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·23 de outubro de 2024

Esses homens que odeiam as mulheres 

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Não se trata de entender o pseudo torcedor que socou uma mulher no ultimo Fla-Flu.

Ele que vá tratar sua raiva…


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Já deu.

Não se trata de reafirmar pela milésima vez que lugar de mulher é onde ela quiser. Todas e todos já sabem disso faz tempo.

Já deu.

Não se trata de colocar a culpa no álcool ou na performance do time em campo, que exaltariam os ânimos.  Não há desculpas possíveis.

Já deu.

Medidas foram tomadas, protocolos implementados, campanhas de conscientização divulgadas.

Já deu.

De um tempo para cá, muitas  torcedoras tem sinalizado o aumento da violência contra a mulher no Estádio. Apesar de todo um esforço para coibir essas atrocidades.

O que está acontecendo?

O fato é que estamos vivendo uma revolução paradigmática, desconstruindo o patriarcado, o que desencadeou uma variedades de respostas, de comportamentos.

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Foto: Reprodução

Mulheres toleram cada vez menos condutas machistas, retorquam, enfrentam. Isso pode explicar parte do aumento das queixas. O que era anteriormente aceito, normal, é questionado, denunciado.

Isso é bom, positivo. É motor e consequência da revolução paradigmática.

Contudo, existe o outro lado da moeda, que não é espantoso, é esperado até, mas precisa ser enfrentado e coibido antes que o pior aconteça.

São esses homens que odeiam as mulheres. Os misóginos, os red pill, os  masculinistas.

Se aplaudimos a tomada de consciência de muitos  que finalmente enxergam a violência e a opressão contra mulheres, estamos também vivenciando a reação daqueles que se sentem injustiçados pelo empoderamento feminino.

Parece piada mas não é.

Para se ter uma ideia, segundo a SaferNet Brasil, instituição com foco na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet, as denúncias de discurso de ódio aumentaram quase 70% entre 2021 e 2022. Dentre os crimes com maior aumento, aparece a misoginia com um crescimento de 251%.

A questão é que a justiça no Brasil é falha e lenta. E não existe uma legislação clara de combate à misoginia, o que encoraja movimentos como o masculinismo.

Contudo, nem sempre a reação destes misóginos é algo elaborado ou  até consciente.

Em uma sociedade estruturalmente machista, a mudança de paradigmas demora. Mas não podemos esperar o aumento gradativo da violência no Estádio contra mulheres, por homens inseguros que usam seu time como válvula de escape, para despejar todo seu ódio latente.

Pois a mudança de paradigmas pode até demorar, mas a repulsa contra esse tipo de atitude já é generalizada.

Novas medidas estão sendo cogitadas.

Sanções precisam ser reformuladas.

Penalidades serão aplicadas.

Eles que nos aguardem!!!!!

Marion Konczyk Kaplan é conselheira do Clube de Regatas do Flamengo e presidente da Bancada Feminina do Conselho Deliberativo. Mestre em História pela Sorbonne Paris. Siga: @marionk72

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