SportsEye
·26 Mei 2025
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·26 Mei 2025
O Sport Recife apostou alto em 2025. Foram 15 contratações na última janela, movimentando R$57,5 milhões e buscando alterar o patamar da equipe na Série A. O clube investiu em jogadores experientes — média de idade de 27 anos — e olhou tanto para o mercado nacional quanto para opções internacionais, com nomes vindos de Portugal, Colômbia, Uruguai e Japão. Desses reforços, quatro chegaram por empréstimo, entre eles Du Queiroz, Arthur Sousa, Lucas Cunha e Antônio Carlos.
A direção tratou de distribuir os investimentos por todo o elenco. Houve chegadas de volantes, meias de criação, atacantes e reposições defensivas. A ideia era clara: impacto imediato para fugir da parte de baixo da tabela.
O volante Christian Rivera custou ao Sport um investimento recorde de R$17 milhões, vindo do Club Tijuana. Titular desde a estreia, exibe uma taxa de acerto em desarmes de 85%. Apesar do bom desempenho individual, a proteção defensiva ainda deixa a desejar, o que limita o impacto prático do colombiano.
Carlos Alberto, contratado por R$15 milhões junto ao Botafogo, começou a temporada com três gols em cinco jogos. O atacante se destacou também na Copa do Nordeste, mas a queda coletiva do time coincidiu com uma redução no seu rendimento.
Já Sérgio Oliveira, experiência europeia no currículo e expectativa de ser um articulador, ainda busca se ajustar. O meia português, ex-Olympiacos, não conseguiu repetir o protagonismo de outros anos e tem recebido atenção especial da torcida, que aguarda mais influência em campo.
Entre os jogadores emprestados, Du Queiroz destaca-se como alternativa de rotação no meio-campo. Tem minutos regulares, mas não se tornou peça-chave até aqui.
O caso de Gonçalo Paciência representa outro desafio. O atacante, que já atuou por Porto, Eintracht Frankfurt e Sanfrecce Hiroshima, até o momento não encontrou a melhor forma e enfrenta dificuldades para se adaptar ao ritmo e à exigência física do futebol brasileiro.
Arthur Sousa, jovem de 22 anos emprestado pelo RB Bragantino, tem sido opção de banco e ainda está no processo de amadurecimento para o cenário da primeira divisão.
Do grupo recém-chegado, Fabricio Domínguez e Lucas Lima conseguem se destacar. Domínguez já soma dez gols em 33 partidas, comandando o setor ofensivo e sendo o principal finalizador da equipe. Lucas Lima, por sua vez, lidera o Sport em assistências, com oito passes para gol, mantendo o padrão que exibiu em clubes anteriores. Ambos se tornaram referências do time em um cenário de incertezas.
Apesar do investimento e da movimentação, o encaixe coletivo ainda não aconteceu. O Sport soma uma sequência de 11 partidas sem vitória em todas as competições. A equipe ocupa a zona de rebaixamento da Série A e, nos últimos jogos, sofreu derrotas contundentes contra Cruzeiro, Palmeiras e RB Bragantino.
O torcedor oscila entre aprovação pelo arrojo no mercado e frustração com os resultados. Sérgio Oliveira gera expectativa extra pelo histórico, mas a paciência com nomes de peso e pouco retorno está curta.
O treinador Pepa chamou atenção para o tempo necessário de adaptação dos reforços e apontou a desorganização defensiva como maior obstáculo. O técnico reforça a confiança em uma reação, mesmo diante de um início difícil.
A ousadia nas contratações veio embalada por receita recorde em 2024 (R$135,9 milhões), mas o clube finalizou o ano passado com déficit de R$16,5 milhões. A venda de Pedro Lima para o Wolves, por R$59 milhões, aliviou o caixa, mas só 60% desse valor já entrou.
O Sport tentou equilibrar reforços pontuais e apostas de futuro, especialmente com empréstimos. No entanto, o efeito imediato esperado nas quatro linhas não se materializou, pressionando o elenco, a comissão técnica e a gestão para respostas rápidas dentro de campo.