Papo na Colina
·17 mai 2025
Thiago Galhardo admite ser flamenguista, mas faz revelação impressionante sobre o Vasco

Papo na Colina
·17 mai 2025
Thiago Galhardo nunca foi um jogador comum, e inclusive é Ex-Vasco. Com uma trajetória marcada por reviravoltas improváveis, sinceridade crua e um olhar crítico sobre o futebol, o atacante mais uma vez chamou atenção ao conceder uma entrevista reveladora ao programa Abre Aspas, do Sportv.
Apesar de já ter declarado sua torcida pelo Flamengo, Galhardo surpreendeu ao confessar um carinho especial por outro clube carioca: o Vasco. “Eu sou flamenguista, eu sou Mengão. Mas quando entrei no futebol, isso vai mudando. Joguei no Vasco e no Botafogo, e posso dizer com sinceridade que tenho até mais carinho pelo Vasco do que pelo Flamengo”, afirmou.
Thiago Galhardo em entrevista ao Abre Aspas — Foto: Daniel Gomes
O que poderia ser apenas uma declaração pontual ganha outra dimensão quando analisado sob a ótica da sua história pessoal. Nascido em uma família de classe média alta, Galhardo rompeu com os padrões da maioria dos jogadores brasileiros. Antes de despontar nos gramados, tinha estabilidade: um cargo na Petrobras, conquistado por meio de concurso público.
“É o sonho de muitas pessoas. Mas, para ser sincero, nunca foi o meu. Fui levado pelas circunstâncias, mas sou muito grato ao pré-sal, que mudou minha vida. Brinco que 30% da minha trajetória eu devo ao pré-sal e os outros 70% à minha avó e à minha mãe — as únicas que sempre acreditaram em mim”, contou.
Essa gratidão à família tem marcas profundas. Em 2020, quando foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira, Galhardo fez uma promessa à avó: abriria mão de prazeres pessoais em nome do sonho de vestir a camisa do Brasil. E cumpriu à risca. “Foram 130 dias sem sexo, sem bebida, sem sair. Me preparei de verdade. Quando saí da Seleção, senti que não queria mais voltar. Realizei o meu sonho, e tem coisas na vida que são únicas.”
Thiago Galhardo em entrevista ao Abre Aspas — Foto: Daniel Gomes
Hoje, o atacante fala com serenidade sobre temas que ainda são tabu no futebol, como saúde mental. “Desde 2021, estou em tratamento. Tomo medicação diária para manter minha tranquilidade. Em 2023, o futebol começou a perder o sentido. Vi muita coisa errada e comecei a me questionar: ‘O que estou fazendo aqui?’. Não foi depressão, mas foi um vazio. Só dinheiro não basta.”
Fora de campo, Galhardo é um devorador de livros, com mais de 120 lidos nos últimos anos. Prefere séries, música e silêncio ao ruído das quatro linhas. Não consome futebol no tempo livre. E já se prepara para o fim da carreira — não com medo, mas com estrutura. “A maioria dos atletas se perde depois da aposentadoria. Eu vim de uma base que me obrigava a estudar, e é isso que ensino aos meus filhos. Quero estar pronto quando for a hora de parar.”
A entrevista, recheada de franqueza e densidade emocional, mostra um jogador em rara sintonia com sua essência. Alguém que entende o futebol como parte de sua história — mas não como destino único. E que, mesmo sendo flamenguista, carrega no peito um afeto especial por São Januário.
+ Siga as redes sociais do Papo na Colina: Thread, Bluesky, Twitter, Facebook, Instagram, Youtube, Tiktok e Google News