Jogada10
·14 mai 2025
Betinho Marques – Sem-vergonha e sem juízo, mas sem levar para o coração

Jogada10
·14 mai 2025
Atônito, assim ficou Gustavo Villani ao ver o poder da Massa do Galo em transformar o ar e o ambiente de jogo na virada do Alvinegro por 3 a 2 contra o Fluminense no último fim de semana, na Arena MRV. Todo mundo carijó, “sem-vergonhamente”, sempre sofreu, mas sempre voltou. Sem estresse, sem levar para o coração, Hulk.
“Nunca tinha visto uma torcida chamar o time de sem-vergonha duas vezes, e mesmo assim, o time virar a partida.”
Assim é o tamanho do amor e do poder do atleticano. Ele é oito ou oitenta, é tripolar, é o símbolo mais insólito do CAM e que move tudo. Se o sucesso não for compensado com suor, não há quem tenha razão. Rubens, de “peladeiro”, se tornou o craque da semana com potencial de Europa — e assim sempre será. Por isso, o meio-campista reage tão loucamente bem à tamanha insanidade de ser Galo: porque ele entende o chão onde pisa e conhece o sofrimento do seu vizinho na segunda-feira após um revés.
O Atlético não tem cheiro de gente engomadinha, que fala irritantemente sem mudar de tom de voz numa derrota, adotando o equilíbrio como postura. O Atlético é de quem cheira vitória e exala a raiva da derrota, é de quem participa do bom e do ruim, engasga a voz, chora e sorri. E será assim sempre que o ecossistema “Galo” existir. O Atlético é sensorial, é para quem vive as nuances de ser humano passando por todo o alfabeto do viver. O Atlético não é para bonecos de cera penteados. O Galo é Doido e dos sem-vergonhas.
Todo atleticano é sem-vergonha porque o atleticano sempre volta. Na verdade, outro dia, num grupo de WhatsApp, o Galo Tripolar, o amigo Felipe Azevedo foi extremamente feliz ao dizer que o problema do Atlético nunca foi ou será o grito dos barulhentos. A preocupação de quem dirige o clube deve se dar ao eventual silêncio desse povo.
“A diretoria deveria ter medo do silêncio, e não de questionar os barulhos.”
Não leve para o coração, amigo Hulk. Você faz parte da Cachorrada que lambe as feridas, luta e volta, porque a atleticanidade é muito maior. O xingo do atleticano é o seu cuidado. Quem te chamou de sem-vergonha também o é. Mas uma coisa que nunca, ninguém, pode aceitar no Galo é ser chamado de SEM ALMA.
Somos todos sem-vergonha, Hulk. O importante é ter brio e reagir sem melindres, como sempre foi. Não leve para o coração. O Galo é Doido. Somos todos caras de pau, sem-vergonha, sem juízo, sem sanidade — somos a Cachorrada que não abandona e sempre seremos o time da virada.
Basta um lance, um suor a mais, que o “eu te amo” novamente acontece — e assim a paz durará por mais três dias ou até o próximo apito da latinha. Se a Massa achou a senha para confundir o narrador e o adversário, sigamos todos sem-vergonha e sem juízo. Não viemos para explicar — viemos para fazer o Galo ganhar.
Galo, som, sol e sal é fundamental.