
Calciopédia
·13 de março de 2025
A natureza super competitiva da Série A nos últimos anos ajudou a aumentar seu perfil global?

Calciopédia
·13 de março de 2025
Todo brasileiro que gosta de futebol costuma definir a Série A como o torneio mais difícil do mundo. Com 38 rodadas todos os anos, a competição premia aquele time que consegue se manter no topo da tabela ao final da corrida pelo título e hegemonia em nosso país.
Com mais de 50 anos de tradição, a primeira divisão do futebol brasileiro passou por diversos formatos e períodos. Agora, em 2025, parece viver uma “internacionalização” jamais antes vista — com astros internacionais e receitas bilionárias nos grandes clubes.
O sucesso da Série A no futebol sul-americano se deve a vários fatores, como a qualidade técnica dos jogadores e a crescente valorização da liga.
Mas, assim como os fãs de cassino buscam o melhor lugar para jogar slots online grátis, os torcedores de futebol também querem uma experiência de alto nível, com transmissões acessíveis e uma liga que ofereça competitividade e entretenimento de qualidade.
O desafio do Brasileirão, agora, é ir além das fronteiras nacionais e se tornar um produto assistido por fãs espalhados pelo mundo.
Especialistas apontam que o futebol brasileiro se “descolou” dos mercados sul-americanos há alguns anos. E os números evidenciam que, de fato, há uma discrepância enorme entre os faturamentos de clubes da Série A e equipes argentinas, por exemplo.
Só em 2024, as receitas dos clubes da Série A cresceram 22% e atingiram um recorde de R$8,8 bilhões — um valor consideravelmente superior a qualquer outro mercado concorrente dentro do cenário sul-americano.
Em campo, um exemplo prático que deixa evidente o domínio brasileiro no continente é a sequência de campeões da Copa Libertadores. De 2019, desde quando o Flamengo venceu o River Plate em Lima (PER), apenas clubes do nosso país venceram a competição.
Essa ascensão dos clubes da Série A não é fruto do acaso, e diversos fatores contribuíram para o sucesso atual das equipes. Alguns pontos são:
Clubes brasileiros têm intensificado os investimentos em suas categorias de base ao longo dos últimos anos — e esse parece ser o foco principal das novas gestões.
Durante a gestão de Eduardo Bandeira de Mello no Flamengo (2013-2018), houve essa “virada de chave”, e o resultado veio rapidamente. Naquele período, a base rubro-negra conquistou títulos importantes como a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2016 e 2018.
A adoção de tecnologias avançadas e a profissionalização da gestão também vem contribuindo bastante para a melhoria e profissionalismo dos clubes brasileiros.
O Flamengo, que hoje é um exemplo de projeto esportivo no país, implementou o software SAP S/4HANA em 2016 para otimizar processos administrativos e financeiros.
Naquela época, a equipe carioca também foi pioneira na América do Sul ao adotar o Sports One, que auxilia na tomada de decisões táticas com base em análise de dados.
A lapidação de atletas na base tem como objetivo a venda para o exterior, e essa é uma das principais fontes de receita para os clubes brasileiros na atualidade.
Entre 2003 e 2023, as equipes do Brasil arrecadaram cerca de 6,6 bilhões de euros com transferências, com o São Paulo liderando com 903 milhões de euros.
Nos últimos anos, Flamengo e Palmeiras se destacaram com grandes negócios, em vendas de atletas como Vinícius Júnior, Endrick e Estêvão.
Com clubes mais estruturados financeiramente, projetos esportivos ambiciosos e uma liga cada vez mais competitiva, o Brasil passou a ser um destino viável não apenas para os talentos que retornam, mas também para estrangeiros que enxergam aqui um desafio real.
Memphis Depay é um exemplo claro dessa movimentação. Depois de passagens por Barcelona e Atlético de Madrid, o atacante holandês fechou com o Corinthians e hoje é o jogador mais caro do futebol brasileiro.
Outro caso recente é o retorno de Neymar ao Santos, que ilustra como os clubes do nosso país conseguem cativar jogadores que têm oportunidades de atuar em quaisquer países ou ligas do mundo.
Apesar da crescente valorização do futebol brasileiro, a Série A ainda enfrenta desafios para se consolidar como um produto global.
A Premier League, La Liga e até a MLS conseguiram expandir suas audiências fora de seus países, enquanto o Brasileirão ainda encontra barreiras para alcançar o mesmo nível.
A principal dificuldade está na distribuição dos direitos de transmissão. Diferente das grandes ligas europeias, onde contratos centralizados garantem maior previsibilidade e visibilidade, os clubes brasileiros ainda negociam individualmente seus direitos de TV.
Além disso, a falta de horários estratégicos para atender ao público internacional prejudica bastante o alcance da liga.
Jogos do Brasileirão costumam ser transmitidos em horários que favorecem apenas a audiência local e dificultam o engajamento de torcedores de outras regiões do mundo.
Se os clubes e a CBF conseguirem unificar esforços para resolver esses desafios, o futebol brasileiro tem potencial para atrair uma audiência global e transformar a Série A em um campeonato com projeção muito além das fronteiras nacionais.
O produto existe, o talento está em campo, mas a internacionalização da liga depende de estratégia e organização para cativar fãs ao redor do mundo.