Calciopédia
·14 de outubro de 2024
Calciopédia
·14 de outubro de 2024
Itália e vitória tranquila na mesma frase? Embora isso não tenha sido tão comum, os torcedores que compareceram ao Bluenergy Stadium, em Údine, saíram com a qualidade de vida ainda mais em alta após não terem o coração testado pelos comandados de Luciano Spalletti – destacando que, no ano passado, a cidade foi elencada como a dona da melhor qualidade de vida do país, segundo ranking do jornal Il Sole 24 Ore. Com a vitória por 4 a 1, a Squadra Azzurra segue sem perder na atual edição da Liga das Nações e precisa de somente um pontinho nos dois jogos restantes do Grupo A2 para garantir sua vaga nas quartas de final.
Em virtude das denúncias por violações de direitos humanos e crimes de guerra que o estado de Israel tem recebido ao longo do último ano, no conflito que trava com o Hamas, o Hezbollah e grupos de países vizinhos, jogos que têm a participação da seleção israelense vêm sendo tratados com cautela pela Uefa – e com medidas de segurança reforçada pelas autoridades locais. Em Údine, não foi diferente. O entorno do estádio Friuli foi monitorado de forma ostensiva e teve acesso controlado, enquanto, no teto da arena, snipers ficaram posicionados para inibir intercorrências. Antes da partida, milhares foram às ruas para manifestarem solidariedade à Palestina, num protesto pacífico.
No quesito futebol, a Itália entraria em campo no 3-5-2, enquanto a equipe os israelenses foram a campo armados em um 3-4-2-1. Spalletti promoveu três mudanças no time titular em relação à equipe que empatou por 2 a 2 com a Bélgica, na sexta: Vicario, Fagioli e Raspadori assumiram os lugares de Donnarumma, Ricci e Pellegrini.
A Itália iniciou a partida valorizando a posse da pelota, mas a primeira grande oportunidade foi do time rival. Logo aos 7 minutos, após bola perdida no meio-campo por Fagioli, Gloukh arrancou pela faixa central e bateu rasteiro da entrada da área, mandando um chute rente à trave de Vicario. O lance de perigo foi o único de Israel na etapa inicial.
Com pênalti bem batido, Retegui iniciou a goleada italiana (Getty)
Após o susto, os italianos não demoraram para tomar conta do jogo e empilhar chances reais de gol. Aos 14 minutos, Retegui recebeu grande lançamento de Di Lorenzo e, cara a cara com Glazer, bateu chapado, parando numa boa defesa do goleiro. Pouco depois, aos 18, o ítalo-argentino esbarrou mais uma vez no arqueiro, após finalização de trivela. Sem tempo para respirar, no lance seguinte, Frattesi deixou Tonali sozinho com o jogador do Estrela Vermelha, mas a bomba soltada pelo meia do Newcastle parou em mais uma excelente intervenção.
Dominante no jogo, a Itália tinha 75% da posse de bola aos 22 minutos e não diminuía a pressão. Aos 29, Dimarco efetuou um cruzamento rasteiro que, por um triz, não foi aproveitado por Frattesi – o meia interista, de carrinho, não alcançou a pelota. Com a sobra, Retegui finalizou livre, mas errou o alvo.
De tanto insistir, os azzurri enfim chegaram ao primeiro gol perto do intervalo. Em dividida na área, Peretz, ex-Venezia, cometeu pênalti em Tonali, após acertar um pisão no volante italiano. Na cobrança, Retegui não deu chance para Glazer e acertou uma cobrança de manual, com força e firmeza no ângulo direito do goleiro. Na última oportunidade de maior perigo na etapa inicial, Raspadori recebeu dentro da área em condições de finalizar, mas perdeu o equilíbrio e deixou a bola nas mãos do arqueiro israelense.
Com uma mudança no intervalo, a entrada de Ricci na vaga de Fagioli, a Itália manteve o mesmo ímpeto no início do segundo tempo e ampliou a vantagem logo aos 54 minutos. Raspadori cobrou falta da ponta esquerda na cabeça de Di Lorenzo, que cabeceou para o chão e não deu chances para o goleiro adversário.
O jogo permaneceu tranquilo para o time de Spalletti, mas se não tiver um pouco de emoção, não é a Itália. Aos 66 minutos, Abu Fani cobrou escanteio fechado, Vicario foi atrapalhado na pequena área pelo zagueiro Baltaxa e não conseguiu ir na direção da bola, que cruzou a linha diretamente. Após análise e confirmação do VAR, Israel diminuía o placar com um gol olímpico.
O capitão Di Lorenzo marcou duas vezes no segundo tempo e fechou a conta contra Israel (Getty)
Mas não deu nem tempo de esboçar uma reação. Aos 69, os italianos responderam com Bastoni cabeceando no ângulo direito uma cobrança de escanteio de Dimarco. Glazer pulou para espalmar e não permitiu que a dupla da Inter se consagrasse. Três minutos depois, porém, o goleiro não conseguiu parar outro interista. Autor de uma grande partida, o mesmo Dimarco cruzou rasteiro e Frattesi, artilheiro da gestão Spalletti, com sete gols, chapou de esquerda para retomar a vantagem de dois tentos no placar.
Logo após o terceiro gol, aos 73 minutos, Spalletti promoveu as entradas de Udogie e do estreante Daniel Maldini nas vagas de Dimarco e Raspadori. E foi dos dois a jogada do quarto, aos 79. Terceiro de sua família a atuar pela seleção italiana, após o avô Cesare e o pai Paolo, que lhe prestigiava nas tribunas, Maldini efetuou ótimo passe para Udogie, que foi ao fundo do corredor esquerdo e tocou para trás, encontrando Di Lorenzo. O capitão bateu rasteiro, no cantinho, e anotou a sua doppietta. Com o resultado definido, o ímpeto das duas equipes diminuiu e o jogo seguiu até o seu final sem mais lances de perigo.
A goleada manteve a Itália na ponta do Grupo A2 da Liga das Nações, com 10 pontos. A Nazionale é seguida de perto pela França, que fez 2 a 1 na Bélgica e chegou aos 9. Os belgas, com 4, ainda têm remotas chances de avançar à próxima fase, enquanto Israel, zerado na chave, está em situação delicada na luta contra o rebaixamento para a Liga B.
A Itália volta a campo no dia 14 de novembro, quando enfrenta a Bélgica fora de casa, às 16h45, no horário de Brasília. Um simples empate em Bruxelas garante a vaga da trupe de Spalletti nas quartas de final da Nations League. No dia 17, os azzurri recebem a França, em Milão, para encerrarem a sua participação na fase de grupos.