AVANTE MEU TRICOLOR
·19 November 2024
AVANTE MEU TRICOLOR
·19 November 2024
Presidente ao lado de Muricy e Milton Cruz no CT (Instagram)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
O presidente Julio Casares confirmou na segunda-feira (18), durante evento no Morumbi, que o São Paulo vai mesmo apostar no bom e barato para formar o seu plantel na próxima temporada.
Com o contrato celebrado pelo São Paulo com a Galápagos Capital, empresa de investimentos que gerenciará um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), a promessa é que o clube do Morumbi passe, a partir do ano que vem, a viver um período de austeridade financeira.
De acordo com o acordo do FIDC assinado, os gastos e investimentos com futebol pelo São Paulo não poderão passar de 50% da receita bruta anual ou de R$ 350 milhões — o limite será o menor dos dois valores.
"Nós temos um limite, que é um valor cifrado no orçamento… é cumprir o orçamento. Isso também não vai paralisar a questão do elenco. O futebol tem chegadas e partidas. Você tem o jogador 1, 2, 3 e 4, que podem sair, e podem chegar um, dois, três ou quatro. O que interessa é que a composição do elenco está bem formatada. Se você analisar bem, nós temos hoje uma zaga completa, precisamos reforçar as laterais e o meia. As extremas, hoje, nós temos: nós temos o Ferreirinha do lado esquerdo, onde também joga o William (Gomes), se precisar… do lado direito, temos o Rato, o Erick e ainda o Henrique, o menino da base… lá (no comando do ataque), nós temos o Calleri e o André Silva", disse Casares.
"Então, é um elenco que tem boas opções. Talvez, pontualmente, nós possamos ajudar bastante este elenco em três posições. Mas há a limitação orçamentária… e a criatividade, porque você pode contratar com empréstimo, pagando depois o fluxo, se o jogador performar… o candidato a jogar no São Paulo. Ou você parcela… quer dizer, há instrumentos em que você não oprime a pressão orçamentária. E a nossa área de futebol é muito criativa. Ela vai buscar essa alternativa, e nós vamos ficar atentos. O que nós não podemos é fazer nenhum ato fora da curva", completou.
Com os R$ 240 milhões previstos no FIDC, a ideia é pagar dívidas mais antigas com instituições financeiras, diminuindo os juros que são pagos atualmente.
O clube entende que diminuirá seus riscos e alongará o prazo, já que o dinheiro captado agora será usado para pagar dívidas antigas e só precisará ser devolvido (com juros) daqui a pouco mais de quatro anos.
Doze dos contratos de empréstimos atuais, somando R$ 194 milhões, foram usados para uma análise mais detalhada do panorama de endividamento bancário, incluindo a estimativa de um pagamento atual de R$ 38 milhões a R$ 48 milhões em juros.
Entretanto, é uma iniciativa diferente da mera captação de valores com terceiros, que não costuma alterar a maneira como o clube é gerido financeiramente. Existem travas na governança, que limitarão os gastos e o quanto o clube pode contrair em novas dívidas. Há cinco restrições que precisarão ser cumpridas durante a vigência do fundo. E uma delas é a restrição nos gastos com o futebol profissional.
Entretanto, caso esses limites sejam violados, a tendência é de que as consequências sejam brandas, ao menos nas primeiras vezes.
As três possibilidades previstas são (1) não tomar nenhuma ação; (2) proteger os investidores com alguma medida como a aceleração da amortização da cota sênior; ou (3) a liquidação antecipada do fundo. A decisão será tomada numa assembleia de cotistas convocada nesses casos.
"Neste ano, nós vamos ter um grande déficit. Tudo que foi planejado, mesmo, porque nós não vendemos ninguém… apostamos muito naquelas conquistas importantes, que foram a Copa do Brasil e a Supercopa… antes, o Paulistão… e, agora, nós vamos observar a prioridade de um equilíbrio financeiro, mas trazendo jogadores com perfil competitivo", disse o mandatário.
Ou seja, à boca pequena, Casares descartou a possibilidade do São Paulo fazer investimentos ousados, como aconteceu no ano passado comas chegadas de James Rodríguez e Lucas.
"Tudo depende. Eu sempre digo que entrou muito dinheiro, mas saiu muito dinheiro. E sai numa proporcionalidade gigantesca. E coisas que nós assumimos lá atrás… há questões que nós estamos quitando agora… coisas de quatro, dez anos atrás. Então, é uma situação difícil. Só o que nós consumimos de juros é um negócio absurdo. Então, nós temos que ter responsabilidade. Quando falamos em ‘midiático’, temos que observar bem essa possibilidade, a oportunidade. Tem que casar. O Lucas foi uma contratação que teve êxito, teve sucesso e teve renovação. A do James foi uma tentativa, que não correspondeu em campo. Se nós acharmos essa fórmula de jogador com essa característica do Lucas… veja bem, o Lucas jogou aqui, teve uma performance física, brilhou etc. e queria voltar para o Brasil. Juntando esses fatores, pode acontecer", disse.