Jogada10
·12 de novembro de 2024
Jogada10
·12 de novembro de 2024
A defesa de Bruno Henrique, representada por Ricardo Pieri Nunes, se manifestou nesta terça-feira (12) sobre a suposta participação do atleta em caso de manipulação de resultados. O advogado protocolou o pedido de arquivamento da investigação e solicitou a devolução dos bens apreendidos do atacante do Flamengo.
Ainda em nota, a defesa reitera a inocência de Bruno Henrique a cita o arquivamento do caso no STJD. O advogado Ricardi Pieri alega, ainda, que nem a PF e nem o MP aferiram o método das casas de apostas para realizar a denúncia.
“[Polícia Fedeal] Não se desincumbiu de trazer aos autos registros válidos sobre a produção e remoção dos dados. E não assegura a confiabilidade das informações apresentadas”, alegou a defesa.
“Após análise de documentos que baseiam a operação da Polícia Federal e do Ministério Público contra o atleta Bruno Henrique, do Flamengo, por suposta manipulação em partida válida contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023, a defesa do atacante vem a público reforçar, sobretudo, o caráter íntegro de seu cliente, que tem uma carreira vitoriosa moldada por ética e correção. Protocolizamos no último sábado na Justiça pedido de arquivamento da investigação e a imediata devolução de seus bens apreendidos em operação na última terça-feira.
Vale ressaltar que este caso já passou por investigação e acabou arquivado no STJD, por não encontrar indícios manipulação por parte do referido atleta. O tribunal entendeu que o lance em questão, no qual aplicou-se o cartão amarelo a Bruno Henrique, nem sequer era passível de falta. O tribunal também destacou à época de sua investigação a inverossimilhança da tese de manipulação, uma vez que o referido atleta teria esperado até os 52 minutos do segundo tempo para receber um cartão amarelo supostamente premeditado, correndo o risco de ser substituído ao decorrer da partida.
Protocolizamos também pedido para análise das informações fornecidas pelas três casas de apostas mencionadas no processo à IBIA (International Betting Integrity Association). Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público procuraram aferir se o método técnico-científico para a produção e extração dos dados que baseiam a denúncia esteve devidamente observado. Verifica-se nos autos que a equipe policial não se desincumbiu de trazer aos autos registros válidos sobre a produção e extração dos dados e não assegura a confiabilidade das informações apresentadas.
Esperamos que essa investigação também seja arquivada com brevidade para que o atleta siga exercendo sua profissão com integridade e sem maiores danos à sua imagem, já atingida de maneira injusta e irreparável por uma operação infundada.”
Atacante se tornou alvo de investigações por cartão amarelo em derrota para o Santos, no Mané Garrincha, pelo Brasileirão 2023 – Foto: Reprodução/TV Globo
Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público colocou Bruno Henrique e parte de seus familiares no alvo de uma investigação sobre manipulação. Os envolvidos tiveram celulares e outras mídias apreendidos pelos agentes, em um mandado de busca e apreensão no último dia 5.
O camisa 27 da Gávea comentou sobre o caso no domingo (10), momentos após a confirmação do seu 13º título pelo Flamengo – igualando feitos de Zico. O Rubro-Negro superou o Atlético-MG pelo agregado de 4 a 1 e sagrou-se campeão da Copa do Brasil 2024, em pela Arena MRV, em Belo Horizonte.
“Recebi [as notícias] de forma agressiva. Não esperei da forma que aconteceu, mas acreditei na Justiça lá de cima. Deus sempre esteve comigo. Na minha vida, minha trajetória, desde quando comecei a jogador futebol. Nunca tive caminho fácil, mas Deus sempre esteve comigo. Então estou tranquilo em relação a isso. Com meus advogados, meu empresário, pessoas que estão nessa batalha comigo. Porém, só peço que a justiça faça sua parte”, disse em entrevista ao SporTV.
A defesa se apoiou, também, no julgamento do STJD – junto ao relatório da empresa Sportradar – para solicitar o arquivamento. O Tribunal analisou o lance e corroborou com a decisão do documento, que não identificava irregularidades no momento da partida.
– A Procuradoria considerou que o alerta não apontou nenhum indício de proveito econômico do atleta. Uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador – diz parte da nota.