Schelotto e a visita a Dortmund: «Não dormi nada na noite anterior» | OneFootball

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·19 febbraio 2025

Schelotto e a visita a Dortmund: «Não dormi nada na noite anterior»

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A viagem do Sporting a Dortmund para a segunda mão do playoff de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões traz à memória duelos intensos do passado. Em 2016/17, os leões mediram forças com o Borussia Dortmund na fase de grupos da competição, e um dos protagonistas dessa eliminatória foi Ezequiel Schelotto.

O antigo lateral argentino vestiu a camisola verde e branca durante duas épocas e não esconde o carinho pelo clube, lembrando com emoção os jogos disputados contra gigantes europeus.


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Em conversa com o zerozero, Schelotto recordou a experiência única de jogar no mítico Signal Iduna Park, um estádio que impressiona tanto pela sua grandiosidade como pela atmosfera fervorosa da Muralha Amarela. «Uma coisa é ver na televisão, outra é estar lá ao vivo», confidenciou, destacando a adrenalina sentida ao pisar um dos palcos mais imponentes do futebol europeu.

Ainda assim, garante que os jogadores do Sporting não devem sentir-se pressionados, mas sim desfrutar do momento e relembrar o caminho percorrido para chegar a esta fase da prova.

Além das memórias de Dortmund, o ex-leão falou também sobre os desafios de defrontar o Real Madrid e a influência de Jorge Jesus na sua carreira. Entre elogios ao técnico português e relatos de «noites sem dormir» antes de grandes jogos, Schelotto destacou a intensidade da Liga dos Campeões e a responsabilidade de enfrentar adversários como Cristiano Ronaldo e Dembélé.

Agora, como adepto, deseja que o Sporting consiga contrariar a história e eliminar, pela primeira vez, uma equipa alemã na prova. Eis Ezequiel Schelotto.

zerozero (ZZ): Boa tarde, Ezequiel! Como está?

Ezequiel Schelotto (ES): Bem, bem. Ando muito ocupado, mas vamos a isso!

ZZ: Vamos lá. Duas épocas no Sporting, 42 jogos e muita emoção à mistura. Que recordações tem desses momentos com o leão ao peito?

ES: Guardo memórias muito bonitas de Portugal. Joguei numa das equipas mais importantes de Portugal. Não conhecia o campeonato português e depois de jogar a primeira temporada onde quase ganhamos o campeonato, tinha vontade de vencer e de conquistar um título. Algo que não consegui nesses dois anos.

Estou muito contente que o Sporting tenha conseguido títulos nos últimos anos. Agradeço muito aos adeptos, ao Jorge Jesus e à presidência. Tenho muitos amigos e muita gente que me manda mensagem. Sou muito agradecido ao Sporting.

ZZ: Em 2016/17 defrontou o Real Madrid e jogou no Signal Iduna Park, em Dortmund. Que histórias e recordações tem desses momentos?

ES: Poder enfrentar equipas importantes como o Real Madrid e o Borussia Dortmund dá-lhe muita alegria e responsabilidade. São equipas que jogam sempre a Champions League, sabem o que é preciso para disputar a competição. Para mim era um orgulho enfrentar essas equipas. É uma experiência fantástica e desejo que todos possam sentir isso.

ZZ: Como foi jogar naquele estádio cheio de amarelo e como era lá dentro?

ES: É algo enorme… uma coisa é ver na televisão, outra é estar lá ao vivo. Tínhamos chegado à Alemanha, fomos treinar ao estádio e sabíamos que no dia seguinte ia estar cheio de gente de amarelo. Aquela bancada atrás da baliza é enorme, parece que nunca mais acaba.

Tínhamos muita adrenalina e estava feliz por poder jogar ali. Os jogadores têm de estar tranquilos, não têm de jogar com a pressão de defrontar estas equipas grandes como o Dortmund. Têm de desfrutar e lembrarem-se que percorreram um grande caminho para estarem ali. Pessoalmente, jogar frente ao Dortmund foi uma enorme satisfação.

ZZ: Comentaram o ambiente entre vocês? Alguma memória especial dessa eliminatória?

ES: Lembro-me de estarmos no balneário no momento do sorteio e quando vimos que nos tinha calhado o Real Madrid e o Dortmund no grupo ficámos muito contentes. Tinha muitas ganas de jogar contra eles, e consegui fazê-lo.

Na viagem estava com muita emoção, não sabia o que podia acontecer, não dormi nada nessa noite, porque sabia que ia enfrentar jogadores como Dembélé, Aubameyang, Reus, Gotze. Jogadores que já tinham ganho tudo, de grandes seleções. Só pensava no jogo, não dormi nada, mas assim que cheguei ao estádio fiquei muito feliz. Lembro-me que não merecíamos nada perder esse jogo.

ZZ: O Sporting vai agora viajar novamente para a Alemanha, que conselhos daria aos jogadores?

ES: Os jogadores do Sporting têm de estar tranquilos. Já jogaram com equipas destas e têm jogadores que estão habituados a vencer títulos. O Dortmund é uma grande equipa, mas o Sporting também é.

Sigo sempre o Sporting. É uma família. Sinto-me muito agradecido a todos, aos adeptos, à equipa, ao JJ e toda a equipa técnica. Fui muito feliz e desejo sempre o melhor a quem vista essa importante camisola. E oxalá possam reverter esta situação de nunca se ter eliminado uma equipa alemã.

ZZ: Como foi defrontar Cristiano Ronaldo e companhia? Eles na altura até acabaram por ganhar a Liga dos Campeões.

ES: Quando jogas contra o Real Madrid, estás a jogar contra o 'Rei' da Champions League. Jogas contra grandes jogadores como Cristiano Ronaldo, Benzema, Marcelo, Kroos, Modric. Existe um respeito. Nesse jogo apanhei pela frente o Marcelo e o Ronaldo. O respeito é importante, mas quando se entra no relvado queres sempre ganhar.

Cristiano Ronaldo é um dos melhore jogadores do mundo, é muito querido pelas pessoas em Portugal. Lembro-me que, no final da partida, eu tinha corrido muito e estava todo transpirado, estava muito cansado, mas quando fui ao balneário cumprimentar o Ronaldo, que tinha andado a correr por todos os lados, ele estava super tranquilo, como se não tivesse suado e não se tivesse esforçado. Eu não podia acreditar… ‘Eu estou aqui sem ar, e ele está ali tranquilo’.

ZZ: E Jorge Jesus? Como era a sua relação com ele?

ES: Tenho o Jorge Jesus como um exemplo a seguir. Foi um técnico muito importante na minha carreira, depois que saí do Sporting não tivemos hipótese da falar, mas eu sigo-o e tenho grandes memórias com ele. Oxalá possamos falar e possa cumprimentá-lo, seria bastante importante para mim. Isso é o bonito, além das relações de futebol, guardam-se as amizades. Espero que se lembre de mim.

ZZ: Ele pediu-lhe alguma coisa específica nesses jogos?

ES: Ele pedia-me sempre que eu tivesse o ‘sangue’ de saber atacar, porque atacava muito, estava no meu ADN. Ele ensinou-me muito sobre o posicionamento defensivo, sabia que quando jogava com jogadores como Ronaldo ou Dembélé, que não defendiam muito, eu tinha de aproveitar e atacar muito para lhes fazer dano.

E assim foi, frente ao Dortmund e frente ao Real Madrid. Com o JJ, no campeonato, jogávamos em 4-4-2, mas na Champions jogávamos em 3-5-2. Quando jogávamos com três atrás ele pedia-me para fazer a ala direita toda e pedia-me para atacar muito, mas ao mm tempo tinha de defender. Por isso é que acabava os jogos muito cansado [risos]. Aprendi muito com ele, coisas que me servem até ao dia de hoje. São coisas que me vão dar muito jeito no futuro se quiser ser um grande treinador como ele.

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