Zerozero
·12 Februari 2025
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·12 Februari 2025
A 1ª parte deixou muito a desejar e fez o Benfica tremer e temer, mas um bom arranque de 2ª parte, com direito a um momento de grande classe de Pavlidis e uma expulsão desnecessária de Al Musrati, foi suficiente para as águias saírem do principado com uma importante vitória por 0-1. A 2ª mão decide-se em Lisboa.
Cerca de três meses depois, Monaco e Benfica voltavam a encontrar-se na Liga dos Campeões, agora num jogo a eliminar (a duas mãos). No lado encarnado, Bruno Lage promovia duas alterações (forçadas) no onze inicial, com as saídas dos lesionados Bah e Manu Silva para dar lugar a Florentino Luís e António Silva. Já do lado monegasco, o técnico Adi Hutter promovia quatro mexidas, dando a titularidade a Aleksandr Golovin, Krépin Diatta, Mohammed Salisu e Al Musrati.
À semelhança do que se tinha visto na fase de liga, o Stade Louis-II voltava a apresentar uma bela mancha de adeptos do Benfica, que tornavam no palco monegasco num mini estádio da Luz. Apesar disso, foi o Monaco quem entrou melhor, intenso na recuperação e na posse de bola, o que criou algumas dificuldades ao Benfica na construção. De resto, o Benfica apenas foi «chamado» ao jogo nos primeiros minutos em transição, quando os da casa cometiam alguns erros com posse.
Do outro lado, o Monaco tinha a lição claramente estudada. Apesar da sua teórica desvantagem numérica no miolo, os monegascos conseguiam fechar esse setor com a adição dos seus médios alas - Akliouche e Golovin - e isso permitiu várias recuperações em zona adiantada e a anulação quase completa do meio campo encarnado - bastante inoperante e sem capacidade de ligar setores -, o que não permitiu ao Benfica crescer com bola.
As diagonais de Golovin, da esquerda para o meio - permitindo a Diatta dar profundidade - e os movimentos interiores e entre linhas do jovem Akliouche iam criando dificuldades ao Benfica, que ia sentido alguma falta de apoio defensivo a Florentino - Aursnes mais subido e Kokçu muito fora do jogo. Trubin chegou a ser chamado à ação e as melhores ocasiões da 1ª parte pertenceram claramente aos da casa. De resto, apenas aos 44' surgiu a primeira ocasião de golo do Benfica - deixou muito a desejar com bola e no último terço -, que acabou por ser inofensiva para a baliza de Majecki.
O Benfica precisava de bem mais para retirar algo de jogo e até parecia que pouco tinha mudado no arranque da 2ª parte, mas as águias contrariaram as aparências e, aos 48', Tomás Araújo desmarcou Pavlidis na direita da área, este ganhou no corpo a Salisu e picou por cima de Majecki com enorme classe para o 0-1. Como se tal não chegasse, apenas quatro minutos depois, o ex-SC Braga Al Musrati viu o 2º amarelo, por protestos num lance banal, e deixou a sua equipa reduzida a dez elementos.
Demorou uns minutos, mas o Benfica começou, finalmente, a ficar mais tranquilo com bola, aproveitando essa vantagem numérica para se adiantar no terreno e começar a chamar ao jogo os seus médios, que começaram, por fim, a servir o trio ofensivo. Percebendo que o momentum do jogo tinha claramente mudado, Bruno Lage passou a mensagem à equipa que era para olhar para a frente, «aproveitou» a infeliz lesão de Tomás Araújo e balanceou a equipa para a frente com as entradas de Di María e Leandro Barreiro (Aursnes assumiu a lateral direita, como não fazia desde a era de Roger Schmidt).
Com isto, Akturkoglu passou para as costas do avançado, Kokçu juntou-se a Barreiro no miolo e o Benfica assumiu um género de 4x2x4, aproximando-se com cada vez mais gente da área adversária. Lage estreou o reforço Belotti, refrescou a ala com Amdouni e até colocou a «carne toda no assador» quando a infelicidade voltou a bater à porta, Di María saiu lesionado (19 minutos depois de entrar) e colocou Arthur Cabral. O Benfica foi colecionando oportunidades, tanto no jogo corrido, como na bola parada, mas pecou (em excesso) na finalização.
Apesar disso, os encarnados acabaram por vencer por 0-1 e levam, assim, a vantagem para a 2ª mão, a ser disputada em Lisboa, na próxima terça-feira.