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·8 de mayo de 2025

Tuma explica riscos de reabrir balanço do Corinthians e diz que acionará CRC para apurar responsabilidades

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  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Na manhã desta quarta-feira, 7, o Parque São Jorge recebeu uma coletiva de imprensa convocada por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo (CD) do Corinthians. Também estiveram presentes na mesa Leonardo Pantaleão, presidente da Comissão de Justiça do CD, Miguel Marques e Silva, presidente do Conselho de Orientação (CORI), Pedro Luis Soares, secretário do CORI, e Paulo Roberto Bastos Pedro, conselheiro trienal e membro do mesmo órgão.

Dentre diversos temas questionados pelos jornalistas, um deles foi a suposta reabertura das contas de 2023 pretendida pela atual gestão do Corinthians, que deseja atribuir ao último ano da gestão Duílio Monteiro Alves cerca de R$ 191,3 milhões em contingências diversas. Tuma falou sobre o assunto, apontando algo que ele considera ser uma “falha do estatuto” no trâmite de apresentação das contas entre gestões.


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Foto: Daniel Keppler/Central do Timão

“Tem uma falha no nosso estatuto que nós precisamos corrigir. Quando troca uma gestão, pelo estatuto, as contas são prestadas e votadas em abril. Então, quem está prestando as contas, daquele (grupo) que saiu, é quem entrou. O que já para mim é um absurdo. Se o cara quiser prejudicar outro, ele presta as contas tudo errado, aproveita e diz que tem que expulsar o cara.”

O presidente do CD prosseguiu, expressando preocupação com as consequências práticas desta reabertura do balanço de 2023, caso aconteça. “Não é assim, abre e pronto. Ela requer uma uma rotina bastante complexa. Quem prestou as contas da gestão que saiu em 2023 foi a gestão que entrou em 2024. Então o diretor financeiro era o diretor da gestão atual, os funcionários do financeiro eram da gestão atual. Então é difícil você responsabilizar quem saiu se quem prestou as contas não foi quem saiu”, disse.”

Além disso, Tuma alertou para o risco de empresas que atualmente detém contratos com o Corinthians queiram interromper os vínculos devido à insegurança jurídica gerada pela mudanças nos números dos balanços do clube, o que em tese poderia afetar a credibilidade do clube em relação à transparência sobre a saúde financeira da instituição.

“Quem assinou contrato de patrocínio pode falar ‘Peraí, eu assinei o contato, vocês publicaram as contas, que estava tudo certinho lá. Confiei na instituição Corinthians, o Conselho aprovou, o Conselho Fiscal. Eu quero rescindir meu contrato. Eu não vou pagar multa nenhuma. Vocês mexeram nas contas, eu assinei achando que a instituição estava tudo certo’. Então, se você pode desencadear uma situação para a instituição Corinthians que é muito grave.”

Tuma complementou ainda abordando a questão política que esta reabertura pode desencadear: “(Podemos) Responsabilizar o Duílio. Tá bom. Vamos expulsar o Duílio? Vamos para a Justiça? O cara que gastou, ele tem direito e a responsabilidade de prestar conta. Se abrir as contas passadas, o que vai dar de resultado prático? As contas do Duílio estavam erradas? Então vamos responsabilizar ele. Vai acontecer o que aconteceu no caso do Andrés. O cara é ex-presidente, vamos fazer o quê? É uma questão política.”

O dirigente ressaltou que decisões sobre punição a antigos gestores do clube não passa individualmente por ele, cabendo ao Conselho Deliberativo e aos órgãos internos do Corinthians. Revelou, ainda, estar preocupado que o imbróglio atrapalhe a arrecadação da campanha Doe Arena Corinthians. “A torcida pode pensar, ‘Vou ficar doando para esses caras que prestam a conta tudo errado?'”, questionou.

Por fim, Tuma anunciou que está reunindo documentos sobre o assunto e irá encaminhar ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC) um relatório sobre o impasse provocado pelas contingências apontadas pela diretoria alvinegra. Segundo o presidente do CD, a medida servirá para que o órgão de classe apure condutas e identifique, tecnicamente, quem cometeu erros e quais foram esses erros.

“Vou anunciar por questão de transparência. Todos os funcionários, dirigentes que mexeram, que prestaram contas em 2024 e 2025, todos que estavam na diretoria financeira, eu vou mandar para o CRC. Inclusive as empresas que fizeram auditoria independente. Lá, no órgão de classe, eles vão ter que responder, e o Corinthians vai saber todo mundo que errou, (e então) vamos expulsar do clube. Eu vou mandar um ofício, estou juntando tudo que saiu sobre isso, e vou mandar para o CRC examinar a conduta dos diretores, inclusive daquele que veio aqui para falar das contas.”

Mais explicações

O conselheiro Paulo Pedro também falou sobre o tema. Ele afirmou que o tema das contingências surgiu nas conversas entre CORI e diretoria apenas em abril deste ano, quando o então diretor financeiro Pedro Silveira as citou, mencionando a possibilidade de reabertura das contas de 2023.

“Eu perguntei, com base no quê? Ele falou da auditoria. Pedi que o clube enviasse esses relatórios da auditoria para que o CORI analisasse, pois o CORI não pode dar uma autorização para abrir uma conta sem a documentação que dá suporte para esta abertura. Ele se comprometeu em enviar essas supostas contingências, o que não foi enviado até hoje.”

Paulo Pedro observou ainda que, em seu entendimento, as contingências levantadas pela gestão não exigem, necessariamente, uma reabertura do balanço anterior. “Você pode botar no balanço de 2024 com ressalvas. E o mais importante, essas supostas contingências não afetam o resultado das contas, o resultado operacional. E qual foi o resultado operacional de 2024? A gestão teve um prejuízo operacional de R$ 181,8 milhões. Está no balanço do clube, não sou eu que estou dizendo, é a diretoria do Corinthians que disse. É quase R$ 500 mil por dia de prejuízo”, disse.

Ele exemplificou o assunto falando sobre a contingência apontada pelo clube em relação ao ISS (Imposto Sobre Serviços) cobrados sobre ingressos. Segundo o conselheiro, todos os clubes recebem essa cobrança da Prefeitura de São Paulo e, por ser um tema disputado, o jurídico alvinegro considerava remota a chance de perder o processo – o que, contabilmente, dispensava o clube de provisionar valores para a causa no balanço.

“Posteriormente, o Corinthians verificou a possibilidade de fazer um acordo com a Prefeitura, baixando esta obrigação de cerca de R$ 150 milhões para R$ 76 milhões. Isso foi feito através de um PPI no ano passado. Veja, quando você faz um PPI, você faz uma confissão de dívida. Então, isso teria que entrar no balanço de 2024, não de 2023. Mas é uma questão técnica.”

Pedro Soares complementou, afirmando que, no entendimento do CORI, o parecer da GF Brasil, que auditou o balanço de 2024 do Corinthians, não opina expressamente no sentido de que a reabertura das contas de 2023 é necessário: “Eles relatam a questão dos R$ 191 milhões, inclusive a origem de cada uma das contingências, reconhecendo já no balanço de 2024 com a apresentação das notas explicativas.”

O secretário do CORI concluiu, observando que envolver o CRC no assunto é uma forma de, inclusive, proteger o presidente Augusto Melo. “Tem que dividir a responsabilidade. O presidente está sofrendo aí representações de processo de impeachment. Mas o pessoal do financeiro que acaba mandando (as contas), até porque o presidente é responsável por isso tudo. O pessoal que levou a isso também tem que responder”, finalizou.

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