
Gazeta Esportiva.com
·5 Mei 2025
Casares destaca plano financeiro do São Paulo e prevê cenário positivo

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·5 Mei 2025
O presidente do São Paulo, Julio Casares, garantiu que o clube já iniciou um processo de controle rígido de gastos e apontou o equilíbrio financeiro e o fortalecimento da base como pilares da segunda metade de sua gestão. Em entrevista cedida nesta segunda-feira, o dirigente reconheceu a preocupação com o balanço financeiro, mas afirmou que o cenário já apresenta sinais positivos e que há previsibilidade para manter um time competitivo com responsabilidade até 2030.
“O balanço foi aprovado nas três instâncias, e claro que gera uma preocupação não só no torcedor, mas em todos nós. Nós sabemos o que estamos fazendo, chegamos aqui em 2021, em uma pandemia. O torcedor vinha para tentar salvar o São Paulo de um eventual rebaixamento, e eu dizia que deveríamos trazer o torcedor de volta no nosso primeiro mandato. Eu tinha que ter resultado dentro de campo, e foi o que aconteceu. Quando você ganha, sua despesa também sobe, porque o jogador é valorizado, você tem uma reforma de contrato, assim por diante”, afirmou Casares à TNT Sports.
O São Paulo está com dívidas cada vez maiores. O clube divulgou seu balanço financeiro relativo a 2024 e, como esperado, registrou números alarmantes, chegando a um endividamento de quase R$ 1 bilhão – mais precisamente R$ 968,2 milhões. O Tricolor fechou 2023 com uma dívida de R$ 666,6 milhões. Ao longo de 2024, o clube acabou aumentando seu débito em R$ 301,5 milhões.
“No entanto, é melhor eu ter uma despesa previsivelmente que vai subir, do que uma despesa que vai subir sem conquistas. A segunda parte do mandato, que começou em uma transição em 24, era buscar um mercado de capital através do fundo e focar no financeiro e na base. Esses são os nossos pilares”, continuou.
Um dos principais motivos para que o São Paulo não tenha contido o aumento de sua dívida foi a arrecadação com a venda de atletas em 2024. Havia a projeção de embolsar R$ 174,1 milhões com a negociação de jogadores, mas o clube só recebeu R$ 93,3 milhões. Uma diferença de R$ 80,7 milhões.
Outro fator para o aumento considerável do endividamento foi o investimento em contratações e outros gastos relativos ao futebol profissional. O custo do departamento em 2024 foi projetado em R$ 542,9 milhões, mas acabou sendo de R$ 625,4 milhões.
“Agora, nós vamos observar a redução drástica da despesa, o acompanhamento rígido do orçamento, isso já está acontecendo. O primeiro trimestre já nos deu um horizonte muito bom de resultado. Nós estamos trabalhando, olhando o São Paulo para o futuro. Já temos, até 2030, mais de dois bilhões em reais de contratos recebíveis. Isso vai alimentar a continuidade do fundo e dar uma tranquilidade para o meu sucessor, mas depende da continuidade de fazer um time competitivo, mas com muita responsabilidade e, ao mesmo tempo, ter essa dívida num viés de baixa”, concluiu.
Um dos trunfos da gestão atual para reconstruir o São Paulo do ponto de vista financeiro é o aumento de receitas. Recentemente, o clube anunciou a renovação de contrato com sua patrocinadora máster, a Superbet, até 2030. Com esse e outros acordos que acabaram sendo estendidos, a diretoria Tricolor diz ter garantido R$ 2 bilhões em receitas para os próximos cinco anos.