Gazeta Esportiva.com
·26 de janeiro de 2025
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O técnico Abel Ferreira desabafou após a derrota do Palmeiras para o Novorizontino, neste sábado, na Arena Barueri, pelo Campeonato Paulista. O treinador defendeu o diretor de futebol do clube, Anderson Barros, criticado pela torcida durante a partida, e indicou que pode deixar o Verdão ao término desta temporada.
Abel foi questionado sobre as vaias dos torcedores à diretoria e, especificamente, a Barros ao apito final do revés contra o Novorizontino, por 2 a 1, de virada. O português deu a entender que não concorda com o gesto dos palmeirenses e saiu em defesa dos dirigentes alviverdes.
Ao longo da resposta, o comandante chegou a dizer que está indo para o seu “último ano no Brasil”. Seu contrato com o Palmeiras é válido até o final de 2025. No fim da entrevista coletiva, ele foi questionado por um jornalista se irá renovar seu vínculo, mas não respondeu e deixou a sala de imprensa em silêncio.
“Cada vez que a torcida faz isso [vaias], assobiam o nosso emblema, treinador, jogadores, diretoria. Estamos a falar diretamente do Barros. Foram 11 títulos, quase 400 milhões de euros em vendas. Quando cheguei, o Palmeiras estava uma lástima em termos de dívidas, não podíamos comprar jogadores. E em quatro anos, todos juntos, viramos uma das equipes mais prestigiadas. Por isso é difícil negociar com o Palmeiras. Temos que escolher bem, correr os riscos. O Real Madrid contratou o Hazard e ele pouco jogou, acontece. Temos que ter os pés no chão, estarmos juntos. Não éramos os melhores há uma semana e não somos os piores hoje. Sabemos perfeitamente como isso tudo funciona, estou aqui vai fazer cinco anos, vou para o meu último ano no Brasil. Em todos os anos houve momentos bons e ruins”, afirmou Abel Ferreira.
O técnico também demonstrou descontentamento com a postura da equipe no segundo tempo da partida. Ele elogiou o desempenho do time na etapa inicial, mas admitiu que os jogadores caíram de rendimento na última parte do jogo e a avaliou como “péssima”.
“A primeira parte foi dentro do que esperávamos, com dinâmica, boa chegadas na area. Fizemos um, mas podíamos ter feito mais. Na segunda parte, até a situação do pênalti, nosso rival não tinha criado praticamente nada. Mas depois do penalti falhamos muitos passes, nossa saída de bola falhou muito. Acredito que os jogadores do Palmeiras têm qualidade para não falhar passes. Atribuo isso à queda física e anímica. Mas a segunda parte está longe do que queríamos. Foi o oposto. Uma primeira parte muito boa e uma segunda parte ruim”, analisou.
“Fizemos uma péssima segunda parte e vamos continuar nosso trabalho. Ficamos 42 jogos sem perder, será que podemos perder dois ou três? A responsabilidade hoje é minha, vamos continuar nosso caminho. Futebol é eficácia e nosso adversário ganhou com méritos. Daqui a dois dias, há mais. Isso que temos que pensar profundamente, mas há um calendário que deve ser seguido. Hoje tínhamos a obrigação de ganhar porque o Palmeiras é melhor, mas nem sempre os melhores ganham”, concluiu.
Com o resultado, o Verdão sofre a sua primeira derrota na atual edição da competição, mas se mantém na liderança do Grupo D, com sete pontos. O São Bernardo, entretanto, encara o Botafogo-SP neste domingo e, se vencer, rouba a ponta da chave.
Além disso, o Alviverde perde uma longa invencibilidade na fase de grupos do Estadual. O time não era superado na primeira fase do torneio há 42 jogos. O último revés da equipe de Abel Ferreira nesta etapa do Paulistão havia sido em abril de 2021, para a Inter de Limeira.
O próximo compromisso do Palmeiras está marcado para esta terça-feira. A equipe alviverde retorna ao Allianz Parque e mede forças contra o Red Bull Bragantino, pela quinta rodada do Campeonato Paulista. A bola rola a partir das 19h30 (de Brasília).