Leonino
·20 février 2025
Cipriano Santos: O primeiro grande guardião do Sporting
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Leonino
·20 février 2025
No início do futebol português, os guarda-redes eram frequentemente escolhidos por falta de jeito para jogar no campo. No entanto, Cipriano Santos quebrou essa regra e tornou-se o primeiro grande guardião do Sporting, impondo-se pela qualidade e segurança que transmitia à equipa.
Natural de Almada, Cipriano Nunes dos Santos nasceu a 13 de outubro de 1901 e começou a sua trajetória no Sporting ainda jovem, passando rapidamente das camadas inferiores para a equipa principal. A sua estreia oficial aconteceu a 11 de março de 1923, num jogo frente ao Internacional, em que os leões saíram vitoriosos por 2-0. Desde então, não largou mais a titularidade.
Ao longo de dez temporadas, Cipriano disputou 101 jogos pelo Sporting, conquistando quatro Campeonatos de Lisboa e o primeiro Campeonato de Portugal do clube, em 1922/23. Além do futebol, Cipriano também brilhou noutra modalidade: o andebol de 11. Fez parte da equipa dos leões que conquistou o primeiro Campeonato Regional da modalidade em 1932, atuando como médio, mas também desempenhando a função de guarda-redes em alguns jogos.
No panorama internacional, defendeu as cores de Portugal em duas ocasiões. A sua primeira participação aconteceu em 1926, num jogo que terminou empatado frente à Checoslováquia. Dois anos mais tarde, contribuiu para que a Seleção Nacional conseguisse, pela primeira vez, evitar uma derrota diante da Espanha. Nos Jogos Olímpicos de 1928, integrou a equipa como suplente do icónico António Roquete.
Após deixar o Sporting, Cipriano Santos ainda representou o Boavista e a Académica, continuando a demonstrar a mesma dedicação e talento que o tornaram uma referência na baliza leonina. Apesar de já não estar ao serviço do clube de Alvalade, o seu nome continuou a ser recordado pelos adeptos e pela imprensa desportiva.
O seu esforço e entrega ao futebol valeram-lhe uma distinção especial. Por ocasião das Bodas de Prata do Sporting, Cipriano foi agraciado com a Medalha de Mérito e Dedicação, um reconhecimento pelo seu contributo para a história do clube. A homenagem foi uma justa celebração da sua carreira e do seu exemplo como atleta.
Faleceu a 14 de novembro de 1964, com 63 anos, deixando um legado marcante no futebol português. Cipriano Santos não foi apenas um pioneiro na posição de guarda-redes no Sporting, que agora tenta seguir Rui Silva, mas também um verdadeiro modelo de desportista, como afirmou o cronista Ruy da Cunha: “um modelo de desportista que não inchava com os aplausos”.
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