MundoBola Flamengo
·13 Februari 2025
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Nesta quarta-feira (12), o Flamengo anunciou a demissão de Paulo Chupeta do cargo de coordenador das categorias de base do basquete. Decisão que encerra uma passagem de quase 30 anos do profissional pelo clube, trajetória recheada de títulos e histórias que transformaram Chupeta em uma lenda do basquete rubro-negro.
Em contato com o MundoBola Flamengo, Chupeta revelou que foi pego de surpresa ao ser comunicado da demissão pela diretoria logo após chegar para trabalhar. Ele afirma que não houve qualquer conversa prévia que indicasse as mudanças no comando técnico, que contaram também com a saída do técnico Gustavo de Conti. Mas reforça seu amor pelo clube e deseja sucesso à nova diretoria.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do clube para falar sobre a demissão do ex-treinador. O posicionamento é que a nota comunicando a saída será a única manifestação do sobre o tema. No documento, o Flamengo cita que Chupeta está marcado na história do clube e agradece pelos serviços; confira:
"Paulo Chupeta, coordenador das categorias de base, também deixa o clube. Chupeta marcou seu nome na história do Mais Querido como treinador e foi peça importante no desenvolvimento do basquete rubro-negro. O clube agradece toda entrega, o profissionalismo e as conquistas ao longo dessas quase três décadas de trabalho. Seu legado ficará para sempre na memória da Nação Rubro-Negra", diz a nota.
O treinador está diretamente relacionado ao sucesso do basquete do Flamengo no século XXI. Foi sob o comando de Chupeta que o Rubro-Negro conquistou o primeiro título brasileiro de sua história, em 2008, seguido da taça da primeira edição do NBB em 2009. Ano que levantou também o troféu da Liga Sul-Americana. Isso além de seis títulos estaduais: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010.
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Paulo Chupeta repassou parte de sua história no Flamengo durante a conversa com o MundoBola. Marcado pelas conquistas como treinador e o trabalho com jovens, ele lembra que o início em 1997 foi como auxiliar técnico. Função na qual trabalhou com Oscar Schmidt e levantou duas taças do Campeonato Carioca, em 2000 e 2002.
Momentos que antecederam o convite para comandar o rubro-negro e escrever o seu nome na história com os dois primeiros títulos brasileiros do clube.
"Com o adulto do Flamengo, eu comecei como auxiliar do grande técnico Emanuel Bonfim. Depois da saída dele, eu fui auxiliar técnico do Claudio Mortari, que dirigiu aquela equipe fortíssima do Flamengo, quando tinha o Oscar Schmidt. (Sou) O técnico dos primeiros títulos do Flamengo brasileiro, em 2008 e 2009, quando nós conquistamos o último NCBB (Campeonato Nacional de Basquete) e depois o NBB", iniciou o ex-treinador.
Foto: Divulgação/CBB
Mas há outro título especial para Paulo Chupeta: o Campeonato Carioca de 2005. Com um orçamento modesto, o Mais Querido chegou à decisão para enfrentar o Rio de Janeiro/Telemar, que era o atual campeão brasileiro e buscava o bi do Estadual.
Após uma derrota por 25 pontos no primeiro jogo, a equipe rubro-negra deu garra e poder de superação para empatar a série no confronto seguinte. A partida decisiva contou com a presença da Nação para empurrar o time ao triunfo por 93 a 90 e o título.
"Aquela final fantástica contra a Brasília na Arena, mas antes, a minha história começou em 2005, quando nós vencemos a poderosa Telemar, que tinha acabado de ser campeã brasileira. A equipe do Flamengo, nós atravessamos um momento muito ruim financeiramente, e me convidaram para assumir, na época o diretor era o Pedro Ferrer e o Dudu, que me convidaram e o Ricardo Pereira, que era o diretor de basquete. Nós conseguimos vencer a poderosa Telemar em 2005, uma vitória épica dentro do Clube Municipal, no terceiro jogo, o Municipal lotado, nós conseguimos vencer."
Naquela época não se imaginava que aquele título era o marco inicial da hegemonia rubro-negra no Rio de Janeiro. O Orgulho da Nação conquistou todas as 18 edições disputadas desde então. Parte do legado do histórico treinador com o Manto Sagrado, que conta também com o trabalho de desenvolvimento com muitos jovens do basquete nacional.
"Na base receberam grandes jogadores. Está aí o Olivinha. Muitos jogadores nossos foram para os Estados Unidos, a gente formava os na base e iam para os Estados Unidos estudar. Então, muitos jogadores não faziam nem contrato de imagem, nem nada, porque se tivesse contrato de composição não poderia jogar no high school (ensino médio norte-americano). Então muitos jogadores foram para lá e hoje estão aí pelo mundo. É o legado que eu deixo, um legado de vitórias, conquistas e alegrias, porque você trabalha no clube que você ama, que você é, tudo flui com mais amor", concluiu.
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Chupeta afirmou que não sabe se continuará participando das transmissões da Fla TV como comentarista, algo questionado pelos torcedores nas redes sociais. Mas a resposta veio já quinta-feira (13), já que o canal do Flamengo vai exibir a partida contra o Fortaleza Basquete Cearense, às 20h, pelo NBB. O ex-treinador está listado como comentarista. Por fim, garante que estará sempre à disposição para retornar ao Mengão.
"Quanto ao Flamengo, eu estarei sempre pronto a voltar. É só me chamar que estou de volta. Foi minha casa durante 30 anos, é o clube que eu amo, o clube que fui várias vezes para arquibancada, torcer para o time de futebol, brigar para o time de futebol. Mas é assim, a vida aqui segue. Precisar do Paulo Chupeta, o Paulo Chupeta está aqui", finalizou o ex-treinador rubro-negro.