Fogo Na Rede
·29 de fevereiro de 2024
Fogo Na Rede
·29 de fevereiro de 2024
* Gustavo Santos
O ano novo parece ter finalmente começado para o Botafogo. E não digo nem pela atuação e pelo resultado do jogo em si, mas sim sobre o que isso pode causar daqui pra frente.
Sinceramente, não esperava muito menos do que vimos hoje no Estádio Nilton Santos. A partida de ida e o que eu já tinha ouvido falar de muitas pessoas sobre os jogos do Aurora contra o Melgar na fase anterior (não consegui assistir) me fizeram esperar uma goleada. Um adversário que – com todo respeito – sem o fator da altitude, poderia facilmente disputar a Série A2 do Campeonato Carioca.
Mesmo com o mau momento que o nosso time vivia, com o fantasma de 2023, sem técnico e possivelmente eliminado do campeonatoe estadual, passei a semana falando que seria no mínimo 4 a 0. Ainda disse que um gol no início facilitaria muito o andamento da partida. Tanto para deixar o time deles mais exposto quanto para evitar uma possível cera que já vimos tantas vezes times de qualidade técnica inferior fazerem quando jogam na nossa casa.
O gol de Júnior Santos logo aos 3 minutos não deixou a equipe boliviana mais exposta, pelo menos no primeiro tempo, mas tirou qualquer possibilidade de catimba do lado adversário. Com 3 a 0 no placar, o alvinegro teve muito mais espaço e oportunidades de gol contra um adversário totalmente atordoado em campo.
O Botafogo foi amplamente superior durante os 90 minutos e demonstrou um futebol ofensivo, rápido, eficiente e pressionante na saída de bola adversária. O treinador interino Fábio Mathias prometeu isso antes da partida e o time conseguiu cumprir perfeitamente a estratégia.
Sobre atuações individuais é necessário exaltar especialmente Júnior Santos, Tiquinho Soares, Eduardo e Savarino.
O primeiro fez 4 gols pela primeira vez em sua carreira, mostra ter características raríssimas de se encontrar no futebol brasileiro e ainda se tornou o maior artilheiro do clube na história da Libertadores – ao lado de Jairzinho, Dirceu e Rodrigo Pimpão.
O segundo também deu uma verdadeira aula de futebol. Desde a goleada por 4 a 1 contra o Coritiba, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, que Tiquinho Soares não atuava tão bem. A qualidade técnica exuberante, o pivô que é um verdadeiro terror para a zaga adversária e a raça e velocidade que ainda estava devendo em 2024 deram o tom da sua performance. Foram 3 assistências e 1 gol para tirar a “zica” e retomar de vez assim o caminho das redes.
Eduardo e Savarino, aliás, são outros dois jogadores que vem evoluindo a cada jogo e reafirmando o poder ofensivo que já mostraram no futebol brasileiro.
Menções honroras para Danilo Barbosa e Tchê Tchê, dois leões em campo. Danilo, que fez aniversário ontem (28) – aliás, meus parabéns ao jogador – é fundamental pra organização defensiva da equipe. O segundo teve a sua atuação de formiguinha e coringa que vimos tantas vezes em 2023.
A classificação foi fundamental para manter o ano vivo. Afinal, agora é certo que disputaremos ao menos uma competição internacional. Na pior das hipóteses, isto é, caso sejamos eliminados para o Bragantino, disputaremos a fase de grupos da Copa Sul-Americana.
Mas claro que eu, assim como todos os botafoguenses, não queremos que isso aconteça. Quarta-feira que vem (6) já teremos a primeira parte de uma “final”. Então o Niltão precisa estar completamente lotado, a torcida apoiar os 90 minutos e o time vencer de qualquer maneira para levarmos uma vantagem para Bragança Paulista.
Que a goleada e a grande atuação nesse jogo possam servir para o Botafogo finalmente entrar em 2024, como aliás a torcida falou tantas vezes antes e durante a partida. Que o ambiente fique mais leve, que os jogadores ganhem confiança e que venha um treinador experiente e vencedor para nos guiar aos títulos que tanto merecemos.
Podemos e precisamos sonhar alto esse ano, temos time pra isso. Apesar de atrasos e erros no planejamento, o projeto está sendo bem feito. Tenho esperança, portanto, de que possamos finalmente acabar com o longo jejum de 28 anos. Venho dizendo recorrentemente uma coisa desde o fatídico fim do ano passado: “Não é possível que não tenham muitas coisas boas reservadas pra gente.”
Agora nos resta apenas esperar, porque motivos pra acreditar tenho certeza que em pouco tempo já teremos.
SAN,
Gustavo Santos, 20: estudante de jornalismo na PUC-Rio e torcedor do Botafogo do Rio de Janeiro/RJ.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Fogo na Rede.