Zerozero
·21 Februari 2025
Quando sexta-feira entra num relvado
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Zerozero
·21 Februari 2025
Sexta-feira é o dia mais aguardado da semana porque, regra geral, significa o fim de uma série de dias de labuta e a entrada num fim de semana de descanso. É por isso o dia que deixa o comum mortal em êxtase, mas que ao mesmo tempo induz em erro porque transporta para tempos de descanso, de convívio com amigos e de diversão, apenas para depois se perceber que passa demasiado depressa e que rapidamente está de volta o trabalho quotidiano. Sexta-feira é o dia que promete o que nem sempre é entregue pelo fim de semana. O SC Braga - Nacional, a contar para a jornada 23 da Liga Portugal Betclic, foi, de facto, uma sexta-feira.
O encontro entre minhotos e madeirenses também prometeu muito e entregou durante algum tempo, mas passou depressa como o fim de semana. Fica para registo uma vitória inteiramente justa dos arsenalistas (1-0), a equipa que mais e melhor criou perante uma turma insular com poucos disparos e nenhuma pólvora.
A equipa da casa entrou em campo com velocidade e muita dinâmica no jogo, a explorar muito bem os corredores e a criar por aí a grande parte dos desequilíbrios. Roger Fernandes, o melhor em campo para o zerozero, fez a cabeça em água a Arvin Appiah. Muito solicitado quer no ataque organizado, quer nas muitas situações de transição que o SC Braga teve, o jovem extremo perfumou o relvado da Pedreira com a qualidade no 1v1 que lhe é caraterística.
Num dos lances em que partiu os rins do adversário, Roger desenhou o único golo do desafio. Sempre de bola colada a um pé esquerdo que faz corar, o '11' atraiu dois adversários e soltou, com classe, na altura certa para Gorby encostar.
A primeira parte foi praticamente toda ela dominada pelo SC Braga. Depois de uma entrada muito forte nos primeiros 20 minutos, a equipa nem sempre conseguiu manter o ritmo elevado, mas isso não impediu que criasse oportunidades, até porque o Nacional concedeu sempre muitos espaços para serem explorados.
Fiel ao estilo de jogo habitual, a equipa da Madeira tentou jogar de forma apoiada e exigiu muito dos defesas centrais na construção. Embora sem bola tanto Zé Vitor como Ulisses Wilson tenham feito belas exibições, com a bola a história foi outra. A quantidade de maus passes condicionou a estratégia insular numa primeira fase e, em parte, facilitou a tarefa bracarense.
As aparições madeirenses no ataque resumiram-se, sobretudo, a iniciativas de Dudu Teodora, o elemento mais inconformado no ataque do conjunto liderado por Tiago Margarido. Há boas individualidades na turma da Choupana, como Luís Esteves ou Bruno Costa, mas na hora de tentar levar perigo à baliza de Lukas Hornicek, a fonte foi sempre a mesma: Dudu.
Depois de uma primeira parte agradável e com um caudal ofensivo do SC Braga que fez até o 1-0 pecar por escasso, saltámos diretamente de sexta-feira para segunda-feira. A tal falsa sensação de que falávamos no início desta crónica. A primeira parte entregou tudo e a etapa complementar foi aquela segunda-feira de regresso ao escritório ainda a pensar no que ficou para trás e claramente a meio gás.
Assim se contaram os segundos 45 minutos. O SC Braga nunca teve o resultado em risco, mas também não forçou muito mais a nota para chegar ao segundo tento. A vitória é incontestável e permite aos Gverreiros do Minho o regresso aos triunfos, depois do empate no dérbi minhoto, e o prolongamento de uma série que é agora de seis jogos sem perder.
Em termos de tabela classificativa, a equipa da Cidade dos Arcebispos chega aos 47 pontos e ultrapassa, à condição, o FC Porto no terceiro lugar. O Nacional segue com 23 pontos e no 13.º lugar, mas com Gil Vicente e Estrela da Amadora à espreita.
Langsung
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