Jogada10
·10 avril 2025
Flamengo da ‘Minutagem’ passa vergonha no Maracanã

Jogada10
·10 avril 2025
E o Flamengo enfim tomou uma pancada, 2 a 1 para o Central Cordoba. Na realidade, nenhuma surpresa. O Flamengo, como já afirmamos, que não está jogando nada faz tempo, tratou – torcida, mídia, direção, elenco – a partida contra o Central Cordoba como um adversário superável. Não é assim. Está na crônica anterior: “Anotem: não é fácil derrotar os times argentinos”. Os argentinos começaram a jogar futebol antes de nós, adotaram o profissionalismo antes de nós, ganharam muitos títulos antes de nós, nos golearam durante largo tempo, e nós nunca aprendemos a sofrer com o maldito antijogo deles. As pessoas falam muito, tantas as redes sociais e canais de TV, mas hoje conhecem pouco de futebol. Não tem muita noção do que representa a história e o estilo de cada um, de como as coisas são, do que cada um é capaz.
Controle de carga? Isto é sério? Minutagem? Isto vai continuar? No Flamengo, não há que poupar ninguém, é ganhar todos os jogos e campeonatos. Quem dirige o clube precisa aprender o que é Flamengo. No Flamengo não tem minutagem. Nem controle de carga. Tem bola na rede, vitória e título.
Vale destacar que é até possível que a derrota previsível – um autêntico vexame – seja suficiente para que quase todos (quem escreve aqui está fora) perceba enfim que o Flamengo de Filipe Luis não é essa maravilha da qual se fala. Mas criticar fulano e sicrano – dentro e fora do campo – é até perigoso. Há muitas falhas no geral. Muitos equívocos. O Flamengo não está jogando nada faz tempo. O que ocorreu até aqui é que os adversários ficam com medo da propaganda da mídia e recuam. O Internacional não ganhou por isso. Os argentinos não têm tal preocupação.
A propósito: o que Júnior disse na Globo já foi comentado aqui faz séculos: entra com titulares, o que dá possibilidades muito maiores de fazer o resultado, e depois vai mexendo. Aliás, o que Júnior disse depois também já foi comentado: o público presente vem diminuindo, e muito dos torcedores que vão ao Maracanã nunca viram futebol na vida. Vão tirar fotos para redes sociais.
Este papo de privilegiar Brasileiro é o seguinte: a diretoria sabe que se as copas forem mais importantes, o elenco larga o Brasileiro, pois nas copas jogarão apenas10 ou 12 vezes. No Brasileiro são 38 partidas. Só isso. Na realidade, não tem que privilegiar nada. O Flamengo tem que brigar por tudo.
Perder gols, no Flamengo de hoje, não é mais eventual. Passou a ser comum. O problema é que o time leva. Após jogar pelo menos chances evidentes no lixo, Léo Pereira – aos 23 – meteu inexplicavelmente a mão na bola, e o árbitro, sem alternativa, marcou o pênalti, que Leonardo Heredia cobrou com perfeição: 1 a 0.
Chegou a hora de lançar os titulares, notadamente Gérson, em campo, e acabar com este absurdo bárbaro de minutagem. Não foi o que ocorreu. O Flamengo não acertava mais nada. No meio do caminho, Cristian Garay deu pênalti, mas voltou atrás, pois havia acontecido fora da área. Aos 43, Braian Cufré bateu falta e José Florentín cabeceou sem apelação: 2 a 0.
No intervalo, o óbvio: entraram Wesley, Pulgar e Gérson. Saíram Varela, Évertton Araújo e Juninho. É evidente que o quadro do segundo tempo seria isso: os argentinos defendendo, e o Flamengo tentando reagir, totalmente exposto aos contra-ataques. Aos 15 minutos, depois de bater cabeça, La Cruz cobrou falta e diminuiu: 2 a 1. E continuou um time atabalhoado contra um adversário retrancado, fazendo cera, empurrando o relógio. Os argentinos sabem jogar muita bola, mas também são mestres, praticamente imbatíveis, na arte de matar o tempo. Saiu Arrascaeta e entrou Luiz Araújo. Nada.
Um bando tentava algo, sem qualquer resultado. Passes, cruzamentos, erros freqüentes em todos os sentidos, uma tragédia. O Flamengo precisa mudar os conceitos atuais. Não se sabe se haverá tal preocupação.
O time do Flamengo – como dito aqui quando apresentamos comentários sobre Brasileiro e Libertadores – não tem nada de especial. Já se foi o tempo de Jesus. O elenco não é fraco, e os preparadores têm condições de fazer um bom trabalho, mas o Flamengo não joga sozinho. Com minutagem – palavra aliás inexistente no dicionário – o Flamengo não ganhará nem jogo de botão.
Direct