Zerozero
·9 février 2025
Há espaço para mais um?
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Zerozero
·9 février 2025
Se a luta seria a três, porque não transformá-la em luta a quatro? O SC Braga cumpriu com o que se pedia, este domingo, e assegurou a chegada ao terceiro lugar, em igualdade pontual com o FC Porto. Com melhor resultado do que exibição, é certo, mas a equipa de Carlos Carvalhal bateu o vizinho Gil Vicente (2-0) e conseguiu o quarto triunfo consecutivo - três na Liga, um na Liga Europa - para igualar a melhor série da temporada.
Final de tarde estranho em Braga. Ambiente pouco vibrante nas bancadas e que contagiou - ou vice-versa - também as duas equipas, que nunca impuseram um ritmo muito grande. Os bracarenses, partindo de um 4x2x3x1 no papel, mas que exigiu quer de Gorby Baptiste, quer de João Moutinho o encaixe no meio dos centrais para assumir a construção a três, entraram melhor. Sem forçar muito, mas melhor.
Só um par de recuperações em zona adiantada, em reação a perdas de bola, foram capazes de retirar alguma euforia da plateia arsenalista numa fase inicial. Isso e, claro, o momento de génio de Roger Fernandes. O extremo, ao seu estilo, recebeu na meia direita, colou o esférico ao pé esquerdo e veio até à zona central para desferir um pontapé sem hipótese de defesa para o desamparado Andrew Ventura.
O golo despertou, por fim, a bancada. Quatro minutos depois, Jorge Aguirre teve uma entrada fora de tempo e desajustada sobre Ismaël Gharbi, viu o cartão vermelho direto e «matou» a primeira parte. Os gilistas ajustaram, Bruno Pinheiro deixou Félix Correia sozinho na frente e procurou arrumar a casa no momento defensivo. O SC Braga ajudou - não aumentou a velocidade da circulação, pese o domínio territorial - e os galos não passaram por grande sobressalto até ao descanso.
O Gil Vicente agradeceu a chegada do intervalo, isto porque Bruno Pinheiro pôde certamente fazer ajustes mais profundos na estratégia e que rapidamente compensaram. Embora em desvantagem numérica, o emblema de Barcelos entrou bem melhor na segunda metade e o crescimento do coletivo andou de braço dado com o crescimento individual de Kanya Fujimoto.
Mais vezes refugiado no flanco esquerdo, o criativo japonês recebeu com maior frequência e em zonas onde pudesse ser de maior utilidade. De imediato o pequeno nipónico começou a distribuir com qualidade no ataque e o Gil tornou-se perigoso. Santi García teve a melhor chance para empatar, numa bola parada, e o próprio Fujimoto apareceu depois perante Lukas Hornicek para forçar a defesa do checo.
O período de maior sufoco por parte dos forasteiros foi efémero. Resumiu-se ao primeiro quarto de hora, mas foi suficiente para que a impaciência da bancada se transformasse em assobios dirigidos aos jogadores da casa. Os arsenalistas tentaram recuperar o controlo e Carvalhal também mexeu a partir do banco, ainda que a primeira dose não tenha surtido grande efeito.
A posse de bola gverreira foi maioritariamente inconsequente. O Gil, ainda que com algumas cautelas na circulação, continuou a somar mais aproximações perigosas à baliza contrária. As belas exibições de Paulo Oliveira e Bright Arrey-Mbi impediram problemas maiores e depois do sofrimento, veio a tranquilidade pelo bis de Roger Fernandes, exemplarmente lançado por Diego Rodrigues e com alguma sorte no ressalto perante Andrew Ventura.
Nem sempre - quase nunca, na verdade - com brilhantismo, mas o SC Braga atingiu o objetivo estabelecido para esta jornada e igualou o FC Porto no último degrau do pódio com 43 pontos, num encontro no qual ainda houve espaço para os primeiros minutos de Uros Racic no regresso à Pedreira e para os jovens Diego Rodrigues e João Vasconcelos. O Gil, curiosamente, ainda só perdeu desde a vitória sobre o FC Porto e o terceiro desaire consecutivo iguala a pior série da época barcelense.
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