Jogada10
·7 Maret 2025
Felipe Melo revela conversa com Luighi e cobra união de classe contra o racismo

Jogada10
·7 Maret 2025
“As grandes estrelas se uniram por causa de grama sintética x natural. Vejo que é o momento de se unir contra esse crime, o racismo. O jogador de futebol tem poder para exterminar o racismo no futebol. Então, é o momento da classe se unir mais do que nunca”, disse.
Além disso, nesta sexta-feira (7), Felipe Melo revelou, durante participação no programa seleção sportv, que entrou em contato com Luighi e teve retorno logo depois.
“Passou uma hora e ele me mandou uma mensagem falando: “Não paro de chorar, mas Deus sabe de todas as coisas”. Realmente me partiu o coração, esse choro genuíno dele. As lágrimas descendo, ele chorando compulsivamente… Me senti na pele dos pais, no Brasil, longe, querendo abraçar o filho”, disse.
O ex-jogador ainda exaltou a postura de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que se manifestou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (7).
“O peso da presidente vir a público falar é muito diferente. O peso de o presidente da CBF vir a público e falando sobre seu pensamento contra o racismo é um outro peso. Assim como também a própria Conmebol. Os patrocinadores, vendo isso, vão repensar. Será que vale continuar patrocinando algo que vai arranhar a imagem?”, reforçou.
Luighi relatou insultos racistas ao sair de campo e informou ao árbitro que o chamaram de “macaco”. O torcedor imitou um macaco na direção do jogador, que se revoltou, deixou o campo chorando e desabafou em entrevista depois da partida, quando foi questionado por um repórter sobre como foi o jogo. Além disso, ele também sofreu uma cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas.
“Você não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? Até quando a gente vai passar por isso? Até quando? O que fizeram comigo foi um crime. Você ainda vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso, a CBF, sei lá quem… Não ia perguntar sobre isso, né? O que fizeram comigo foi um crime. Aqui é formação. A gente tá aprendendo”, desabafou.
Luighi ainda usou as redes sociais para falar sobre a “dor na alma” que sentiu.
“Dói na alma. A mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? É a pergunta que espero não ser necessária ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando”, escreveu
A Sociedade Esportiva Palmeiras prestou solidariedade ao atleta de sua base e mostrou-se determinada a ir até as “últimas instâncias” para punição dos envolvidos.
“Inadmissível que, mais uma vez, um clube brasileiro tenha de lamentar um ato criminoso de racismo ocorrido em jogos válidos por competições da CONMEBOL. A Sociedade Esportiva Palmeiras presta toda solidariedade aos atletas do clube que estão disputando a Libertadores Sub-20 no Paraguai e comunica que irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos.
Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes! As suas lágrimas, Luighi, são nossas! A Família Palmeiras tem orgulho de você”.
Rivais diretos e clubes de outros estados também se uniram ao Alviverde na luta contra o racismo. Corinthians, Santos e São Paulo prestaram apoio ao atacante através de posicionamento nas redes sociais.
Além disso, a presidente Leila Pereira, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (7), afirmou que vai pedir a exclusão do Cerro Porteño das competições sul-americanas e relembrou casos antigos que aconteceram com o Palmeiras nos últimos anos.
Líder e ativista global na luta contra o racismo, Vini Jr. prestou solidariedade a Luighi, que também cobrou a Conmebol e parabenizou o posicionamento do jovem ao confrontar jornalistas sobre o caso.
“Parabéns pelo posicionamento, mano. É triste, mas fique forte. Vamos juntos nessa luta. Até quando, Conmebol? Vocês nunca fazem nada. NUNCA”, escreveu Vini Jr em seus stories no Instagram.
Post de Vinícius Júnior – Reprodução / Instagram