AVANTE MEU TRICOLOR
·14 de maio de 2025
ELENCO LOTEADO: São Paulo tem 100% do 'passe' de apenas quatro jogadores do profissional

AVANTE MEU TRICOLOR
·14 de maio de 2025
Rafael é um dos poucos jogadores do Tricolor a pertencerem apenas ao clube (Rubens Chiri/SPFC)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Ao longo dos cinco últimos anos, o São Paulo mudou drasticamente a maneira como lida com os direitos econômicos de seus atletas.
Em 31 de dezembro de 2019, primeiro ano em que o clube disponibilizou esse dado em seu balanço público, havia 65 jogadores de quem o Tricolor detinha 100% do “passe”, o que correspondia a 66% de todos com quem havia um contrato vigente. Já em 31 de dezembro de 2024 esse número caiu para apenas onze, ou 13% do total de contratos em vigor.
O número mais recente chama ainda mais a atenção quando se nota que, do atual elenco profissional, somente três atletas têm todos os seus direitos econômicos pertencentes ao São Paulo: Álisson, Luiz Gustavo e Rafael. Destes, só o primeiro tem alguma perspectiva de venda.
Os demais são Galoppo, que está emprestado ao River Plate, Liziero, que deverá deixar o Morumbi ao fim de seu contrato, no mês que vem, e Hugo Leonardo, que sofreu uma grave lesão no sub-20, mas deverá ser aproveitado no time de cima quando se recuperar, no ano que vem, dois garotos da base (Lucas Loss e Osório) e três que já deixaram o clube desde então (Arthur Yan, Michel Araújo e William Gomes).
Em 2022, o diretor de futebol Carlos Belmonte disse, em entrevista ao canal 'Arnaldo e Tironi', que a cessão de parte dos
direitos econômicos aos próprios jogadores só acontecia “em circunstâncias especiais e necessárias” e disse que não participava dessas negociações, deixando-as inteiramente com o executivo de futebol da base, Marcos Biasotto.
“Sei que o Biasotto faz o melhor para a instituição. E, se ele teve que, em algumas negociações, dar direito aos agentes, é porque assim tinha que ser, para que ficássemos com o atleta.” O cartola não voltaria a ser questionado sobre o assunto depois disso.
Recentemente, o presidente Julio Casares fez uma crítica velada ao fato de ter de 'fatiar' os direitos dos jogadores da base. Em entrevista à 'TNT', o mandatário usou a situação para defender parceria por investimentos para a base, onde, segundo ele, "já existe sociedade onde o São Paulo não ganha nada em troca."
"Torcedor, não entre em alarmismo e fake news. Não vamos vender a base, nós procuramos um parceiro com plataforma esportiva. O Marinakis tem o Nottingham Forest, Rio Ave e Olympicos. Então, ele tem plataforma financeira e esportiva, importante. Outro ponto é que eu já tenho sócio lá, mas sem colocar dinheiro. Os meninos sobem com empresário e agentes e com porcentagem. Assim, o sócio segue com porcentagem, mas me paga para isso", disse.
"O São Paulo nunca teve dinheiro de fora e com um investidor agora que tenha resultado numa venda, devemos pensar com criatividade. Prefiro vender dez ou 12 da base do que um ou dois da base com sociedade que não me dão nenhum dinheiro. A ideia é maximizar nossos recursos e termos uma ampliação dos ganhos com as categorias de base pensando no futuro", concluiu.