainda podem terminar no G8 com um empate e até mesmo uma derrota, a depender de uma combinação de resultados.

A alta competitividade do time italiano em jogos grandes durante toda a temporada e o fato de seu treinador ser um grande estrategista, que consegue montar um plano para dificultar a vida de qualquer potência, eleva o otimismo do torcedor rossonero. Os amantes do Milan sentem que podem sonhar com voos altos na maior competição de clubes do planeta. Apesar de não ser favorito ao título, o Diavolo oficialmente se coloca como um time capaz de derrotar qualquer candidato em um grande dia. Então, porque não sonhar com o octa?