Zerozero
·15 février 2025
Abrandar no amarelo
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Zerozero
·15 février 2025
Aconteceu de tudo ao Sporting, menos conquistar os três pontos. Este sábado, os leões, antes de empatarem frente ao FC Arouca (2-2), tiveram erros, lesões e uma expulsão, numa noite atípica e para esquecer. A vantagem no topo da tabela fica mais curta: dois pontos separam as águias do campeão nacional.
Com a vitória do Benfica nos Açores, instantes antes do apito inicial, o Sporting estava obrigado a ganhar para manter a vantagem de quatro pontos na liderança. Nesse sentido, Rui Borges promoveu o regresso à titularidade de Gyokeres, afastado das escolhas iniciais há mais de duas semanas.
Do outro lado, em busca de dar seguimento à melhor fase da temporada, Vasco Seabra apostou em Trezza no lugar de Jason Remeseiro, o melhor marcador da equipa.
O árbitro Miguel Nogueira apitou pela primeira vez e o que se sucedeu nos 15 minutos seguintes não estava na lista de apostas de ninguém. O leão entrou a meio gás, tremido e com muitas dúvidas de si próprio.
O auge dos tremeliques aconteceu ao sexto minuto, quando St. Juste, num lance aparentemente controlado, atrasou para Rui Silva em balão. Um passe disparatado e complicadíssimo de controlar; apesar da tentativa do guarda-redes, algo acrobática, a bola só parou no fundo das redes, num lance digno de entrar numa compilação de apanhados da temporada.
Um azar não vem só, nem para St. Juste, nem para o Sporting. Ora, depois do golo sofrido, as lesões assumiram o protagonismo do encontro.
O defesa rasgou no desastrado lance e foi substituído; dois minutos depois, Bragança colocou mal o pé num lance dividido e ficou extremamente queixoso. Para render os lesionados, Rui Borges lançou Debast e Harder, uma escolha que deu frutos.
Em desvantagem, o leão tinha a obrigação de remar contra a azarada maré. Exigia-se uma resposta e sangue frio, sangue... nórdico. Gyokeres, ainda longe da forma física ideal, mas mais perto, recebeu de costas para a baliza, enquadrou-se e soltou Harder; o dinamarquês, pela direita, foi obrigado a chutar com o pior pé - como se safou? Da melhor forma: tiro cruzado e colocado ao ângulo inferior direito.
Com nova igualdade no marcador, era esperado um novo carregar leonino, que não se verificou. Primeira parte errática e pouco eletrizante do conjunto verde e branco. Aproveitou o adversário.
De fininho, o FC Arouca chegou com convicção ao último terço, onde teve bola e criou perigo. Antes do 1-2, um sinal claro de afirmação arouquense. No mesmo minuto, Henrique Araújo atirou de cabeça ao ferro e Sylla obrigou Rui Silva a voar para defender um tiro de meia distância.
Findados os avisos, foi a vez da consequência. Hjulmand agarrou Henrique Araújo na grande área e o VAR chamou a atenção para a grande penalidade. O emprestado pelo Benfica foi chamado a converter e não vacilou; nos festejos, provocações de parte a parte, em campo e nas bancadas - a rivalidade lisboeta não se nota só quando verdes e vermelhos se defrontam.
No segundo tempo, assistiu-se a uma entrada mais personalizada do Sporting. Mais ritmo e vontade, mais dinâmica e sufoco, tanto que a mancha amarela ficou reduzida a pouco mais que a sua grande área nos primeiros minutos do segundo tempo, ao contrário do que se viu no primeiro, quando estava mais dispersa pelo terreno.
Ainda assim, apesar de rondar as imediações contrárias, o leão sentiu dificuldade em criar perigo concreto. Por ter as linhas subidas, o matreiro FC Arouca aproveitou o espaço deixado nas costas para colocar o adversário em sentido.
O beliscar arouquense frustrou a turma de Rui Borges, que deu mais um tiro no pé: Hjulmand acertou com o cotovelo em Jason, viu o segundo amarelo e encerrou assim uma das exibições menos felizes com a verde e branca. Sporting com menos um... e em desvantagem.
Missão hercúlea? Talvez, mas também um teste perfeito para a equipa leonina provar que quer ser campeã. Com a expulsão, Rui Borges não mexeu na equipa e o Sporting ficou assumidamente partido: quatro homens na defesa, quatro homens no ataque, João Simões no meio, a fazer o vaivém.
Decisão ousada, que deu tantos sustos como frutos. O FC Arouca continuou a sair rápido e com perigo para o ataque - teve oportunidades para o 1-3 -, mas foram os leões a chegar ao golo. Harder, pela esquerda, cruzou atrasado e Trincão, no coração da área, chutou para o empate.
Até ao final, uma enormidade de cansaço e muitos "ai, jesus!". Jason não conseguiu finalizar com sucesso um cinco para dois arouquense e desperdiçou uma oportunidade clamorosa na pequena área; o calcanhar de Harder tirou tinta ao poste e Gyokeres apareceu solto ao segundo poste e cabeceou... para fora.
Assim sendo, o Sporting deixa de ser a única equipa a depender exclusivamente de si para ser campeã: o Benfica está a dois pontos - e na penúltima jornada há dérbi eterno.
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