MundoBola Flamengo
·8 Mei 2025
Errar é humano, mas o que Flamengo vem fazendo é quase sobrenatural

MundoBola Flamengo
·8 Mei 2025
Todo atleta eventualmente erra. O melhor goleiro eventualmente vai bater roupa e mesmo o zagueiro mais confiável vai dar um bote errado. O meio-campista de maior categoria da sua geração ainda é capaz de vacilar num passe de cinco metros e o camisa 9 mais decisivo um dia vai se enrolar com aquela bola que sobrou pra ele sem goleiro, debaixo da trave.
Então, não existindo o jogador perfeito, a maneira como a gente acaba mensurando um atleta é pela porcentagem de erro e acerto e pela complexidade e utilidade das coisas que ele erra e acerta.
Um jogador fraco vai errar com frequência as coisas mais simples e passar a vida toda sem acertar as complicadas, enquanto um atleta mediano pode ser competente no arroz com feijão e só eventualmente tirar um coelho da cartola. Já de um grande jogador se espera não apenas a capacidade de com frequência fazer o diferente como a garantia de que com o simples o torcedor não precisa se preocupar.
Então, tendo o Flamengo um dos elencos mais caros do continente, com alguns dos principais jogadores da América do Sul, como explicar a avalanche de erros, o tsunami de vacilos, esse Cosme e Damião com farta entrega de doces onde os doces eram a bola, que testemunhamos na noite desta quarta-feira?
Se antes o Flamengo dominava mas não vencia, dessa vez ele nem dominou. Se antes ele criava chances mas não fazia o gol, dessa vez nem chances foram criadas. Se antes o problema era Leo Pereira fazendo um pênalti idiota por partida, dessa vez isso quase aconteceu de novo, porque as coisas boas sumiram mas as ruins continuam lá.
O que tivemos foi a pior atuação da equipe rubro-negra na temporada, com um ataque inofensivo, uma defesa inoperante e erros de fundamento que gerariam acusações de corpo mole numa pelada de solteiros contra casados, que dirá numa partida de Libertadores da América.
Nossos zagueiros buscaram lançamento para as placas de publicidade, nossos meias tentaram tabelar com amigos imaginários, nossos atacantes sistematicamente optaram pela pior jogada e, apenas pra garantir, também realizavam essa jogada da pior maneira possível.
O resultado? Um empate que complica ainda mais a situação do Flamengo e coloca um time que já foi visto como favorito ao título com risco real de cair ainda na fase de grupos, se não vencer, e bem, as duas partidas que tem pela frente.
E de quem é a culpa? Filipe Luis tem responsabilidade como técnico, é ele quem organiza a defesa e treina o ataque, é ele quem vem errando nas substituições. Mas é ele quem orienta o time a tentar sempre a jogada mais complicada? É ele que não acerta os passes de três metros? Foi ele que mandou Arrascaeta, na frente do gol, chutar com uma força que não racharia uma casca de ovo, quanto mais venceria um goleiro?
Porque o time que parecia jogar como se pudesse vencer na hora que quisesse, agora se colocou numa situação em que ele não tem outra opção além de vencer, seja no Brasileiro, seja na Libertadores. Será que ele vai finalmente querer?