Coluna do Fla
·27 de mayo de 2025
O que aconteceu em 23/11/1981?

Coluna do Fla
·27 de mayo de 2025
Um dos dias mais importantes da história do Flamengo é 23 de novembro. Para os torcedores novos, a lembrança imediata é da vitória rubro-negra por 2 a 1 sobre o River Plate (ARG), na final da Libertadores de 2019. Porém, na mesma data, mas em 1981, Zico e companhia pintaram a América do Sul de vermelho e preto pela primeira vez.
Em final disputada no Estádio Centenário, de Montevidéu, Zico marcou duas vezes e garantiu a vitória do Flamengo por 2 a 0 sobre o Cobreloa (CHI). Mas, até chegar à Glória Eterna, o caminho foi longo. Contra os próprios chilenos, houve uma batalha ‘melhor de três’, com direito a policial armado em campo e ‘soco da vingança’ que trouxe a sensação de justiça para os rubro-negros. Relembre um pouco da campanha do Flamengo na Libertadores até o dia 23/11/1981.
O Flamengo caiu no Grupo 3 da Libertadores, ao lado de Atlético-MG, Cerro Porteño (PAR) e Olimpia (PAR). Com duas vitórias e quatro empates, os brasileiros terminaram a primeira fase com oito pontos (na época, o triunfo valia dois). Contudo, somente o líder avançava de fase. Portanto, foi necessário um jogo extra, em campo neutro, para decidir quem seguia vivo.
No Estádio Serra Dourada, o Atlético-MG partiu para a pancadaria. Temendo pelo pior, o árbitro José Roberto Wright chamou os jogadores dos dois times e avisou: “o primeiro que fizer falta por trás será expulso”. Minutos depois, aos 33’ do primeiro tempo, Reinaldo dá entrada violenta em Zico. Vermelho!
Posteriormente, Éder se irritou com o juiz, deu uma peitada em Wright e também foi ‘para o chuveiro’ mais cedo. Revoltados, os atleticanos ameaçaram tirar o time de campo, e Chicão e Palhinha também receberam o vermelho, ficando com sete. Logo depois, o goleiro João Leite caiu no chão simulando lesão, disse que não atuaria mais e conseguiu o que queria: mais uma exclusão. De acordo com o FIFA, uma equipe não pode atuar sem cinco atletas. Portanto, vitória do Mengão por WO.
Depois de passar da primeira fase, seis times seguiam na Libertadores. Esses, seriam divididos em dois grupos de três, com apenas o líder indo para a final. O Flamengo encarou Deportivo Cali (COL) e Jorge Wilstermann (BOL) e sobrou, com quatro vitórias em quatro partidas. Na outra chave, a surpresa Cobreloa tirou Nacional (URU) e Peñarol (URU).
A decisão da Libertadores foi realizada em três jogos. No Maracanã, o Flamengo venceu com tranquilidade, por 2 a 1, dois de Zico. Em Santiago, no Chile, porém, o cenário foi de guerra, e os chilenos levaram a melhor por 1 a 0. Os rubro-negros temeram pela integridade física. Vários jogadores do time brasileiro apanharam feio, destaque para Adílio, que teve o supercílio cortado. Os ídolos do Mengão alegaram que o zagueiro Jorge Soto disputou o duelo com uma pedra na mão.
No gol do Cobreloa, aos 34 minutos do segundo tempo, houve invasão de campo e policiais fortemente armados. O Maestro Junior chegou a falar para os companheiros que, se o Flamengo saísse com o título no Chile, havia sério risco de uma tragédia acontecer.
Assim sendo, a final da Libertadores foi decidida em campo neutro, no Uruguai. E novamente Zico brilhou, com dois gols no inesquecível dia 23 de novembro de 1981, o Flamengo pintou a América de vermelho e preto ao bater o Cobreloa por 2 a 0. Depois de garantir o triunfo, o técnico Paulo Cesar Carpegiani mandou o atacante Anselmo a campo com uma única missão: se vingar do violento Jorge Soto. Assim que entrou em campo, o rubro-negro deu um soco, por trás, e nocauteou o zagueiro chileno.
O campeão da Libertadores de 1981 entrou em campo no dia 23 de novembro com Raul, Leandro, Figueiredo, Mozer e Junior; Andrade, Adílio e Zico; Lico, Tita e Nunes. Desses 11 iniciais, dez estariam na escalação de 13 de dezembro de 81, quando o Flamengo venceu o Mundial contra o Liverpool (ING). A única mudança foi a entrada de Marinho na vaga de Figueiredo.