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Zerozero

·10 de maio de 2025

Bom português deixa tudo para a última

Imagem do artigo:Bom português deixa tudo para a última

É verdade. Bom português deixa tudo para a última. Podia ter havido título para qualquer lado, mas Benfica e Sporting não desfizeram um empate emocionante (1-1) e o título de campeão nacional será apenas decidido na última jornada do campeonato. Há ligeira vantagem (pelo confronto direto) para o leão, mas tudo pode acontecer.

Era o dérbi do século, com um título em jogo, para ambos os lados, e nenhum treinador poupava ou surpreendia. Do lado encarnado, Bruno Lage trazia para a titularidade Di María. Do lado leonino, Rui Borges chamava ao apito inicial Diomande e o capitão Hjulmand. De um lado, pedia-se o 39. Do outro, a mancha verde ambicionava o bicampeonato. Os nervos estavam à flor da pele.


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Entrada de leão!

O ambiente era de cortar a faca. Sentia-se a tensão no ar. E não era por menos. Os adeptos do Benfica tentavam fazer a sua parte e apoiavam a equipa - que entrou forte e a querer ter bola -, mas foram «congelados» logo aos 4'. Gyokeres arrancou pela esquerda em transição, António Silva e Tomás Araújo - que até se apoiaram bem - demoraram a pressionar e permitiram ao sueco servir Trincão à entrada da área, que atirou cruzado para o 0-1. Os adeptos do Benfica tentaram apoiar prontamente, mesmo sabendo que a missão ficara mais espinhosa.

O jogo mudava precocemente e fazia-se sentir prontamente, tanto nas ações ofensivas do Benfica (mais apressadas), como na ligeira descida de linhas do Sporting. Depois de alguns minutos nervosos com bola, o Benfica foi-se soltando e tentando explorar, na generalidade, as costas de Maxi Araújo. Contudo, ora Di María insistia no mesmo tipo de cruzamento, ora o trio defensivo leonino se mostrava a grande nível, tanto na organização, como na entreajuda.

Do outro lado, por sua vez, o Sporting ia apostando no trabalho de pivot de Gyokeres - alvo de um jogo mais direto - para sair da pressão encarnada, cabendo a Trincão, no miolo, e Geny, na direita (a triangular bem) mexer com a equipa - Pote com dificuldades físicas para acompanhar o ritmo. Dando a iniciativa ao Benfica, o leão sentia-se confortável, até porque estava a conseguir fechar bem o espaço interior e a impedir as combinações dos extremos no último terço, dando as alas.

Na ponta final, o Benfica aproveitou esse recuo de linhas e «encostou» o rival, mas abusou dos cruzamentos e facilitou o trabalho da defesa. O nervoso estava lá - não ajudado pelo excesso de faltas assinaladas pelo árbitro João Pinheiro - e era preciso afastá-lo na 2ª parte, de parte a parte.

Emoção até ao fim

Faltavam 45 minutos. Era o tudo ou nada e Bruno Lage não receou em tirar, ao intervalo, um Di María que deixou a desejar, para refrescar o ataque com Schjelderup. De cara lavada, o Benfica entrou pressionante, a entreajudar-se mais no momento da perda e isso aumentou as dificuldades do Sporting em ter bola. As águias ficaram por cima e a Luz respondeu bem, puxando pela equipa. Contudo, ninguém parecia preparado para o que aconteceu aos 63'.

Pavlidis recebeu na esquerda, ultrapassou vários adversário enquanto entrava na área e foi à linha de fundo cruzar rasteiro. Akturkoglu só teve de encostar para o 1-1, que fez a Luz explodir e estremecer de alegria. O dérbi do século estava relançado. Por esta altura, já ninguém aguentava sentado, de ambos os lados, mas (como esperado) o lado da casa fazia-se sentir. Bruno Lage assumiu cedo o risco e, aos 71', fz entrar Belotti, montando o 4x4x2. Do outro lado, Rui Borges retirava o apagado Pote e dava a velocidade de Quenda.

O jogo estava agora mais partido, em grande parte por essa aposta do Benfica, e surgia a imprevisibilidade, assim como o crescente nervoso graudinho. Aos 77', Belotti arrancou pela direita, serviu Pavlidis na área e o grego fez estremecer o poste leonino. Com tudo a perder e a ganhar, Bruno Lage mostrou que o empate de nada servia e lançou, para a ponta final, Bruma e Dahl, enquanto Rui Borges ia refrescando a equipa e dando «armas» para a transição. O jogo estava eletrizante e tudo podia acontecer.

Os sete minutos de compensação pareciam infindáveis para uns e curtos para outros. Tic tac. O relógio andava e o Benfica ia tentando tudo por tudo para virar o jogo (e o campeonato), mas os descontos foram algo pobres em oportunidades e nada desfez o teimoso (mas emocionante) empate. Como bons portugueses, deixamos tudo para a última, a última jornada do campeonato. Só aí conheceremos o campeão nacional.

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