MaisQueUmJogo - MQJ
·12 de outubro de 2020
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Toda vez que se fala em Seleção Brasileira na televisão a maioria dos torcedores lembra de Galvão Bueno. Afinal de contas o locutor imortalizou os últimos gols do Brasil com a camisa canarinho em suas transmissões. Os jogos do Brasil normalmente eram exclusividade da emissora do Jardim Botânico para TVs abertas. Mas a história está mudando. Com a relação de comercialização dos direitos dos jogos em todo o mundo se modificando, a Rede Globo vem perdendo poder na Seleção Brasileira.
A Rede Globo vem lutando com dificuldades para tentar transmitir os jogos do Brasil nas Eliminatórias. Em um passado recente alguns amistosos deixaram de ser exibidos pela emissora carioca por falta de acordo.
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Mas nem sempre foi assim. A Rede Globo e a CBF sempre tiveram um relacionamento muito próximo quando o assunto era a Seleção Brasileira. Isso inclusive chegou a irritar alguns treinadores brasileiros que queriam privacidade.
Na convocação para a Copa do Mundo de 2006 o zagueiro Roque Júnior chegou a afirmar que ficou de fora da lista por interferência de Galvão Bueno, com quem tinha trocado farpas pouco antes.
Durante a Copa do Mundo de 2006 a privacidade da Seleção Brasileira chegou a ser deixada de lado. Carlos Alberto Parreira, que era um gestor de talentos como dizia, fazia vista grossa para a participação de jornalistas e jogadores em programações da emissora.
Um cenário que repetia 2002, quando Fátima Bernardes ganhou o rótulo de musa da Seleção Brasileira que conquistou o pentacampeonato mundial.
Em um passado recente a “Folha de S. Paulo” publicou com detalhes que Neymar teve contrato com a Rede Globo entre os anos de 2014 e 2015 para participar de programas do canal, conceder entrevistas exclusivas e privilegiar a emissora. A notícia, que não foi desmentida por nenhuma da partes, principalmente porque o jornal foi certeiro na apresentação de documentos, deixa evidente o poder que a Rede Globo possuía no esporte do país. E escancarava uma realidade envolvendo a Seleção Brasileira, que está mudando.
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Neymar tinha esse contrato em um período em que a Seleção Brasileira se preparava e disputava a Copa do Mundo de 2014 em casa. O jogador, algumas semanas antes do torneio começar, participou do “Domingão do Faustão”. Isso sem falar em outras participações ao longo do compromisso, como no “Caldeirão do Hulk” por exemplo.
Pressão, por sinal, é algo que a CBF também sempre teve que conviver quando o assunto envolvia a Rede Globo. Dunga, mesmo tendo um desempenho acima da média em sua primeira passagem como técnico da Seleção Brasileira, foi demitido logo depois da eliminação para a Holanda na Copa do Mundo de 2010 de maneira nada respeitosa. Pagou o preço por ter ofendido Alex Escobar em uma entrevista coletiva e por bater de frente contra privilégios da emissora carioca.
Não por acaso, ao ter seu retorno anunciado em 2014, participou de um programa com Escobar deixando para trás possíveis divergências.
Os casos de Neymar e de Dunga deixam evidentes o poder da Rede Globo no esporte brasileiro. Algo benéfico ou negativo? Com a palavra o torcedor e os dirigentes…