Entenda quais serão os primeiros passos da nova diretoria do Corinthians | OneFootball

Augusto Melo foi afastado da presidência do Corinthians pelo Conselho Deliberativo na última segunda-feira e, com isso, o primeiro vice-presidente Osmar Stabile tomou posse do clube. A nova diretoria, apesar de mal ter assumido o Timão, já sabe quais serão os primeiros passos da gestão.

Como apurou a Gazeta Esportiva, a ideia de Stabile e seus aliados é trabalhar com um governo de coalizão, que nada mais é do que um sistema político em que diferentes partidos se unem para governar um país, clube, etc. Sendo assim, integrantes de distintas chapas se uniriam em uma espécie de ‘pacto’ para garantir maior estabilidade política e, consequentemente, promover paz.

A conduta vai de acordo com o discurso de posse de Stabile. Ele foi taxativo quanto à necessidade de “união entre correntes políticas” do Corinthians e pediu ajuda de todos.

Vale lembrar que, mesmo com o afastamento de Augusto, a chapa “Corinthians mais forte”, eleita pelos sócios em dezembro de 2023, se mantém, agora tendo Osmar como presidente e Armando Mendonça como vice.

(Foto: Reprodução/Corinthians TV)

A expectativa é que o presidente interino anuncie a nova diretoria executiva do Timão em coletiva de imprensa marcada para esta terça-feira, às 15h (de Brasília), no Parque São Jorge. Aprovado o impeachment de Augusto no CD, caem todos os diretores estatutários do clube. Stabile, porém, pode decidir manter algum deles na gestão.

Augusto permanecerá afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral, que é a última instância do processo de impeachment, com a participação dos associados do clube.

A data da Assembleia ainda será definida por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo. Ele tem um prazo de cinco dias para convocar a reunião.

MAIS: Tuma explica próximos passos do processo de impeachment contra Augusto Melo

Neste período, Osmar Stabile e seus pares pretendem levar adiante a discussão alguns projetos importantes que o Corinthians precisa definir, como por exemplo a proposta da Adidas, que tem um prazo para resposta estabelecido.

Eles também querem entender o que foi feito de errado durante a gestão Augusto Melo. A nova diretoria quer averigurar contratos que não foram apresentados pelo ex-presidente ao Conselho de Orientação (Cori), assim como os diversos vínculos firmados com atletas para a base, e divulgar o resultado desta apuração antes da Assembleia com os sócios.

Se os associados endossarem a decisão do Conselho, Augusto Melo será definitivamente destituído da presidência do clube alvinegro. Neste caso, seriam convocadas eleições indiretas, com participação apenas dos conselheiros, a fim de escolher um representante para um mandato ‘tampão’, até o final de 2026.

A Gazeta Esportiva, contudo, apurou que pessoas influentes do Corinthians defendem a ideia de Stabile presidir o clube até o término do mandato. Neste cenário, as brigas políticas pela cadeira de presidente do Timão ficariam para daqui um ano e meio, quando haverá novas eleições.

(Foto: André da Silva Costa/Gazeta Press)

Ao todo, 236 conselheiros compareceram à reunião que aprovou o impeachment de Augusto Melo. Foram 234 votos e uma abstenção – outro conselheiro assinou a lista, mas não votou. 176 votaram a favor da destituição, contra 57, além de um voto em branco.

O encontro desta segunda teve como objetivo retomar a votação iniciada no último dia 20 de janeiro. Naquela oportunidade, em uma reunião longa de mais de quatro horas, marcada por tumulto, 126 conselheiros contra 114 votaram a favor da admissibilidade do processo de destituição.

Augusto Melo e seus aliados tentaram, até os últimos instantes, suspender a votação através de medidas judiciais, mas não obtiveram sucesso. O rito no Conselho Deliberativo foi tranquilo e teve início com uma manifestação da Comissão de Ética e Disciplina do clube, seguido por um pronunciamento da defesa de Augusto. Depois votaram os conselheiros vitalícios do Timão e, posteriormente, os trienais, que decidiram pelo afastamento do presidente.

Antes mesmo da votação, Augusto Melo já reconheceu a derrota política em um pronunciamento à imprensa. Por entender que possuía a minoria no Conselho, ele se despediu com um “até breve”, reforçou que não pedirá renúncia e garantiu que brigará até o fim pelo posto.