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Gazeta Esportiva.com

·09 de outubro de 2024

À CPI, empresário confessa manipulação no futebol e, sem provas, indica fraude em Palmeiras x São Paulo

Imagem do artigo:À CPI, empresário confessa manipulação no futebol e, sem provas, indica fraude em Palmeiras x São Paulo

O empresário William Rogatto deu depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, nesta terça-feira, por videoconferência. Investigado na Operação Fim de Jogo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e na Operação Jogada Ensaiada, conduzida pela Polícia Federal, Rogatto e indicou fraude em jogos do Palmeiras, sem apresentar quaisquer provas.

Rogatto declarou-se réu confesso e disse que já rebaixou 42 times de futebol, tendo atuado nas federações de futebol de todos os estados brasileiros, no Distrito Federal e em nove países. O empresário alegou já ter recebido aproximadamente R$ 300 milhões nesse esquema.


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Ele foi questionado pelos senadores Jorge Kajuru e Romário, presidente e relator da CPI, respectivamente, sobre a goleada do Palmeiras por 5 a 0 sobre o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro 2023, e sobre o eventual envolvimento de jogadores e presidentes em esquema. A partida em questão também foi apontada por John Textor, dono da SAF do Botafogo, como alvo de manipulação.

“É uma opinião minha, não sei se aconteceu ou não. Está nitidamente, é só você olhar os gols. Minha opinião e confesso para você que foi um jogo em que apostei – de repente, ainda tenho aqui uns bilhetes que posso te mandar – e que ganhei. Muita vezes, (os presidentes) podem ser vítimas desinteressadas. Hoje, às vezes, dois jogadores desestruturam totalmente um jogo. Tem presidente que sabe e compactua com isso, tem presidente que eu engano. Tem presidente que está ali para ganhar o dele, porque não é um dinheiro baixo e tem presidente que está sendo pego desavisado e não compactua com isso. Todos os jogos que fiz no Palmeiras, eu ganhei”, disse.

“Informações chegam. Muitas das vezes, porque o jogador não consegue segurar a boca. Aí, a informação chega e fala: ‘Hoje vai ter um resultado ali e tal time vai ganhar e vai tomar uns gols’. E eu, supostamente, sou um apostador. Não sou só de esquema de manipulação, como sou apostador. Gosto de dinheiro e gosto de apostar. Amo apostar também. E alguns jogos que fiz, ganhei, tive êxito. Porque chegava uma informação: ‘Olha, hoje vai ter um jogo assim, assim, assim… Coloca aí que vai dar bom’. Eu simplesmente falava: ‘Então, está bom’. Colocava e dava bom. De onde veio a informação? Não sei… Quem estava fazendo? Também não sei. Sei o que eu ganhava”, seguiu.

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William Rogatto também falou sobre John Textor, que, após ver a derrocada do Botafogo de 2023, disse que o Palmeiras foi favorecido por manipulação de resultados. O norte-americano depôs na CPI, em abril deste ano, e entregou um relatório de 180 páginas, com supostas provas do esquema, nomes de pessoas e árbitros envolvidos. Presidentes do Palmeiras e São Paulo, respectivamente, Leila Pereira e Julio Casares também deram depoimentos à CPI.

“Vocês falaram do John Textor. Não sei as provas que John Textor tem, mas, uma coisa, eu posso te falar: as pessoas que trabalharam para mim também trabalharam contra ele nesse campeonato. E as pessoas falam que não… Não estou aqui para enfrentar. Leila, não quero te enfrentar jamais. Não estou falando que você fez ou não, mas garanto que o John Textor não está totalmente errado. Chamam de louco, mas não é tão louco assim”, declarou.

A operação Fim de Jogo, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), investigou a manipulação de resultados em jogos do Campeonato Brasiliense de 2024, o Candangão, envolvendo jogadores da Sociedade Esportiva Santa Maria.

William Rogatto é acusado de conduzir, durante ao menos quatro anos, um esquema de manipulação de resultados no futebol com atuação nos estados de São Paulo, Sergipe e Distrito Federal. Ele foi descrito pelo MPDFT como alguém que “se apresenta como empresário de atletas, mas que tem operado na clandestinidade como manipulador profissional mediante a cooptação de jogadores, a venda de resultados arranjados e a realização de apostas”.

Além dos episódios investigados na operação Fim de Jogo, identificou-se nos autos que Rogatto “capitaneou esquema delitivo semelhante na Série A3 do Paulista de 2020”. Tal atuação, replicada em diferentes campeonatos e locais, é confirmada nos autos da Operação Jogada Ensaiada, na qual William Rogatto aparece em interceptações de mensagens, mencionando pagamentos a jogadores aliciados, realizando apostas fraudulentas e conversando com interlocutores sobre os lucros obtidos.

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